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Capa do Comércio da Franca de 18 de setembro de 1975
Capa do Comércio da Franca de 18 de setembro de 1975
Dez anos antes, lá em 1975, Franca se firmava como a capital nacional do basquete. Nosso time disputava um campeonato mundial e nós tudo registrávamos. Não chegamos ao título, mas ser o segundo melhor time do mundo é motivo de orgulho e muita festa em Franca e em nossas páginas. Em 1980, a história se repete. No domingo, 5 de outubro, nosso basquete é novamente vice-campeão mundial de clubes. A vitória foi apertada - 81 a 80 - contra o Bosna, da Iugoslávia. O primeiro lugar já havia sido garantido por um time de Israel. A competição foi disputada em Sarajevo, mas a distância não foi impedimento para que descrevêssemos a tensão e emoção vivida por nossos heróis na partida. Foi uma virada na base da raça. E no final, Hélio Rubens foi fotografado comemorando. Esse registro, claro, ganhou nossas páginas.
 
Esses anos foram mesmo gloriosos para o esporte francano. Em 1977, a Francana ganhava uma vaga na primeira divisão do futebol paulista. Como comemoramos tal feito... Era dia 4 de dezembro, um domingo. O estádio ‘José Lancha Filho‘, lotado. Um público recorde de cerca de 20 mil pessoas viu a Veterana derrotar o Araçatuba por 2 a 0 e conquistar uma vaga na Divisão Especial. Não circulávamos às segundas-feiras, mas esta era diferente e uma edição extra foi lançada para eternizar a conquista. Em 10 páginas, brindamos o nosso povo com imagens do jogo, das arquibancadas lotadas e da comemoração dos torcedores com bandeiras nas ruas. A festa foi tão grande que o prefeito à época, Maurício Sandoval Ribeiro, decretou ponto facultativo nas repartições públicas municipais. E seguimos a Francana, entre os grandes clubes de São Paulo, até 1982.
 
Mas nem só de festa foi o final da década de 70. Denúncias contra o Hospital Psiquiátrico de Brodowski fizeram com que mandássemos uma equipe até a cidade vizinha. Era 10 de janeiro de 1979. No ano anterior, quatro suicídios no manicômio tinham sido publicados em nossas páginas. Lá chegando, conseguimos flagrar - em fotos - enfermeiros agredindo um paciente e também tentando tomar a câmera do nosso fotógrafo. A foto da agressão estampou nossa primeira página do dia 11 e abriu a série de reportagens Um ninho estranho. O hospital foi fechado anos depois.
 
Nessa época, nossa região era aterrorizada pelo “bandido da Cartucheira”. Ramiro Matilde Siqueira fez vítimas em vários Estados a partir da década de 70. Costumava usar uma cartucheira para matar as pessoas - daí seu apelido -, mas essa não era sua única arma. Fez dez vítimas em nossa região, principalmente trabalhadores rurais das mineiras Passos e Sacramento. Foi desta cidade que nossa reportagem relatou, em 1980, as mortes do lavrador José Silvério do Nascimento e de sua Maria Martins. Ramiro matou os dois a golpes de machado. Antes, estuprou e picou as partes íntimas da mulher. Publicamos fotos do local dos assassinatos e entrevistas com familiares das vítimas. 
 
As barbáries do ‘bandido da cartucheira‘ ganharam a imprensa nacional. No dia 11 de setembro do mesmo ano, o serial killer foi preso em Corumbaíba (GO), depois de atirar em um recenseador do IBGE, num casebre na zona rural, que escapou ileso e denunciou à polícia o paradeiro do assassino. Alugamos um avião e enviamos uma equipe de reportagem, que entrevistou o bandido. O fim de Ramiro foi em 1981, aos 33 anos, quando foi encontrado morto em sua própria cela. Disseram, à época, que o terror da zona rural dos Estados de São Paulo, Minas e Goiás, que matava para roubar, morrera de ataque cardíaco.
 
Ainda na década de 1970, um grande incêndio consumiu a indústria química POLICOURO. Era 11 de outubro de 1977, e lá fomos cobrir a violência das chamas. Segundo relatos do nosso editor Sidnei Ribeiro, a máquina fotográfica do jornal chegou a cair no meio do incêndio, mas foi recuperada e as imagens captadas pelo fotógrafo Paulo Bilheirus não se perderam e estamparam a edição do dia seguinte.

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