Dez anos antes, lá em 1975, Franca se firmava como a capital nacional do basquete. Nosso time disputava um campeonato mundial e nós tudo registrávamos. Não chegamos ao título, mas ser o segundo melhor time do mundo é motivo de orgulho e muita festa em Franca e em nossas páginas. Em 1980, a história se repete. No domingo, 5 de outubro, nosso basquete é novamente vice-campeão mundial de clubes. A vitória foi apertada - 81 a 80 - contra o Bosna, da Iugoslávia. O primeiro lugar já havia sido garantido por um time de Israel. A competição foi disputada em Sarajevo, mas a distância não foi impedimento para que descrevêssemos a tensão e emoção vivida por nossos heróis na partida. Foi uma virada na base da raça. E no final, Hélio Rubens foi fotografado comemorando. Esse registro, claro, ganhou nossas páginas.
Esses anos foram mesmo gloriosos para o esporte francano. Em 1977, a Francana ganhava uma vaga na primeira divisão do futebol paulista. Como comemoramos tal feito... Era dia 4 de dezembro, um domingo. O estádio ‘José Lancha Filho‘, lotado. Um público recorde de cerca de 20 mil pessoas viu a Veterana derrotar o Araçatuba por 2 a 0 e conquistar uma vaga na Divisão Especial. Não circulávamos às segundas-feiras, mas esta era diferente e uma edição extra foi lançada para eternizar a conquista. Em 10 páginas, brindamos o nosso povo com imagens do jogo, das arquibancadas lotadas e da comemoração dos torcedores com bandeiras nas ruas. A festa foi tão grande que o prefeito à época, Maurício Sandoval Ribeiro, decretou ponto facultativo nas repartições públicas municipais. E seguimos a Francana, entre os grandes clubes de São Paulo, até 1982.
Mas nem só de festa foi o final da década de 70. Denúncias contra o Hospital Psiquiátrico de Brodowski fizeram com que mandássemos uma equipe até a cidade vizinha. Era 10 de janeiro de 1979. No ano anterior, quatro suicídios no manicômio tinham sido publicados em nossas páginas. Lá chegando, conseguimos flagrar - em fotos - enfermeiros agredindo um paciente e também tentando tomar a câmera do nosso fotógrafo. A foto da agressão estampou nossa primeira página do dia 11 e abriu a série de reportagens Um ninho estranho. O hospital foi fechado anos depois.
Nessa época, nossa região era aterrorizada pelo “bandido da Cartucheira”. Ramiro Matilde Siqueira fez vítimas em vários Estados a partir da década de 70. Costumava usar uma cartucheira para matar as pessoas - daí seu apelido -, mas essa não era sua única arma. Fez dez vítimas em nossa região, principalmente trabalhadores rurais das mineiras Passos e Sacramento. Foi desta cidade que nossa reportagem relatou, em 1980, as mortes do lavrador José Silvério do Nascimento e de sua Maria Martins. Ramiro matou os dois a golpes de machado. Antes, estuprou e picou as partes íntimas da mulher. Publicamos fotos do local dos assassinatos e entrevistas com familiares das vítimas.
As barbáries do ‘bandido da cartucheira‘ ganharam a imprensa nacional. No dia 11 de setembro do mesmo ano, o serial killer foi preso em Corumbaíba (GO), depois de atirar em um recenseador do IBGE, num casebre na zona rural, que escapou ileso e denunciou à polícia o paradeiro do assassino. Alugamos um avião e enviamos uma equipe de reportagem, que entrevistou o bandido. O fim de Ramiro foi em 1981, aos 33 anos, quando foi encontrado morto em sua própria cela. Disseram, à época, que o terror da zona rural dos Estados de São Paulo, Minas e Goiás, que matava para roubar, morrera de ataque cardíaco.
Ainda na década de 1970, um grande incêndio consumiu a indústria química POLICOURO. Era 11 de outubro de 1977, e lá fomos cobrir a violência das chamas. Segundo relatos do nosso editor Sidnei Ribeiro, a máquina fotográfica do jornal chegou a cair no meio do incêndio, mas foi recuperada e as imagens captadas pelo fotógrafo Paulo Bilheirus não se perderam e estamparam a edição do dia seguinte.
Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.