Pacientes que recorrem à Casa do Diabético de Franca com receituário para a obtenção de medicamentos são orientados a procurar unidades da Farmácia Popular. No local, mantido pela Prefeitura em parceria com o Lions Club de Franca, quase não há remédios disponíveis. Oficialmente, a Secretaria Municipal de Saúde garantiu que a Casa do Diabético, mesmo com a falta de médicos e medicamentos, não será fechada.
Na semana passada, a reportagem do Comércio esteve no local, procurando saber sobre determinados medicamentos para um paciente fictício e como eles poderiam ser retirados. Não havia, aparentemente, pacientes na Casa do Diabético.
Uma funcionária, que se aproximou, quis saber quais eram os remédios, para, na sequência da fala, dizer que muitos remédios não tinham. A reportagem citou Digoxina, que serve para pacientes cardíacos. “Ah, esse é o único que tenho”, disse a servidora.
Segundo ela, pacientes que vão à Casa do Diabético com receituário para medicamentos são orientados a procurar a rede conveniada ao Farmácia Popular, do Governo Federal.
Nestes locais, há a exigência de que as receitas sejam trocadas a cada quatro meses, o que complica ainda mais a situação de pessoas que recorrem ao serviço mantido pela Prefeitura de Franca e Lions Club, responsável pelo prédio e pela administração do serviço, mas não pela parte clínica.
Isso porque não há endocrinologistas trabalhando na Casa do Médico. Uma pessoa que apresente os sintomas do diabetes e que procura uma Unidade Básica de Saúde (UBS) passa por um calvário até conseguir ser diagnosticado.
Na unidade, o doente será atendido por um clínico geral, que o encaminhará para a Casa do Diabético, que também não tem especialista na área e onde será novamente atendido por um médico generalista. Caso haja um diagnóstico suspeito de diabetes, novo encaminhamento será emitido, desta vez para o Ambulatório Médico de Especialidades (AME), no Centro.
Em resposta a um e-mail enviado pelo Comércio, uma mensagem, sem assinatura, fornecida pela Assessoria de Imprensa da Prefeitura, informa que não há qualquer intenção de encerrar as atividades daquele serviço, que atende perto de 200 pacientes por mês, além de duas mil pessoas que tiram reagentes e fazem uso regular de insulina.
A mensagem cita a distribuição de glibenclamida 5mg comprimido, cloridrato de metformina 500 mg comprimido, cloridrato de metformina 850 mg comprimido, cloridrato de metaformina 500 mg comprimido de ação prolongada, que são retirados na Farmácia Popular. “Reafirmamos que, em nenhum momento, a Secretaria Municipal de Saúde cogita a suspensão do atendimento no referido serviço”, encerrou a nota.
Por telefone, também na semana passada, José Gomes Duba das Chagas, integrante do Lions Club de Franca e responsável pela parceria com a Prefeitura para manter a Casa do Diabético, disse que procurou a Secretaria de Saúde para obter informações sobre o funcionamento e atendimento, mas não teve resposta.
Apesar disso, afirmou que “teria recebido informações” da Prefeitura de que a administração está encontrando dificuldades para contratar médicos especialistas em endocrinologia. “Não acho que exista desespero ou preocupação. O atendimento está normal. Estive lá na semana passada e não vi nada demais”, disse Duba Chagas.
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