Massa e povo

Massa não pensa e vai na onda. Povo pensa e é independente.

02/11/2014 | Tempo de leitura: 3 min

“A sociedade não é mais do que o desenvolvimento da família: se o homem sai da família corrupto, corrupto entrará na sociedade”. 
 
Henri Lacordaire, religioso dominicano; padre, jornalista, educador, deputado
 
 
Massa não pensa e vai na onda. Povo pensa e é independente.
 
- Massa é uma parte distinta. Povo é o todo.
 
- Massa precisa unir-se a um único ideal, pois não se guia pelos próprios passos. Povo são todas as pessoas independentes de pensar e agir. Não é leitor de um livro só, nem seguidor de um só ideal: adapta-se.
 
- Massa é uma das palavras que os comunistas e os socialistas designaram para denominar povo. Assim como eles inventaram “elite” para denominar a classe pensante.
 
- Massa é facilmente dominada por governos ditatoriais. Povo consegue, por meios legais, tirar o ditador ou o ilícito do poder.
 
- Massa encosta-se como parasita em quem o possa ajudar a viver. Povo estuda, luta, trabalha com afinco, dispensa ajuda fácil e vence.
 
- Massa, quando quer pai, chama a si mesmo de pobre. Povo desliga-se do pai logo quando possível, e segue avante de forma independente.
 
- Massa quer pão. Povo quer saber como se faz o pão.
 
- Massa quer circo. Povo quer livros.
 
- Massa chama o povo de elite. Povo quer incorporar a massa à civilização pela meritocracia, e nunca pela cor da pele.
 
- Massa são pessoas comandadas; parece não ter direitos, e se os tem, usa-os de forma vesga; sugere só ter deveres. Povo tem direitos e deveres e sabe escolher quem quer para seu governo.
 
- O povo vive com vida própria, da plenitude da vida dos homens que o compõem, cada um dos quais - em sua própria posição, segundo seu próprio modo - é uma pessoa cônscia de sua própria responsabilidade e de suas próprias convicções. Da exuberância da vida de um verdadeiro povo, a vida se difunde abundante, rica, no Estado e em todos os seus organismos, nos quais comunica, com vigor incessantemente renovado, a consciência da sua própria responsabilidade, o verdadeiro sentido do bem comum. Em um povo digno de tal nome, o cidadão sente em si mesmo a consciência de sua personalidade, de seus deveres e de seus direitos, de sua própria liberdade conjugada com o respeito a liberdade e dignidade de outrem. Em um povo digno de tal nome, as desigualdades, que derivam não do arbítrio, mas da própria natureza das coisas, desigualdades de cultura, de haveres, de posição social - sem prejuízo, é claro, da justiça e da mútua caridade - não são, com efeito, um obstáculo para a existência e o predomínio de um autêntico espírito de comunidade e fraternidade. Pois tais desigualdades, longe de prejudicar de qualquer forma a igualdade civil, lhe conferem seu legítimo significado, ou seja, que frente ao Estado cada qual tem o direito de viver honestamente a própria vida pessoal, no posto e nas condições em que os desígnios e disposições da Providência o colocaram”. (Papa Pio XII) 
 
- Massa é aquela que não entendeu este texto porque só lê na superfície da palavra. - Massa é ainda aquela que desprezou este texto porque foi redigido por um religioso.
 
- Massa lê as manchetes e se dá por satisfeito. Povo lê a notícia por inteiro e procura outras de igual teor para compará-las.
 
- Massa não debate, impõe cegamente sua opinião, bate no peito e briga com um contrário. Povo quer diálogo, busca compartilhar ideias, nunca persuadir.
 
- Massa nunca muda de opinião, porque acha ser falta de personalidade. Povo busca adaptar-se.
 
- Massa sempre acha que a razão esteja do seu lado. Povo quer instruir-se com conceitos divergentes, de modo dialético, até encontrar a luz. 
 
- Você pode dizer que existe Massa de manobra, mas nunca “Povo de manobra”.
 
 
Everton de Paula, acadêmico e editor 
email  - evertondepaula33@yahoo.com.br

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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