A apuração das Eleições 2014 frustrou as expectativas de 15 dos 16 candidatos a deputado estadual ou federal com base em Franca. Mas a derrocada não tirou da maioria o sentimento de gratidão pelos votos recebidos. Único francano a conquistar a vaga que almejava, o deputado estadual Roberto Engler (PSDB) foi reeleito e se prepara agora para assumir seu sétimo mandato na Assembleia Legislativa.
Sua meta inicial de alcançar 100 mil votos, foi, em muito, superada. Engler conquistou a confiança de 122,5 mil pessoas e admitiu estar surpreso. “É um resultado que ultrapassa todas as nossas expectativas. A gente não esperava tanto. Esta votação sobrecarrega a nossa responsabilidade.”
Também deputado estadual, Gilson de Souza (DEM), especificamente nas seções eleitorais de Franca, foi o candidato mais bem votado, mas não conseguiu se reeleger. Dos 67.797 votos conquistados, 49.117 vieram de Franca e, apesar do resultado desfavorável, ele optou por agradecer.
No entanto, fez isso publicamente apenas via rede social na internet, pois desde o início da noite do último domingo, quando deixou a redação do GCN, de onde acompanhou parte da apuração dos votos, não atendeu os contatos da reportagem para comentar o resultado das urnas.
Na turma dos que se sentem agraciados, está o radialista Tony Hill (PMN). Estreante nas urnas, ele recebeu mais de 13 mil votos e comemorou o fato de ter sido mais votado do que políticos experientes. “Eu tive um resultado positivo, saí de cabeça erguida. Tanto é que tive mais votos do que muitos vereadores.”
Outro iniciante, Ulisses Pinheiro, do PSol, também viu de forma positiva o resultado de sua campanha, uma vez que considera que o momento foi útil para “mostrar a cara” para seguir em busca da defesa de suas propostas de campanha. “Esperamos que nossas pautas sejam debatidas não só em período político, mas em todos os âmbitos. Que as bocas que apoiam nossos projetos em relação ao aborto e à legalização das drogas não se calem.”
Já a defensora dos animais Maria Luisa do Cão que Mia (PEN) aceitou com conformismo os menos de 3 mil votos recebidos. “Pelo que o partido fez, era o que eu esperava mesmo, pois não recebi nenhum recurso e cada voto que consegui foi no boca a boca.”
Capitão Severo, que teve sua candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral e os recursos indeferidos em todas as instâncias, mas em nenhum momento desistiu da campanha, atribuiu a baixa votação (foram 1.971 votos) ao imbróglio judicial. Mesmo assim, se disse contente com o resultado. “Não foi só negativo”, disse ele, afirmando que pretende se preparar melhor para uma próxima campanha.
Vereadores
Cinco vereadores de Franca se empenharam na disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa. Entre eles, está o Delegado Radaeli (PMDB), que lamentou o volume de votos destinados a candidatos forasteiros, mas disse estar satisfeito e agradecido. “Fizemos uma campanha de convencimento: olho no olho.”
Laercinho do Paiolzinho (PP) foi o candidato menos votado entre os 16 francanos que colocaram seus nomes na disputa. Com apenas 1.925 votos, ele atribuiu a votação pífia ao episódio registrado em meados de julho passado, quando foi flagrado em um vídeo oferecendo vantagens a um sitiante para que ele não denunciasse a invasão de suas terras por parte da Prefeitura, que estava fazendo o alargamento de uma estrada rural. “Eu fiquei debaixo de acusações levianas durante 60 dias. Acredito que tenha sido prejudicado um pouco. Mas no geral, acho que foi bom.”
Pastor Otávio Pinheiro (PTB), Márcio do Flórida (PT) e Luiz Vergara (PSB) deixaram claro que esperavam uma votação mais significativa nas eleições de domingo.
Candidatos a federal
Estreante na política, o jornalista Corrêa Neves Jr. (PV) buscava uma vaga na Câmara dos Deputados, em Brasília. A apuração dos votos mostrou que ele precisaria ter aproximadamente o dobro da votação atingida para que chegasse ao seu principal objetivo, mas ele considera que alcançou outras glórias. “Todo esse processo eleitoral para mim foi transformador. Aprendi muito andando pela cidade e pela região, e ouvindo os eleitores e suas necessidades”, disse Corrêa Jr. “Claro que entrei nesta disputa para vencer e gostaria de ter alcançado os 60 mil votos, mas enfrentamos muitas barreiras, inúmeros candidatos de fora que invadiram Franca, todas as restrições impostas pela legislação eleitoral que dificulta a divulgação dos menos conhecidos e ainda o curto espaço de campanha para expormos nossas ideias de forma clara’, afirmou, completando que está feliz e emocionado com o fato de quase 30 mil eleitores terem confiado nele.
Já o deputado federal que tentou a reeleição pelo PSB, Doutor Ubiali, não conseguiu se segurar no cargo, mas, como suplente, mantém acessas as esperanças de ocupar uma cadeira - assim como aconteceu em seu mandato atual.
Para o cargo de deputado federal, quem mais recebeu votos oriundos de seções de Franca foi a Delegada Graciela. A candidata do PP usou poucas palavras para avaliar seu próprio desempenho nestas eleições. “Estou satisfeita com o apoio recebido da população de Franca. Não posso estar triste. Infelizmente não consegui me eleger por uma série de conjunturas.”
Outro que se mostrou satisfeito com o resultado das eleições foi o também candidato a deputado federal Adérmis Marini (PSDB). Ele obteve mais de 25 mil votos, é o sétimo suplente na coligação de seu partido e está confiante que um dia possa assumir.
Também candidato a deputado federal por Franca, Cristiano Crico, do PHS, obteve apenas 3.255 votos e não atendeu as ligações da reportagem para comentar seu desempenho nas urnas.
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