‘Comércio da Franca’ começa a dar atenção aos problemas locais


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Edição de 17 de dezembro de 1937 traz anúncios interessantes: de parteira a remédio que evita cabelos brancos e calvície
Edição de 17 de dezembro de 1937 traz anúncios interessantes: de parteira a remédio que evita cabelos brancos e calvície
A forma como o jornal Comércio da Franca se apresentava em 1935, 20 anos depois de sua fundação, mostrava uma grande evolução para a época no que diz respeito ao seu conteúdo. Ricardo Pucci, diretor responsável, e o redator Antônio Constantino apresentavam assuntos mais diretamente ligados ao leitor local, embora ainda fossem abundantes os textos leves e de caráter literário.
 
Na edição de janeiro daquele ano, de suas seis páginas, duas delas traziam o orçamento do município de Franca para o exercício que estava começando.
 
O orçamento dava a publicação dos vencimentos do prefeito e de outros funcionários, especificando quanto cada um ganharia, incluindo os fiscais para os distritos de Cristais, São José da Bela Vista, Restinga, Ribeirão Corrente, Covas e Jeriquara.
 
Uma preocupação, que tomou o alto da primeira página, dizia respeito ao futuro da Companhia Francana de Força e Luz, que, depois de comprada pela Empresas Eléctricas Brasileiras, passou a praticar preços escorchantes contra a população e comerciantes.
 
Curiosamente, dois anos mais tarde, já após a decretação do Estado Novo, em 10 de novembro de 1937, por Getúlio Vargas, o jornal não trouxe nenhuma informação sobre a instituição do regime, que criava um estado ditatorial no Brasil. Nas três edições seguintes, nos dias 14, 21 e 28, apenas a primeira trouxe uma menção muito indireta e superficial à situação política vivida no País naquela época.
 
Nos anúncios, o jornal segue o avanço da padronização da época publicando reclames mais elaborados. As propagandas voltadas para o consumo de produtos de beleza, especialmente dirigidos às mulheres, tornam-se constantes.
 
Na sequência de publicações que percorrem toda uma década, o jornal alternou suas publicações com edições em quatro ou seis páginas; eventual e raramente em oito páginas. As explicações mais razoáveis podem estar ligadas ao custo da produção e à quantidade de anunciantes garantidos para cada edição.
 
Mesmo mantendo ainda uma linha que dava muito espaço para a publicação de artigos e contos, a notícia direcionada ao leitor de Franca começou, nesta fase, a ganhar um espaço que até então não tinha.

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