O financiamento da Companhia Siderúrgica Nacional, na cidade de Volta Redonda (RJ), no final dos anos 30, é comumente pintado com cores nacionalistas que mostram a amizade entre o presidente americano à época, Franklin Delano Roosevelt, e o brasileiro, Getúlio Vargas.

 

Entretanto, pouco havia de bonito ou de bom mocismo no dinheiro emprestado pelo Eximbank, uma espécie de BNDES dos Estados Unidos, ao Brasil. O governo americano estava de olho era nas pretensões de Vargas, que abertamente flertava com a Itália e a Alemanha, países que se uniram ao Japão na Segunda Guerra Mundial.

 

Os Estados Unidos precisavam, sim, de muito aço para os seus esforços de guerra, mas a Usina de Volta Redonda foi um presente e ao mesmo tempo um recado a Vargas na tentativa de demovê-lo da intenção de apoiar o Eixo.

 

Antes que a Segunda Guerra alterasse a ordem mundial, um conflito intermediário, a Guerra Civil Espanhola, entre 1936 e 1939, serviu de palco para os interesses da política internacional os mais diversos, do comunismo de Joseph Stalin, líder russo, a práticas militares alemãs, que usaram a Espanha para desenvolver e testar a aplicabilidade de armamentos e técnicas que mais tarde seriam utilizadas no restante da Europa.

 

A Guerra Civil espanhola, imortalizada na tela “Guernica”, do pintor espanhol Pablo Picasso, foi um conflito complexo em sua estrutura, envolvendo grupos nacionalistas e fascistas, com o apoio do Exército, igreja católica e latifundiários, de um lado, e pelo governo republicano espanhol, amparado pelos sindicatos, partidos de esquerda e grupos de esquerda internacionais. 

 

Ao seu final, deixou mais de 400 mil mortos e 500 mil prédios em ruínas pelas principais cidades espanholas. Estima-se que a renda per capta tenha sofrido uma redução de quase 35% já nos meses seguintes ao fim da guerra, levando a Espanha a uma estagnação econômica que duraria quase três décadas.

 

No restante da Europa, a conjuntura política era a pior possível. Após a vitória do Partido Nazista, em 1933, e um discurso inflamado de Adolf Hitler, o nazismo cresce na Alemanha, facilitado pelo ânimo de insatisfação da população.

 

No dia 1º setembro de 1939, data que é consenso entre muitos historiadores, tem início a Segunda Guerra Mundial com a invasão da Polônia pelas tropas alemãs. Dois dias depois, o Reino Unido e a França declaram guerra à Alemanha. 

 

No ano seguinte, França, Bélgica e Holanda são igualmente invadidos pelos alemães. Em 1941, as tropas de Hitler chegam à União Soviética e no Oceano Pacífico, os japoneses formam a principal frente de batalha. Em dezembro daquele ano, a força aérea imperial japonesa desfecha um ataque à base naval americana de Pearl Harbor, no Havaí, num dos acontecimentos mais conhecidos da Segunda Guerra e que foi determinante para os Estados Unidos entrarem no conflito.

 

Em 1942, após pressões dos aliados e internas, o presidente Getúlio Vargas, a contragosto, também declara guerra aos países do Eixo. O Brasil agrário e analfabeto, simpatizante dos alemães e do fascismo italiano, toma posição, embora sua participação efetiva, com o envio de 25 mil soldados, se desse apenas em julho de 1944. Concentrados na Itália, os pracinhas atuaram como parte do Quinto Exército Americano.

 

A Força Expedicionária Brasileira (FEB), relativamente pequena, participou de batalhas que já delineavam o fim da guerra na Europa, embora tenha desempenhado bem o papel confiado. Ao final, perto de 450 soldados, 13 oficiais e seis pilotos morreram, além de 12 mil brasileiros feridos.

 

Indiretamente, a Segunda Guerra Mundial apressou o fim do Estado Novo de Getúlio Vargas, que não tinha mais espaço para um regime ditatorial baseado em ideologias que ele foi obrigado a combater.

 

Recentemente, documentos encontrados nos arquivos dos departamentos de Defesa e de Estado dos Estados Unidos revelaram um plano audacioso do presidente Roosevelt para o Brasil em relação à guerra. 

 

Uma invasão ao Nordeste brasileiro com algumas dezenas de milhares de soldados e fuzileiros americanos já estava completamente desenhada e prestes a ser colocada em prática, caso Vargas não abrisse o território para os aliados.

 

 

CARMEM MIRANDA BRILHA NOS EUA

 

Após tornar-se a artista mais bem paga das rádios brasileiras, Carmen Miranda dava um grande passo em sua carreira: tentava agora conquistar os Estados Unidos. Em 1939 estrelou em seu último filme brasileiro, Banana da Terra, onde apresentou a emblemática O que é que a baiana tem? com o figurino que se transformou em sua marca registrada: turbantes, saias, pulseiras, colares, frutas na cabeça e sandálias plataforma. Ainda em 39, a Pequena Notável seguiu para Nova York, contratada para participar do musical The Streets of Paris,  na Broadway. Depois de ganhar notoriedade em teatros por todo o país, fez sua primeira aparição no cinema americano em 1940, no filme Serenata Tropical. Ainda no mesmo ano, apresentou-se na Casa Branca para o então presidente Franklin D. Roosevelt. Nos anos seguintes, apareceu em diversos outros filmes, como Uma Noite no Rio (1941), Aconteceu em Havana (1941), Serenata Boêmia (1944) e Alegria, Rapazes! (1944). Foi a mulher 

mais bem paga dos Estados Unidos em 1944. 

 

 

ADOLF HITLER

 

Nasceu em Braunaun  Am Inn, Áustria, no dia 20 de abril de 1889. Na eclosão da I Guerra Mundial, já vivendo na Alemanha, alistou-se ao exército e foi condecorado com a Cruz de Ferro por suas feridas em combate. Filiou-se ao Partido Trabalhista Alemão em 1919 e tornou-se figura de liderança em pouco tempo. Três anos depois, fundou o Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores, também conhecido como Partido Nazista. Tentou dar um golpe de estado, mas não foi bem sucedido. Condenado a cinco anos de prisão, cumpriu nove meses. Em 1925, já fora da prisão, reconstruiu o Partido Nazista e preparou-se para ganhar o poder nas eleições. Tornou-se chanceler da Alemanha em 1933, mas o cargo não durou muito: rapidamente tornou-se ditador e instaurou o III Reich, substituindo por um regime totalitário o governo constitucional. Com o nacional socialismo estabelecido, repreendeu com violência sua oposição. Em 1935, as Leis de Nuremberg foram criadas e o extermínio de judeus, ciganos, comunistas e homossexuais ficou conhecido como a Solução Final. Com a Alemanha conquistada, o III Reich passou a ser expandido com a anexação da Áustria e invasão à Tchecoslováquia em 1938. Após o ataque à Polônia, no ano seguinte, entrou em guerra contra a França e o Reino Unido, o que deu início à II Guerra Mundial. Em 1945, já com a guerra praticamente perdida, Hitler se isolou no bunker da chancelaria de Berlin. Casou-se com Eva Braun no dia 29 de abril do mesmo ano e, no dia seguinte, os dois se suicidaram.