Enquanto os poucos engenhos de cana restantes após o final do século 19 ainda permaneciam em funcionamento na zona rural de Franca, antes de completadas as três primeiras décadas do século passado, uma nova vocação no campo, mais tarde também diminuída, começava a surgir. Em 1927, o rebanho bovino pertencente ao município chegava a 600 mil cabeças, segundo relatórios apresentados na edição do Almanaque de Franca, de 1943.
A característica era de uma cidade em formação. Exemplo disso estava na Escola Profissional, onde hoje se localiza da Escola Técnica Estadual “Doutor Júlio Cardoso”. Com 160 alunos, era a mais conceituada antes do final da década de 1920 e exclusivamente masculina.
Com uma preocupação estética e urbanística que começava a ser difundida, Franca via sua medicina dar passos significativos para aquele tempo, fato esse que pode ser exemplificado pela fundação da Sociedade Médico Cirúrgica, em 1928.
Nos arredores da Praça “Nossa Senhora da Conceição”, os recursos estilísticos disponíveis começavam a aparecer em casarões e novas edificações.
O ajardinamento da praça e o novíssimo sistema de iluminação tornam-se motivo de orgulho, ainda mais ampliado com a construção do Hotel Francano, onde hoje se localiza o banco Itaú, cuja existência está restrita a fotografias.
Comemorado como um dos grandes hotéis construídos no interior do Brasil, o Hotel Francano sofreu com a decadência até ser abandonado perto de cinco décadas depois e demolido em 1981.
A produção anual de 280 mil sacas de café faz atrais empresas e indústrias de diferentes ramos. Com isso, a economia se diversifica com fábricas de fósforos, camisas, calçados, vassoura, farinha, papelarias e tipografias, o que acaba atraindo agências bancárias importantes como o Banco do Brasil, já instalada, Banco Comercial do Estado de São Paulo, Casa Hygino Caleiro e Casa Bancária Andrade Martins.
Enquanto o Ateneu Francano preparava a primeira leva de contadores formados, os administradores da biblioteca do Grêmio Literário Francano comemoravam a conquista de cinco mil livros em seu acervo.
Quase nove décadas atrás e um detalhe aproxima as duas cidades, a de ontem e a de hoje: já era possível notar preocupação com a frota em circulação em Franca e na região, que chegava a 650 veículos.
Foi nesse contexto que jovens francanos se lançaram numa empreitada histórica, em 1932. Com perto de 700 homens alistados, muitos com menos de 18 anos, o Batalhão de Caçadores de Franca é enviado a diferentes frentes de combate durante a Revolução Constitucionalista de 1932, depois de ficar inicialmente concentrado em Rifaina.
Do grupo, o primeiro a morrer foi Mário Masini, no dia 25 de agosto, na cidade de Eleutério, em Minas Gerais. Outros oito combatentes, parte dos “Voluntários da Franca”, morreram no conflito.
O INÍCIO DA ESCOLA INDUSTRIAL
A Escola Profissional de Franca foi fundada em 1924 no prédio onde hoje está instalada a Etec Dr. Júlio Cardoso. Durante três anos funcionou apenas como Estabelecimento Masculino de Educação e tinha dois cursos industriais: Mecânica de Máquinas e Marcenaria, que atendiam 160 alunos. A partir de 1927, a instituição passou a receber alunas para os cursos de corte e costura, rendas e bordados, flores e chapéus, pintura e decoração e roupas brancas. O nome passou a ser Escola Profissional Mista e perdurou até 1945, quando foi alterado para Escola Industrial, sua alcunha mais conhecida.
FILMES DE CHARLES CHAPLIN FAZEM SUCESSO NOS CINEMAS
Foi no fim da década de 20 e início da década de 30 que Charles Chaplin produziu alguns de seus mais memoráveis filmes. Em 1925, dirigiu, roteirizou e atuou em Em Busca do Ouro, seu filme de maior sucesso nas bilheterias e, segundo o próprio artista, o filme pelo qual gostaria de ser lembrado. Dois anos depois, O Circo (1928) foi produzido em um período conturbado na vida de Chaplin, mas rendeu a ele seu primeiro Prêmio da Academia, antes do nome Oscar ser adotado. Os filmes mudos já estavam em decadência quando Luzes da Cidade (1931) foi lançado, mas Chaplin conseguiu mantê-lo sem falas por ser um dos produtores e distribuidores da United Artists, responsável pelo filme. Foi o último longa mudo do artista, já que Tempos Modernos (1936) traria, anos depois, rápidas falas durante sua exibição, apesar dos diálogos principais ainda serem apresentados em letreiros e mímicas.
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