Havia uma grande e densa floresta onde viviam muitos tipos de animais. Havia bichos enormes como elefantes, pequeninos como os pernilongos; ferozes como o tigre, mansos como os beija-flores; ágeis como a lebre e lentos como a tartaruga. Em geral, viviam bem, em paz, cada um com sua ração garantida porque havia muita fartura na floresta. Mas, de vez em quando, um e outro se estranhavam. Foi o que aconteceu ao leão e ao mosquito.
O mosquito, muito irritado com uma rabada do leão, que o havia tirado de campo, declarou guerra ao rei da floresta.
Disse-lhe que pouco se importava com seu título de soberano. E como se encerrasse a conversa, passou à ação. Começou a picar o leão por todos os lados: no pescoço, no focinho, na orelha, no lombo, nas narinas, na perna, no pé... O leão foi ficando furioso, pois o mosquito não lhe dava trégua. Sem ter como reagir, foi ficando fraco, até que caiu esgotado.
O inseto, então, se retirou cheio de orgulho, contando a grande vantagem que era ter dominado o leão. Mas, enquanto ia anunciando a todos os demais bichos sua vitória, não viu que à sua frente havia uma grande teia de aranha. Cego pela soberba, caiu na traiçoeira armadilha e lá ficou preso. Pouco depois foi devorado por uma aranha feroz.
Com esta história o autor quis nos mostrar que as vitórias nem sempre são duradouras. E que ninguém deve contar vantagem diante da desgraça alheia.
La Fontaine
O autor
La Fontaine foi um escritor francês que nasceu em 1621. Ele adaptou as fábulas de Esopo, escritor grego nascido antes de Cristo. Seu livro Fábulas escolhidas postas em versos fez enorme sucesso em seu país e em outros países da Europa.
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