
Já repararam que quando tudo está a mil maravilhas em nossa vida, sempre radicalizamos e queremos nos cuidar mais, temos maior disposição para tudo e a gentileza se torna a palavra de ordem?
Mas às vezes a situação não vai bem e tudo parece não sair como gostaríamos ou planejávamos e nada flui... Muitos enfrentam desespero, desanimo e até falta de paciência com o próximo.
Autoestima é uma força vital, que nos faz acreditar em nosso potencial perante qualquer desafio da vida. Mas quando não temos este lado fortalecido e devidamente blindado as opiniões e afetações do coletivo tendem a influenciar negativamente o nosso comportamento e principalmente a nossa saúde e bem estar.
A compulsão alimentar e a obesidade são distúrbios que que andam de mãos dadas com a baixa autoestima. A primeira é o impulso de comer sem controle, alimentar-se mesmo sem sentir fome. No Brasil, segundo o médico e especialista da USP, Gabriel Cairo Nunes a estimativa é que até 65% dos obesos sofram deste transtorno (compulsão alimentar).
Sabe aquela máxima “comi muito e ainda estou com fome”, pois bem a compulsão alimentar não tem causa especifica. Suspeita-se que haja algum transtorno no hipotálamo (centro que regula a saciedade). Muito comum em quadros de depressão e ansiedade.
Portanto se você ingere grandes quantidades de alimentos sozinho e sem que ninguém veja, comer escondido na maioria das vezes alimentos engordativos e gordurosos e altamente calóricos, mesmo sem sentir fome, é primordial a busca por um profissional para que haja um tratamento direcionado ao seu caso específico.
Este distúrbio, em geral, é mais comum em mulheres, acredita-se que isso aconteça pelo motivo da mulher ser mais sensível a noticias relacionadas à aparência física e serem consideradas mais vaidosas, etc. Ainda sim, homens e crianças também podem enfrentar o transtorno, mas, em regra, com menor intensidade.
Já em relação a obesidade, não é novidade que ela seja uma das grandes causas de baixa autoestima de quem luta contra a balança. Mas não é tão simples assim.
Pesquisadores britânicos descobriram, que baixa autoestima também é um fator de risco para tornar indivíduos considerados saudáveis, em obesos e para outras muitas doenças (como tipos de câncer, por exemplo).
Chamou-me bastante atenção a direção e foco que o pesquisador Michael Marmot conduz toda sua energia e tempo. Ele é o dedicado responsável por mais de 30 anos de estudos voltados para a afirmação de que, nossa saúde e qualidade de vida são muito influenciadas por nossas condições social, econômica, ambiental e até hierárquica. E nesse sentido, reitero que nossa saúde mental está intrinsecamente relacionada com nosso corpo e vice-versa.
Não adianta tratar a doença sem cuidar do doente. Tratar os distúrbios alimentares sem tratar do psicológico do paciente não trará resultado positivo a longo prazo. Os bons hábitos alimentares do paciente não perdurarão no tempo.
Quando não temos autoestima, dificilmente se dá valor ao que se sente e menos ainda aos sinais de alerta que o corpo está mostrando.
A terapia em minha opinião pessoal e profissional deve ser conduta primária de quem busca autoconhecimento. Não ter consciência de nosso valor e gigantesco potencial frente ás adversidades é o nosso maior inimigo pessoal!
Existe uma célebre frase de Oscar Wilde que sempre digo aos meus pacientes: “amar a si mesmo é o começo de um romance para toda a vida”. Cuide-se!
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