Jornal amplia tamanho e passa a divulgar fatos diários da região


| Tempo de leitura: 3 min
Comércio da Franca de 1º de fevereiro de 1969 trazia a inauguração do Cine Santo Antônio, com sessão especial do filme No Calor da Noite.
Comércio da Franca de 1º de fevereiro de 1969 trazia a inauguração do Cine Santo Antônio, com sessão especial do filme No Calor da Noite.
Na metade da década de 1960, exatamente na primeira edição de 1965, a mudança do desenho e da localização do logotipo do Comércio da Franca na primeira página eram algumas das mudanças que o jornal havia feito.  Nas páginas internas e no espaço reservados aos textos informativos na capa, era nítido que o diretor Alfredo Henrique Costa havia decidido manter um formato em que as reportagens eram menores, de mais fácil leitura, em um processo que havia começado alguns poucos anos antes.
 
Em 1967, em meio a anúncios que mostravam maravilhas tecnológicas da época, o jornal trazia um informe publicitário que marcava o início da venda de lotes para o Jardim Brasilândia, um “bairro totalmente novo que surge em Franca”. 
 
Com a reprodução da fotografia como recurso editorial, algumas inserções publicitárias vão deixando aos poucos os desenhos para trás para apostar na imagem. Em 1969, a fachada de Cine Santo Antônio, cuja sessão inaugural seria aberta apenas a autoridades convidadas, estampava a capa do Comércio. 
 
Internamente, no entanto, o uso de fotografias é limitado. O padrão adotado pelo Comércio do final da década de 60 era igual ao de muitos outros jornais daquele período. Ao contrário das revistas, como Realidade e Manchete, líderes de circulação no País, que usavam mais largamente fotografias e ilustrações feitas a mão, jornais ainda eram comedidos em relação a essa ferramenta, fosse por questões econômicas, por falta de profissionais e até mesmo pelas restrições que a tecnologia impunha, mesmo no exterior.
 
Vale lembrar que se tratava de inovações que estavam aparecendo em todas as frentes. O próprio Comércio noticiou que as donas de casa de Franca que quisessem conhecer a “novíssima” lavadora de roupas da marca Brastemp deveriam se apressar, porque a representante da marca daria explicações no Magazine Luiza entre 8 e 11 horas da manhã apenas de um dia específico.
 
Em 1970, toda a capa do jornal do dia 23 de junho era uma homenagem à seleção de Pelé, Jairzinho e Gerson, campeões do mundo naquele ano. Em outra edição, no mês de julho, uma matéria mostrava o resultado da convenção municipal do MDB de Franca, que indicava o jornalista Corrêa Neves como candidato do partido a deputado estadual. Corrêa Neves  venceu por dois votos de diferença o outro indicado, Antônio Carlos Ewbank Seixas.
 
Em abril de 1973, Corrêa Neves se uniu em sociedade com o empresário francano Delcides Essado para comprar o Comércio. O primeiro se manteve à frente do setor de jornalismo, enquanto o segundo respondia pelo departamento comercial da empresa. A parceria terminou em dezembro de 1974, quando Corrêa Neves comprou de Essado a parte dele do jornal.
 
Em 1974, outro exemplo de como os jornais do interior pautavam suas coberturas está na edição de 2 de julho, quando a manchete do dia foi a morte do líder Juan Domingos Peron, aos 78 anos, na Argentina. Com um texto chamando o leitor para a reportagem interna, a capa daquele dia exibia a foto de Evita Peron, que assumiu a presidência do vizinho país, e outra, ao lado do marido morto. 
 
Ao lado, na mesma página, a desorganização da Francana já era notícia, enquanto que o assunto principal de polícia era o combate a “maconheiros”.
 
A vida social de Franca já merecia uma cobertura mais atenta, o que cabia à coluna Augusta com você. Grandes cabelos, camisas apertadas e a moda excessiva em preto e branco também eram notícia com a colunista Patrícia e seu Roteiro Social.

Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.

Comentários

Comentários