Com a proibição da Justiça Eleitoral de misturar apresentações artísticas com discursos políticos, os comícios, que no passado chegavam a reunir milhares de pessoas, hoje estão em extinção. Nesta campanha, a grande maioria dos candidatos tem preferido encontros mais intimistas com os eleitores, nos quais podem apresentar suas ideias e responder dúvidas sobre posicionamentos e opiniões.
O candidato a deputado federal pelo PV, Corrêa Neves Júnior, foi o primeiro a iniciar a campanha em busca de votos e uma das principais estratégias usadas foi justamente o tête-à-tête com os eleitores em encontros nos bairros, igrejas, entidades e empresas. “É muito gratificantes essas conversas diretas com os eleitores. Podemos conhecer a história de vida de cada um, saber as dificuldades que enfrentam e, claro, falar sobre nossas propostas”, disse.
Corrêa Jr. calcula que, do início da campanha, em julho, para cá, já tenha se encontrado com cerca de 45 mil pessoas em Franca e região, além de ter visitado mais de 40 igrejas apenas na cidade de Franca.
Outro candidato que também defende os encontros mais intimistas é o vereador Delegado Radaeli (PMDB). Ele concorre a uma vaga na Assembleia Legislativa e tem feito uma campanha tímida. “Não tenho grandes recursos para investir, então, tento compensar no olho no olho. Minha campanha é pedir voto a voto”, diz ele, que todos os dias participa desses encontros.
As reuniões costumam acontecer nas casas dos apoiadores que convocam os vizinhos para o encontro que tem duração variável, dependendo do número de presentes e do interesse do público. “Gosto muito dessas conversas. É um momento de troca de experiências e podemos falar diretamente para os interessados”, disse Radaeli.
Segundo ele, a atenção dos eleitores costuma ser grande. “Eles participam mesmo. Perguntam sobre temas que nem sempre têm a ver com a atuação de um deputado estadual, mas querem saber como pensamos.”
Colega de Radaeli na Câmara e também candidato a deputado estadual, Pastor Otávio disse que prefere esses encontros aos grandes comícios que existiam antigamente. “Eu participei de eleições em que ainda era possível fazer os showmícios e, confesso, que prefiro esse modelo de agora. Nos grandes comícios, não tínhamos muito espaço e, nem sempre, os eleitores estavam interessados em ouvir nossas propostas. Isso sem falar nos custos envolvidos.”
Na contramão
O vereador e candidato a deputado estadual Márcio do Flórida (PT) é um dos poucos candidatos que ainda realizam comícios. Mas, para ele, essa é uma estratégia válida apenas para as cidades menores. “Não fiz nenhum comício em Franca. Não compensa. Mas em cidades como São Joaquim da Barra e Patrocínio Paulista, o comício ainda é um fato político importante e com repercussão.”
Para ele, como chama a atenção, o comício acaba sendo comentado e levando ainda mais seu nome para os eleitores. “Acho válido, sim. Mas não pode demorar mais do que 40 minutos.”
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