A indústria de calçados Rafarillo foi fundada em 1991 em Franca. Há 20 anos, expõe seus produtos na vitrine proporcionada pela Francal. No início de suas atividades, fez parte do estande coletivo incentivado pelo Sebrae, Sindicato das Indústrias e Prefeitura. Quatro anos depois, começou a caminhar com as próprias pernas e passou a montar estande próprio. A criatividade e a presença de esportistas famosos são estratégias usadas para atrair os compradores e fechar negócios. Na última quinta-feira, enquanto arrumava as malas e preparava os produtos que apresentará na feira a partir desta segunda-feira, Válter Cintra, que comanda a empresa ao lado do irmão Clóves, falou sobre suas expectativas.
Com a experiência adquirida ao longo de duas décadas de participação na Francal, o que você espera da edição que começa nesta segunda-feira?
Estamos sentindo que será uma feira bastante diferente de todas. Nas últimas edições, a Francal foi prejudicada. Em 2013, teve a greve geral que atrapalhou bastante. No ano passado, foi a Copa do Mundo. Agora, não tem nada que impeça. Muito tem se falado de crise, mas nós não trabalhamos com este nome de crise. Estamos sempre procurando fazer algo a mais e levando algo diferente para a feira com o objetivo de surpreender o nosso cliente.
O que a Rafarillo preparou para atrair a preferência dos compradores?
A novidade será o “gira e ganha”, numa referência ao nosso sapato que é um dos que mais estão girando no País hoje. Vamos levar um roleta da sorte, que não tem resultado negativo. Algum prêmio o lojista vai ganhar, desde uma meia, um par de sapatos, desconto ou prazo maior. Acredito que será um diferencial que fará bastante sucesso. Os nossos clientes sempre vão na feira em busca de novidade.
Os investimentos que a empresa fez na atual edição da Francal são iguais aos feitos nos anos anteriores ou foi preciso pisar no freio por conta da atual economia?
Nós cortamos 50% do nosso investimento este ano. No ano passado, o nosso estande tinha 180 metros. Estamos indo com 90 metros este ano. Cortamos tudo pela metade para reduzir os gastos.
Qual é a previsão de vendas?
Nossa meta é vender 80 mil pares na feira para produzir no mês de agosto e começo de setembro. É uma projeção próxima do que fizemos no ano passado, quando vendemos 82 mil pares. Se repetirmos o desempenho de 2014, para nós, estará muito bom.
Os investimentos feitos pela direção da Francal no sentido de bancar a presença de importadores e de grandes lojistas nacionais poderão ajudar a vender mais sapato?
Fizemos várias reuniões com a direção da Francal e eles deram um passo importante para ajudar. Acredito que, só de sair da mesmice, já é um avanço. A Francal está fazendo umas coisas diferentes, está investindo e buscando alternativas. A direção fez diversas ações no mercado interno e esperamos que o retorno seja positivo.
Como foi o primeiro semestre para o setor calçadista?
Foi péssimo para todo mundo. O número de empregos caiu muito. Fizemos algumas ações e conseguimos sobreviver sem lucratividade nenhuma. Do jeito que está a carga tributária, do jeito que a coisa está acontecendo, se não tiver alguém para nos ajudar, não sei o que será da gente no segundo semestre e no ano que vem. Sou otimista, mas estou preocupado.
Qual seria a melhor medida para ajudar o setor calçadista?
O País precisa é de um líder, de uma pessoa confiável que chegue no governo e diga: “pode fazer, pode acreditar que estamos aqui na retaguarda”. O brasileiro precisa de alguém para acreditar e investir, abrir uma empresa sem medo. Falta confiança.
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