O mundo desaba com a queda da bolsa de Nova York; recuperação foi difícil


| Tempo de leitura: 3 min
Em 1929, quebra da Bolsa de Nova York foi o primeiro grande desastre econômico mundial. Notícia foi publicada em todo o mundo
Em 1929, quebra da Bolsa de Nova York foi o primeiro grande desastre econômico mundial. Notícia foi publicada em todo o mundo
Quando as economias de vários países foram sacudidas, em 2008, com resultados negativos em cascata, quebra de bancos e endividamento de nações motivadas pela bolha imobiliária nos Estados Unidos, muita gente pode ter sido pega de surpresa e se perguntado como um evento localizado, de uma única natureza, poderia atingir uma escala global na proporção em que se deu.
 
No entanto, a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, foi, de fato, o primeiro grande desastre econômico mundial, muito antes da palavra “globalização” tomar conta dos noticiários e se tornar corriqueira.
 
Em linhas gerais, é possível explicar o episódio como um excesso de confiança de grandes conglomerados econômicos americanos, que passaram a financiar a reconstrução de vários países europeus, devastados após a Primeira Guerra Mundial.
 
Em todas as frentes, da siderurgia à fabricação de veículos, da indústria bélica a hospitais e bancos, os Estados Unidos passaram a financiar de tudo, elevando a categoria de suas empresas, permitindo que as ações tivessem rápida valorização junto à bolsa de Nova York.
 
Toda a dinheirama que chegava não tinha lastro e a falta de liquidez era omitida dos acionistas por questões óbvias e por excesso de otimismo. A euforia do capital, entretanto, durou pouco.
 
Quando os países europeus começaram a se estabilizar e a se reerguer dos prejuízos causados pela guerra, as empresas americanas viram cair seu poder de negociação e consequente rentabilidade. Os preços das ações, grande parte dela adquirida por cidadãos americanos, despencou.
 
No dia 28 de outubro daquele ano, o prédio da bolsa em Nova York entrou em desespero. Quatro dias antes, a venda de ações, antes tão valorizadas, por preços irrisórios já dava sinais suficientes de que algo não ia bem na terra das oportunidades. 
 
Na manhã do dia 29, ações, que poucos meses antes eram negociadas a US$ 48, passaram a ser oferecidas a US$ 11. Sem interessados, fechou em US$ 1. As maiores quedas atingiram os grupos de investimentos, até então com performance de dar inveja.
 
Se num primeiro momento as maiores vítimas foram os acionistas, gente comum que depositou confiança nos papeis da bolsa de Nova York, em seguida vieram grandes conglomerados, falidos da noite para o dia.
 
A Grande Depressão, que foi como o período ficou conhecido, quebrou não apenas os Estados Unidos, mas praticamente todos os países que mantinham relações econômicas com a incipiente potência.
 
No Brasil
Não há muito consenso entre historiados sobre os efeitos da quebra da bolsa sobre a economia brasileira. Enquanto uns defendem que seu impacto foi percebido em poucos dias, outros ponderam que as limitações impostas ás economias mundiais chegou ao Brasil apenas meses depois, já com o presidente Getúlio Vargas empossado, em novembro.
 
Como os Estados Unidos eram os maiores compradores do café brasileiro, a importação, pelos americanos, foi reduzida, levando ao aumento do produto estocado no Brasil e consequente baixa dos preços.
 
Na tentativa de regular o preço da saca, o governo brasileiro mandou queimar perto de 80 milhões de sacas de café, o que ajudou a recuperar minimamente o preço pago ao produtor.
 
Para muitos pesquisadores, o impacto gerado na economia brasileira pode ser visto também como fator que trouxe reflexos teoricamente positivos em médio e longo prazos. 
 
Com a ressaca econômica, muitos produtores agrícolas desistiram do café, apostando na indústria, que mal começava a surgir no Brasil.

Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.

Comentários

Comentários