
Por muito tempo o homem escreveu nas pedras. Quem assistiu ao filme Os dez mandamentos terá visto a cena em que Moisés recebe as Tábuas da Lei que eram... de pedra! O que se escrevia na pedra ficava gravado para sempre. Em Roma, que foi detentora de império extenso, os decretos dos césares, governadores à época, eram gravados em pedras e também em placas de argila fixadas nos muros para que a população deles tomasse conhecimento.
Nesse mesmo período, no Egito, alguns sábios inventaram uma forma diferente de manter bem conservado o que se escrevia- fossem leis, história ou poemas. Os egípcios criaram a escrita no papiro. Papiro era o nome de uma planta nativa muito conhecida por hebreus, babilônios e povos do norte da África. Por volta de 2500 a.C. os egípcios desenvolveram a técnica de fabricar rolos de papiro, considerado o bisavô do papel.
Para confeccionar os rolos de papiro, cortavam o miolo esbranquiçado e esponjoso (como o dos cactos) do talo da planta em finas lâminas. Depois de secas, estas lâminas eram mergulhadas em água com vinagre e ali permaneciam por seis dias, para que o açúcar fosse eliminado. Bem desidratadas, as lâminas eram ajeitadas em fileiras horizontais e verticais, sobrepostas umas às outras, formando um trançado. A sequência do processo exigia que as lâminas fossem colocadas entre dois pedaços de tecido de algodão, para que toda a umidade restante fosse absorvida. Depois de seis dias, as lâminas eram prensadas. Era com o peso da prensa que elas se misturavam homogeneamente para formar o papel amarelado, pronto para ser usado. O papiro pronto era bem flexível, como se fosse um tecido. Enrolado em uma vareta de madeira ou marfim, virava o rolo que seria usado na escrita. A escrita dava-se paralelamente às fibras; era como se as fibras fossem linhas de uma folha pautada. E as pessoas liam o texto desenrolando o papiro. Nos desenhos animados às vezes aparecem estas cenas, onde o empregado do faraó desenrola o papiro e lê para o povo alguma lei ou decisão do soberano.
Os papiros eram os livros dos egípcios e outros povos antigos. Na grande biblioteca de Alexandria, no Egito, considerada a maior de seu tempo e uma das maravilhas do mundo antigo, existiam milhões de rolos de papiros para consulta. Dizem que todo o conhecimento dos sábios estava ali armazenado: história, geografia, astronomia, biologia, matemática... E tudo foi destruído quando os árabes conquistaram a cidade no ano 642 e a incendiaram.
Quase tão antiga quanto a fabricação do papiro no Egito, foi a do pergaminho, na Ásia. O pergaminho era obtido a partir de peles muito macias de cordeiro e bezerros recém-nascidos. Os primeiros pergaminhos eram quase iguais às peles de melhor qualidade da época e se mostravam excelente suporte para a escrita que corria fácil por eles, também conservados em bibliotecas. Seu nome derivava da cidade onde eram fabricados: Pérgamo.
Mais ou menos por esta época, os chineses começaram a fabricar o papel, no qual empregavam inicialmente a polpa fibrosa que se encontra sobre a casca das amoreiras, árvores que produzem amoras e já eram empregadas para alimentar o bicho-da-seda. A partir do século XIII, o papel começa a ser fabricado em diversos países da Europa, substituindo gradualmente o papiro e o pergaminho, devido aos custos menores e à simplicidade de manufatura. A indústria do papel se tornou gigantesca, correspondendo às solicitações de milhões de consumidores. Desde o século XX essa indústria passou a plantar árvores em imensas áreas de reflorestamento, para compensar o que é destruído para a produção do papel.
Mas a história das descobertas e invenções humanas não cessa. As ideias, emoções, sentimentos, o conhecimento, enfim, têm a mesma substância que nos torna humanos. Mas os suportes para comunicar tudo isso mudam. Pedra, papiro, pergaminho com suas escritas ficaram muito distantes de nós, só são vistos nos museus. O papel tende, a médio prazo, a ser menos consumido, porque cada vez mais as pessoas estão preferindo, a tela do computador. A humanidade entrou em outra era, a digital. Cada vez mais a informação nos chega pelo computador, pelos tablets, pelo celular. No Brasil, o número de celulares já ultrapassou o de habitantes: somos cerca de 200 milhões de brasileiros e temos 270 milhões de celulares.
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Comentários
1 Comentários
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josevilsonfernandes 18/04/2023Eu,vejo que a historia da humanidade,daqui pra frente, muita coisa vai se perder com tempo,se a humanidade de hoje, conhece a historia dos povos do passado,é porque, docmentos que foram escritos em pergaminhos e papiros e pedras,esses materias que resistiram ao tempo e seculos,e a historia cheou até nós:a Biblia.