Um cenário economicamente favorável e outro, político, nem tanto. Franca começou a última década desta cobertura com grandes expectativas de crescimento no setor calçadista, impulsionado pela retomada das exportações. O que se viria nos anos seguintes, no entanto, seria o drama da sazonalidade, embora comum, com fábricas demitindo no final do ano e readmitindo empregados em seguida.
Foi também quando a cidade experimentou um período de crescimento constante de seu mercado imobiliário. Alicerçado por um bom momento econômico e por facilidades de financiamento, a construção civil impulsionou a economia em várias frentes e em Franca esse fenômeno foi sentido com o surgimento de novos empreendimentos, condomínios e prédios que alteraram a paisagem.
Na política, as eleições de 2004 foram disputadas por cinco candidatos (Cassiano Pimentel, Ruy Pieri, Gilson de Souza, Marco Aurélio Ubiali e Sidnei Franco da Rocha). Rocha (PSDB) sagrou-se o vencedor nas urnas.
Em janeiro do ano seguinte, logo no primeiro dia, a dificuldade de relacionamento entre quem entrava e quem deixava a Prefeitura, neste caso Gilmar Dominici (PT), alterou até mesmo a forma de passagem do cargo. A transição naquele ano fora realizada na Câmara e não no gabinete do prefeito como era havia décadas. Para complicar ainda mais a situação, Rocha denunciou que estava recebendo a administração com as contas bloqueadas judicialmente para atender a ordem de repasses para a Santa Casa.
O setor calçadista teve uma surpresa negativa em 2006, de impactos com os quais não contava. Foi um ano marcado pelo fechamento das fábricas de marcas tradicionais, como a Samello e Pé de Ferro, além das dificuldades financeiras passadas por outra empresa de renome: a Sândalo.
Estima-se que as três juntas representaram mais de 20% dos 3,2 milhões de pares de calçados que foram deixados de ser produzidos naquele ano.
Contraditoriamente à crise nas grandes fábricas de calçado, para os consumidores locais novidades sopraram também em 2006, quando foram anunciadas, quase de forma simultânea, a vinda das redes de hipermercados Walmart e Carrefour, que inaugurariam suas lojas com diferenças de poucos meses, sendo que a multinacional de origem francesa abriu suas portas em agosto daquele ano.
A instalação das duas grandes redes foi precedida de obras viárias milionárias e intervenção urbanística postas em prática pela Prefeitura de Franca, como forma de favorecer o fluxo de veículos que se esperava para os dois empreendimentos, separados por uma distância de menos de 500 metros.
Menos de cinco anos após sua chegada, o Carrefour anunciou o fechamento da unidade em Franca, que chegou a custar R$ 30 milhões, oficialmente por motivos de reestruturação da rede em todo o País.
A notícia veio em um momento especialmente delicado para a economia local. O ano de 2011 apresentava uma geração de empregos aquém do esperado e muito abaixo de 2010.
Em 2008, com altos índices de aprovação em seu governo, o prefeito Sidnei Franco da Rocha não tem dificuldades para se reeleger ao cargo, tendo como vice Ary Pedro Balieiro. Em segundo ficou o petista Gilson Pelizaro.
Seu segundo mandado começa em momento interessante para Franca, ainda sentindo os efeitos da expansão imobiliária. Em 2010, nada menos de 135 prédios de diferentes portes tiveram sua construção iniciada na cidade. A quantidade de novos endereços indicava que o francano começava a mudar sua preferência por moradias, optando pela segurança de um prédio ou condomínio fechado.
Nas eleições de 2012, o prefeito Sidnei Franco da Rocha consegue fazer seu sucessor, o veterinário Alexandre Ferreira, seu ex-secretário de Saúde. Pela primeira vez na história de Franca, os eleitores decidem o pleito em dois turnos, fato que ocorreu em apenas outros 50 municípios brasileiros no mesmo ano.
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