Apresentando-se como “amigo do sapato”, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) participou da solenidade de abertura da Francal ontem no Pavilhão do Anhembi, em São Paulo. Foi a principal autoridade a visitar a feira. O governo federal não mandou representante. Alckmin fez um discurso breve em que destacou os incentivos que fez ao setor ao longo de seus mandatos e projetou um segundo semestre de melhores negócios para os calçadistas.

 

Em seguida, o governador passou pelo estande coletivo dos pequenos expositores de Franca, onde foi presenteado com um sapato personalizado com o seu nome e com a bandeira do Estado de São Paulo, avaliado em R$ 3,2 mil. Ele se desfez do calçado velho e passou a percorrer os corredores do Anhembi com o modelo artesanal (leia mais na página 8F).

 

A próxima parada foi no estande do GCN. Alckmin foi entrevistado ao vivo na rádio Difusora por cerca de 20 minutos e também gravou participação no programa Hora da Verdade na TV, apresentado aos domingos por Leandro Vaz e Corrêa Neves Júnior na TV Franca, canal 23 na NET.

 

Alckmin disse que a Francal cumprirá o seu papel de impulsionar as vendas dos produtos destinados às estações da primavera e verão. “Estamos otimistas que o segundo semestre possa ser melhor. Com a mudança do câmbio, com a desvalorização do real, abre uma expectativa de conquistar mercados lá fora e aumentar a exportação. Isso pode compensar a retração da atividade econômica no Brasil”.

 

O governador afirmou que é preciso fortalecer o empreendedorismo e disse que o País precisa fazer sua parte reduzindo o custo Brasil para melhorar a competitividade das empresas. “O governo federal precisa ajustar sua contas públicas, mas ajustar preservando empregos. Não pode o trabalhador pagar a conta do desajuste das finanças públicas. Temos que preservar o trabalho, preservar o emprego. Este, tem que ser o foco”.

 

Outro tema abordado por Geraldo Alckmin foi a corrupção, principalmente na Petrobras. Ele disse que a sociedade exige investigação e que justiça seja feita. “O crime de colarinho branco cresceu no Brasil por causa da impunidade. Não são fatos isolados. O que a gente percebe é uma promiscuidade entre o público e o privado. Utilização da máquina pública, em especial das empresas estatais, que são verdadeiras caixas pretas, a serviço de partido político ou de eleição, o que é abominável”. 

 

Por fim, o governador homenageou o Comércio da Franca pelo aniversário de 100 anos, comemorado no dia 30 de junho. “São poucas as instituições que completam um século. Depende de muito trabalho, perseverança, competência e capacidade de superação. O centenário é importante, não só para a instituição, mas para todos. Uma boa imprensa é a sociedade conversando consigo própria”. Antes de deixar o estande do GCN, Alckmin foi presenteado com sapatos da Mariner, doces e com uma caixa com cerca de 200 cartas escritas por alunos que participam do programa Jornal na Escola, mantido pelo GCN. Todas as correspondências levam o selo lançado em comemoração ao centenário do jornal. “Muito obrigado pela recepção. Devo ir a Franca até o fim de julho e vou tomar o bom café no Comércio da Franca”.

 

As palavras de otimismo do governador também se refletiram nos discursos feitos pelos líderes do setor calçadista durante a abertura da feira. “O conjunto de circunstâncias é favorável. Chegou o momento da virada. O plano nacional de exportações vai ajudar a recuperar as vendas para o exterior. No mercado externo, vamos estancar a queda e retomar o crescimento”, disse Heitor Klein, presidente da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados”. “A feira será um marco positivo de recuperação do mercado e referência de retomada dos negócios”, disse Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal.

 

Visivelmente menor do que nas edições anteriores, a feira registrou uma visitação razoável em seu primeiro dia. Os expositores disseram que as vendas ficaram abaixo do esperado, mas demonstraram confiança em um melhor desempenho, principalmente, nesta terça-feira. A Francal vai até o dia 9 de julho.