O lançamento de bombas atômicas, em agosto de 1945, nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagazaki dá início efetivo à era nuclear. O Império Japonês recusava se render aos aliados, enquanto que a Alemanha, mais de dois meses antes, já o tinha feito. O reconhecimento da derrota por Alemanha e Japão colocou fim a uma guerra que deixou perto de 70 milhões de mortos em todo o mundo.
O fim da guerra e o desejo de acabar com o legado nazista na Europa central levaram à repartição do velho continente entre os blocos capitalista e socialista, liderado pela União Soviética. Tem início o período clássico da Guerra Fria, que durou até 1989, com a derrubada do muro de Berlin - construído em 1961 para separar os lados ocidental e oriental da cidade - e a abertura (perestroika) russa.
Da mesma maneira que arrasou países, o conflito deu sua contribuição para o desenvolvimento da indústria, da medicina, da logística e da tecnologia em várias frentes.
Foi em 1946, por exemplo, que pesquisadores americanos da Eletronic Control Company apresentam o Eniac, sigla em inglês para computador e integrador numérico eletrônico. O avô dos atuais desktops e notebooks foi idealizado para determinar cálculos balísticos na guerra, mas não ficou pronto a tempo.
Nas ruas das principais cidades americanas já se podia ver saias longas sendo usadas por mulheres até então proibidas pelo governo para evitar desperdício de tecidos durante o tempo em que o País esteve envolvido na guerra.
Outro reflexo, sentido também no Brasil, foi a enxurrada de carros pintados em cores terra, verde musgo, preto e em menor escala na cor branca. As tintas eram sobras das indústrias químicas que haviam passado os últimos anos trabalhando para pintar tanques, navios e aviões militares. Coube à indústria automobilística arcar durante muito tempo com o que sobrou.
Em 14 de maio de 1948, David Ben Gurion, presidente da Agência Judaica para a Palestina, com o apoio da ONU (Organização para as Nações Unidas), criada logo após o fim da Segunda Guerra em substituição à Liga das Nações, declara criado o Estado de Israel, um país autônomo e livre do controle britânico no Oriente Médio e que mudaria radicalmente as relações diplomáticas naquela região até os dias de hoje.
Nas artes, o período era de revolução. Em 1949, a gigante RCA anunciava ao mundo o lançamento de suas vitrolas automáticas supermodernas apenas um dia depois da concorrente, a Columbia Records apresentar detalhes de sua mais recente inovação: o disco de sete polegadas com microssulcos. Ainda neste ano é apresentado aos americanos o sistema de transmissão de sinais de TV em cores.
Nos cinemas, enquanto a companhia 20th Century Fox anuncia que passaria todo o seu acervo de filmes para um novo formato, para grandes telas horizontais, chamado de cinemascope, Marilyn Monroe se transformava em um ícone ao estrelar Os homens preferem as louras, enquanto que A um passo da eternidade, com Debora Kerr e Burt Lancaster, era quase banido por causa da famosa cena do beijo na praia.
Os Estados Unidos foram diretamente beneficiados pela duração da Segunda Guerra. Com seu território distante dos principais palcos de confronto, sua indústria, puxada pelo setor bélico, conseguiu se desenvolver, fugindo completamente do impacto de poucos anos antes, com a Grande Depressão.
A economia local estabelece um novo padrão de consumo, de casas a viagens, de aparelhos de TV a carros, criando o American Way of Life, difundido internacionalmente como o melhor estilo de vida que o dinheiro podia comprar, num amálgama de sentimentos e nacionalismo que transformaria o País na primeira potência econômica mundial em poucas décadas.
NA MÚSICA, LUIZ GONZAGA SE DESTACAVA NO BRASIL
Na música brasileira, o sucesso era alcançado quando o artista ganhava destaque na Rádio Nacional, principal emissora radiofônica da época. Francisco Alves, Dick Farney, Emilinha Borba e Marlene eram nomes que não deixavam o topo das paradas musicais. Em 1947, a emblemática Asa Branca conquistava todo o País na voz de Luiz Gonzaga. Nos EUA, os anos que antecederam o estouro do rock n’ roll foram marcados pela música pop tradicional americana, que tinha como representantes o jovem Tony Bennett, Frank Sinatra, Perry Como e Patti Page.
UM BEIJO QUENTE NO CINEMA
Lançado em 1953, A um passo da eternidade acompanha as histórias de dois soldados e um sargento em uma base militar no Havaí e se situa às vesperas do ataque na estação de Pearl Harbor. A famosa cena do beijo na praia surpreendeu a indústria cinematográfica por conta de seu tom extremamente sensual. Em razão disso, a (Associação Americana de Filmes) proibiu o uso de fotos da cena na divulgação da película.
AH, MARILYN!
Nascida em 1° de junho de 1926 em Los Angeles, Califórnia, com o nome de Norma Jeane Mortenson, Marilyn Monroe foi um dos maiores símbolos sexuais do cinema mundial. Após alguns papeis pequenos em O segredo das joias (1950) e A malvada (1950), sua carreira decolou com Os Homens Preferem as Loiras (1953), filme que a tornou conhecida como “a loira fatal”. Conquistou a crítica especializada com seus trabalhos em Nunca fui santa (1956) e Quanto mais quente melhor (1959), este responsável por seu único Globo de Ouro. Casou-se três vezes, a primeira antes da fama, a segunda com o jogador de beisebol Joe DiMaggio e a terceira com o escritor Arthur Miller. Dentre seus affairs, envolveu-se com o cantor Frank Sinatra e com o ator Marlon Brando, mas seu mais importante relacionamento foi com o ex-presidente americano John F. Kennedy. Marilyn morreu aos 36 anos, em 5 de agosto de 1962, por overdose de barbitúrico, em sua cidade natal.
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