Alunos relatam terror em acidente: ‘Estávamos um em cima do outro’


| Tempo de leitura: 3 min
O acidente aconteceu às 4h30 de domingo, na rodovia Assis Chateaubriand, em Penápolis (SP)
O acidente aconteceu às 4h30 de domingo, na rodovia Assis Chateaubriand, em Penápolis (SP)
Um ônibus da DGR Turismo que voltava do Paraná com uma excursão de alunos da Escola Técnica “Dr. Júlio Cardoso”, a Industrial, capotou na rodovia Assis Chateaubriand, em Penápolis (SP), deixando 16 feridos na madrugada do último domingo. Dois estudantes permaneciam internados, na Santa Casa de Penápolis, até a tarde de ontem. 
 
“Um deles precisará passar por uma cirurgia, um enxerto na perna”, disse a diretora da escola, Ana Augusta de Araújo Gomes. “Conversei com a mãe deste, que informou que ele ainda está na UTI, mas em estado bom. Conversa, está se alimentando e, aparentemente, está normal.” O outro jovem internado encontra-se com uma fratura no fêmur. Ambos têm 16 anos de idade.
 
De acordo com a DGR, as causas do acidente que afetou 41 pessoas - entre alunos, professores, convidados, motoristas e funcionários - foram casuais. “Esse era um ônibus novo, ano 2008. A viagem estava autorizada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e a Polícia Rodoviária conferiu toda a documentação exigida para uma viagem interestadual”, afirmou a diretora da empresa, Maria Beatriz Ramos. “Fomos com dois motoristas devidamente registrados e experientes. Também pedimos a todos para que utilizassem o cinto. A maioria nos atendeu e isso foi fundamental para salvar vidas.”
 
Ainda segundo ela, o tacógrafo que pode apontar se houve excesso de velocidade no momento do acidente, encontra-se em poder de peritos da Polícia Rodoviária Federal, que deverá produzir o laudo a respeito. “Eu estava dormindo durante o acidente. Mas, por estar chovendo e pela experiência dos motoristas, eu não acredito que estivessem acima do limite permitido.”
 
De acordo com os alunos ouvidos pela reportagem, não houve nenhuma desconfiança a respeito da conduta dos motoristas durante o percurso. “Os motoristas estavam corretos, nada além do limite. Até então, a viagem estava tranquila, sem ultrapassagens perigosas”, disse o estudante Abílio Flávio Pires.
 
Ainda segundo ele, após o acidente, o clima entre os passageiros sem ferimentos graves que seguiram de volta a Franca, em um novo ônibus enviado pela DGR, foi de tristeza e preocupação. “Estava todo mundo tenso, se perguntando se cada um estava realmente bem. O clima não estava agradável e não conseguimos dormir. Enquanto não cheguei em casa, não ficou tudo bem”, disse. 
 
O acidente
O acidente aconteceu por volta das 4h30 de domingo. O veículo, que saiu de Franca por volta das 18h30 de quarta-feira retornando por volta do mesmo horário, no sábado, seguia com 14 alunos e dois professores da Industrial. O restante dos passageiros se dividia entre convidados da escola e funcionários da DGR.
 
“Estava chovendo bastante e, neste local em que o ônibus aquaplanou antes de tombar, é uma área de plantação de cana”, disse Maria Beatriz, diretora da empresa. “Então, além da água, tivemos problemas com a terra na pista que, para completar, era simples.”
 
Segundo passageiros ouvidos, durante o acidente, a maioria estava dormindo. “Despertei quando o veículo estava capotando”, contou Abílio. “Eu estava com o cinto e fiquei dependurado junto com outras pessoas. Estávamos, mais ou menos, um em cima do outro. Foi um transtorno, o pessoal gritando por socorro. Eu fui uma das pessoas que não se machucaram. Só sentia uma dor na bacia, mas pude voltar para ajudar quem estava mais ferido. Uma das passageiras ficou presa no cinto e tivemos que cortá-lo para que ela pudesse sair.”
 
A excursão voltava de Foz do Iguaçu, no Paraná, para uma visita à Usina Hidrelétrica de Itaipu. Segundo a escola, este é um evento anual destinado aos alunos de mecânica e mecatrônica. 

Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.

Comentários

Comentários