Grades, monitoramento à distância, segurança na porta, nada disso está sendo suficiente e o comerciante Fransérgio Berigo Carneiro, 34, não sabe mais o que fazer para ter tranquilidade. Dono das lanchonetes Bunitos Dog, com quatro unidades em Franca, ele foi assaltado pela 28ª vez neste ano. O número é esse mesmo; não há qualquer erro. Em suas contas, entre R$ 15 mil e R$ 20 mil foram levados em 2014 de suas lanchonetes, entre as mais conhecidas na cidade.

 

O comerciante disse que não sabe mais o que fazer. “A cada 15 dias recebo a visita de um ladrão”, disse ele. O último caso, anteontem, foi na loja da avenida Presidente Vargas, de onde foram levados um notebook, um celular e uma quantia pequena de dinheiro, de acordo com ele.

 

Há 16 anos trabalhando com lanches, o comerciante ainda é dono de uma padaria próxima à Câmara Municipal. Em todos os estabelecimentos, há seguranças nas portas em dias intercalados. O valor gasto para proteger os clientes e o patrimônio ele não soube informar, embora acredite que passe dos R$ 3 mil mensais.

 

A ousadia e a violência dos assaltantes não têm limites. Em um dos casos, os ladrões fizeram um buraco na parede para poder entrar na loja na avenida Champagnat. Numa outra oportunidade, clientes foram surpreendidos por homens armados que renderam o gerente, sendo que o próprio comerciante já foi assaltado cinco vezes.

 

O ladrão que invadiu a lanchonete anteontem estaria, segundo Fransérgio, foragido de uma penitenciária após ter recebido indulto de Natal em 2013 e não retornado. Sua ficha policial, ainda conforme o comerciante, contaria com 29 passagens, a maioria por furto. Não foi possível checar essa informação junto à Polícia Civil.

 

“Não sei mais o que fazer. Só rezando. Estou pensando seriamente em tentar obter porte de arma e andar armado, porque, do contrário, vou continuar sendo roubado”, disse, depois de relatar que sua unidade na avenida Chico Júlio foi furtada três vezes só em novembro. “Já pensei em fechar tudo e ir embora de Franca”.

 

Sobre a atuação da polícia, o comerciante disse que não tem reclamações, já que foi prontamente atendido em todas as ocasiões.  “Eles sempre atendem e vêm rapidamente, mas estão enxugando gelo. Eles prendem hoje para encontrar o ladrão na rua amanhã”.