Acordou de ressaca e com dor de cabeça após a balada? Não se culpe. O problema pode não ser você e, sim, a qualidade do produto ingerido. Franca, que se especializou em falsificar calçados, bolsas, agrotóxicos e CDs, agora, ampliou sua expertise para o segmento de bebidas. Nos cinco primeiros meses de 2015, as polícias Civil e Militar apreenderam cerca de cinco mil litros de uísque, vodca, tequila, cachaça e cerveja de origem e composição desconhecidas. Os produtos adulterados são vendidos em festas open bar, formaturas e em bares na periferia.
As apreensões se intensificaram nos últimos dias com a chegada da Expoagro, mas desde o começo do ano as autoridades estão tentando combater os grupos que agiriam de forma autônoma para produzir e vender bebidas falsas.
Em março, os agentes do 3º Distrito Policial fecharam uma fábrica clandestina que funcionava no Ipanema. Os produtos, a maioria pinga, eram falsificados e armazenados em embalagens de agrotóxicos usadas.
As bebidas eram fabricadas sem nenhum tipo de higiene. Algumas garrafas já envasadas continham em seu interior objetos sólidos. No local, funcionava uma linha de produção, com lavadora de garrafas e máquina para colocar tampas metálicas e rótulos. O proprietário do barracão foi identificado, mas fugiu antes da operação.
No dia 15 de maio, o 1º DP prendeu pai e filho por falsificação de uísque e vodca no Jardim Aviação. Eles foram flagrados com dezenas de garrafas prontas para envasamento e outras para revenda. Como a reclusão em caso de condenação é superior a quatro anos, os dois foram para o CDP, sem direito a fiança.
Dando sequência às investigações, a mesma equipe apreendeu, quatro dias depois, 40 litros de uísque e tequila falsificados. O material seria servido em festas open bar em Franca e região. Um dos suspeitos disse que os 12 litros de uísque encontrados em sua casa seriam usados em seu casamento. Na última segunda-feira, a equipe da Força Tática da Polícia Militar apreendeu 19 caixas de bebida, totalizando 228 garrafas, dentro de um Corola no Jardim Moema. “Somente este ano, dez caminhões com engradados de garrafas com bebidas falsas foram descartados”, disse José Conrado Netto, chefe da Vigilância Sanitária.
Ele explicou que produtores piratas usam embalagens originais de produtos destilados para enganar o consumidor. As substâncias são preparadas em tonéis e envasadas em garrafas vazias originais para dar a impressão que a bebida é verdadeira. “Mas, é um produto clandestino, fora dos padrões de identidade, qualidade, de segurança e que tem alto potencial para lesar a saúde da população. Pode ocasionar intoxicação, cegueira e até ser fatal”, conclui Conrado Neto.
Denúncias sobre bebidas falsas podem ser feitas pelos telefones 3711-9415, 190 ou 197.
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