Moda e música revolucionam costumes


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Primeira foto publicada no 'Commercio'
Primeira foto publicada no 'Commercio'
Moda e música revolucionam costumes
A segunda metade dos anos 1910 trazia consigo muito estrangeirismo em seus costumes, roupas, modos de entretenimento. A cultura europeia dominava das artes ao corte de cabelo. Ninguém, que tivesse um pouco de dinheiro na época, deixava de acompanhar as novidades vindas principalmente de Paris.
 
Para os homens, o ideal era um terno, prático para todos os dias, e um chapéu, que completava a indumentária e não sofreria muitas transformações por até cinco décadas seguintes.
 
O conservadorismo das roupas não se aplicou às mulheres. Novidades chegavam do velho continente. 
 
O nome da estilista francesa Coco Chanel aparece pela primeira vez em 1916, restrito a Paris, após vestir a si mesma e a outras mulheres com os seus ternos sóbrios e chiques.
 
Em 1921 ela lançaria o seu imortal perfume Chanel nº5 e em 1926 ela apresenta o seu primeiro vestido preto, cor normalmente usada até então só em velórios, e que seria, duas décadas depois, difundido no mundo todo. 
 
 
Cinema mudo e galãs sem voz
O cinema, inventado pelos irmãos Lumière pouquíssimo tempo antes - em tese no ano de 1895 -, arrastava multidões para as salas que se emocionavam ao ver Rodolfo Valentino, o maior galã da época, com o filme 
 
O Sheik. Era o tempo do cinema mudo e das películas de Charles Chaplin e Buster Keaton, as aventuras de Douglas Fairbanks ou os romances de Clara Bow. O primeiro filme falado surgiria apenas em 1927, mas a simples discussão em torno do “cinematographo falante” e da colocação da fala junto às cenas gerava debates acaloradas entre defensores, críticos, diretores e a indústria.
 
 
Ford bigode começava a dominar as ruas
No Brasil, a palavra da vez na década de 1920 era Ford. A montadora americana desembarcou em São Paulo, em 1919, onde passou a montar o Ford T, que aqui foi apelidado de Ford Bigode. Em 1920, as primeiras unidades de caminhões TT, trazidas encaixotadas da fábrica nos Estados Unidos, pelo porto de Santos, também começariam a ser montadas. Os carros alteraram definitivamente o panorama nas cidades e, de forma direta e indireta, serviram para estratificar ainda mais a sociedade brasileira. Os veículos rapidamente tomariam o lugar das carroças, das carruagens, equipariam polícias e bombeiros.
 
 
A fotografia nas páginas do Comércio
Em um cenário atual em que a educação muitas vezes é deixada em segundo plano, o Comércio da Franca tem entre os seus feitos honrosos o de ter como a primeira foto estampada em sua capa a imagem de um professor. O rosto de Amalio de Barros está na primeira página do dia 4 de agosto de 1915, ainda na gestão de José de Mello, na edição de número seis do impresso. A foto aparece na página 1, mas o texto relativo a ela está na página seguinte e anuncia que Barros havia chegado à cidade para fazer parte do corpo docente do grupo escolar “Coronel Franciso Martins”. O jornal o classificou como exímio musicista, desejava boas-vindas ao profissional da educação e estendia os cumprimentos ao estabelecimento de ensino pela “boa aquisição”. 

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