Indústria de Franca se impõe e cidade se apresenta como polo calçadista


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A tradicional Praça Barão, localizada no Centro de Franca, já funcionava na década de 40 como uma pequena bolsa de negócios informais
A tradicional Praça Barão, localizada no Centro de Franca, já funcionava na década de 40 como uma pequena bolsa de negócios informais
As informações contidas na edição do Almanaque de Franca, publicado no ano de 1943, revelam dados interessantes da cidade naquela quase metade do século, embora não seja possível atestar a veracidade de tudo o que está publicado em suas páginas.
 
Além do próprio estilo, sempre ufanista em relação às ações de prefeitos que passaram por Franca em anos anteriores, figuras do Poder Judiciário e autoridades eclesiásticas, o livro é um retrato pronto e acabado de como grande parte da produção literária ordinária era feita em pleno Estado Novo, a ponto de em sua terceira página estar estampada não alguma imagem local, da cidade, mas a foto do presidente Getúlio Vargas.
 
Ao detalhar o número de nascimentos, mas ainda mais de casamentos e batizados, ficava claro que a religião católica era quase um consenso entre a população, pouco espaço sobrando para outras liturgias. 
 
Esses dados, separados por cartórios da “cidade” e da Estação, mostram que Franca ainda se ressentia dessa divisão de terreno, demonstrando que tanto para quem administrava a cidade quanto para quem morava nela, o Centro e o bairro originado com a estação da Companhia Mogiana eram realidades praticamente distintas dentro do mesmo município.
 
Era também no DIP, o famigerado Departamento de Imprensa e Propaganda do Governo Vargas, que estavam registrados e de onde eram acompanhados de perto por seus agentes todos os jornais, revistas e emissoras de rádio daqueles anos. Em Franca, o Comércio da Franca, o Diário da Tarde, A Bomba, Nova Era e a Revista de Santa Rita eram algumas das publicações em circulação na metade de década de 1940.
 
Na indústria, Franca continuava com crescimento do setor de calçados, mesmo que os números pareçam insignificantes hoje. Até 1953, 23 grandes fábricas já funcionavam na cidade.
 
As maiores empresas, sobretudo a ligadas ao setor de vulcanização e aquelas que forneciam maquinários para a indústria, conseguiam um nível de produção que excedia a necessidade local, lançando-se assim na procura por clientes fora dos limites de Franca.
 
No Centro, a Praça Barão já funcionava como uma pequena bolsa de negócios informal. A negociação de bens e em determinados momentos a fixação de preços para mercadorias tinham início na praça, que comercializava de gado a pedras preciosas, atraindo compradores de outras regiões.
 
A rua Evangelista de Lima era o endereço do prédio da antiga Estalagem dos Tropeiros, local de passagem das tropas do gado que vinham de Goiás, bem como os comboios e sal, vindos do litoral paulista. O prédio ficava na esquina com a rua Couto Magalhães e foi demolido nos anos 60. A imagem, feita no final dos 1940, mostra o edifício à equerda, logo após a pequena ponte sobre o córrego dos Bagres

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