Através de um pedido da Polícia e Ministério Público Federais, a 4ª Vara Criminal da Justiça Federal de Pernambuco determinou a suspensão parcial das atividades das sociedades de capitalização Aplub Capitalização S.A. e Sul América Capitalização S.A. em todo o país. Com a decisão, a venda do título de capitalização popular Hipercap está suspensa por 90 dias, contados desde o último dia 11, quando o parecer judicial foi divulgado.
Embora os motivos que levaram à suspensão sejam protegidos por segredo de Justiça, o que se sabe é que a ação está relacionada à Operação Trevo, deflagrada pela Polícia Federal no Estado de Pernambuco e em várias capitais do país, que desarticulou um esquema que operava atividades criminosas como jogo do bicho, máquinas caça-níqueis, repasses irregulares e fraudulentos de dinheiro a entidades assistenciais, além de emissão de bilhetes de loteria disfarçados como títulos de capitalização. Procurado, o representante do Hipercap da região de Ribeirão Preto - que atende a 100 cidades do interior, incluindo Franca - não foi encontrado para comentar o caso.
Já a assessoria da própria Aplub não se manifestou até o fechamento desta edição, mas no site da mesma, até a tarde de ontem, encontrava-se o seguinte aviso: “A Aplub Capitalização Popular, a fim de se adequar às novas normas que regem seu negócio e as determinações da Susep (Superintendência de Seguros Privados), informa que suspendeu temporariamente as vendas dos Títulos dos de Capitalização da modalidade popular. Os demais Títulos de Capitalização da AplubCap na modalidade incentivo tradicional continuam sendo vendidos normalmente”.
Sobre os motivos que levaram À suspensão, a reportagem tentou, sem sucesso, obter informações com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal. A Justiça Federal de Pernambuco enviou, via nota, um trecho do parecer judicial que confirma a suspensão de 90 dias, mas também não se pronunciou a respeito da causa, afirmando tratar-se de sigilo judicial.
Por ser a entidade beneficiada com parte da arrecadação obtida com a venda do Hipercap Ribeirão, a Feapaes (Federação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), sediada em Franca, foi procurada para comentar o caso. “Os repasses chegavam normalmente, todo o mês, à Feapaes. Agora foram suspensos, juntamente com as vendas”, disse o presidente da entidade, o deputado federal Marco Ubiali (PSB). “Conversei com um juiz federal de Campinas que disse que seria feito um levantamento completo para apurar algumas denúncias feitas no Nordeste e que, enquanto não se esclarecessem, as vendas não seriam liberadas. Há um ano recebemos os repasses (do Hipercap) que chegaram a ser auditados.”
Ainda de acordo com Ubiali, cerca de R$ 3 milhões teriam sido doados à Federação durante esse ano de parceria com a empresa.
Pontos de venda
Bancas de jornal são os principais pontos de venda do Hipercap na cidade. Enquanto alguns proprietários se disseram cientes da situação pregando, inclusive, esclarecimentos em seus estabelecimentos, outros demonstraram surpresa ao ouvir, pela primeira vez, a notícia quando procurados pelo Comércio.
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