Servo de orelha furada


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‘Mas, se aquele servo expressamente disser: eu amo a meu senhor, e a minha mulher, e a meus filhos, não quero sair forro. Então, seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e o servirá para sempre’
 
(Êxodo. 21.5-6)
 
 
Quando estudamos o velho testamento, especialmente o Pentateuco, nos deparamos com algumas leis, que são, no mínimo, curiosas. Entre muitas destas leis determinadas por Deus para o povo de Israel, encontramos uma que definia muito bem a relação entre senhor e servo. Em Êxodo 21, Deus ordenou a Moisés que editasse a seguinte lei: ‘Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá, mas, ao sétimo ano, sairá forro, de graça. Se entrou só com o seu corpo, só com o seu corpo sairá. Se ele era homem casado, sairá sua mulher com ele. Se seu senhor lhe houver dado uma mulher, e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e seus filhos serão de seu senhor, e ele sairá só com seu corpo. Mas, se aquele servo expressamente disser: eu amo a meu senhor, e a minha mulher, e a meus filhos, não quero sair forro, então, seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta, ou ao postigo, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e o servirá para sempre.
 
Diante de tal lei, uma pergunta geralmente nasce em nossa mente: O que poderia levar um servo, na eminência de se tornar livre, abrir mão de sua liberdade para ficar na casa de seu Senhor? Penso que muitas coisas poderiam levá-lo a tal decisão. Entre muitas, o medo de ser dono de suas ações, o fato de alcançar a liberdade, mas seus filhos terem que cumprir o tempo determinado pela lei, para depois também se tornarem livres, ou porque em muitos casos, ser servo de um Senhor generoso, era bem mais cômodo e seguro, do que ter de enfrentar a vida por si só. Ao estudar sobre o assunto, sou levado a pensar que nossa relação com Cristo pode ser traçada a partir de um perfeito paralelo, deste fato do passado, com nossa relação com Cristo, nos dias de hoje. Ser um servo de Cristo, só se torna prazeroso, à medida que esta submissão é voluntária. Ou seja, não servimos a Jesus porque somos obrigados, mas, exclusivamente porque decidimos por nós mesmos, a segui-lo voluntariamente. Até porque, Jesus não nos obriga servi-lo a força. Ele mesmo disse: ‘Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito diz o Senhor’. 
 
Ser um servo de orelha furada se torna especial quando o nosso Senhor é Cristo. Sem sombra de dúvida, este é um dos melhores privilégios que o homem pode alcançar, tendo em vista que em nossa relação com Cristo, o que recebemos dele é infinitamente superior ao que doamos a Ele. Além disso, mesmo sendo servo, o apóstolo João registra as palavras de Jesus: ‘Já não chamarei servos, mais amigos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor e eu vos tenho feito conhecer tudo.’ Portanto, caro leitor, se tivermos a visão perfeita do que significa seguir a Cristo sempre estaremos procurando seguir seus passos. Quem enxerga espiritualmente a beleza de Cristo segue apenas em sua direção, e nada o desvia da sua santidade. Ao contrário disto, quando coisas que não estão associadas a Cristo atraem nossos olhos, nos tornamos cegos, apáticos, e por fim, servos que não servem. 
 
Sejamos, pois, servos de orelha furada e estaremos debaixo da maior e melhor autoridade. Jesus mesmo disse: ‘Venham a Mim, porque o meu fardo é leve e o meu jugo é suave’. Deus vos abençoe.
 
Pastor Isaac Ferreira
presidente da Igreja Evangélica Assembléia de Deus/Franca – Ministério Missão
 

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