Laercinho diz que Câmara ficou pequena para ele


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Miguel Laércio Mathias, o Laercinho do Paiolzinho (PP), que disputa uma vaga na Assembleia, foi entrevistado na manhã dessa terça pelo Núcleo de Política do GCN
Miguel Laércio Mathias, o Laercinho do Paiolzinho (PP), que disputa uma vaga na Assembleia, foi entrevistado na manhã dessa terça pelo Núcleo de Política do GCN
O candidato a deputado estadual e vereador em Franca Miguel Laércio Mathias, o Laercinho do Paiolzinho (PP), foi entrevistado na manhã de ontem pelo Núcleo de Política do GCN, encerrando a rodada de sabatinas que o grupo promoveu dentro do projeto de cobertura das Eleições 2014. Em sua apresentação, Laercinho afirmou que a Câmara de Franca se tornou pequena para as suas aspirações políticas e que poderá ajudar mais a população atuando na Assembleia Legislativa Paulista.
 
“A Câmara de Franca está ficando pequena. Quero trabalhar em meio aos deputados para fazer muito para a minha cidade, e vou fazer”, disse. Para explicar por que se considera habilitado para integrar o Legislativo estadual, Laercinho recorreu aos seus feitos como vereador e avaliou que faz um ótimo trabalho. “Vendo que no terceiro mandato já aprendi a lidar com o Legislativo, resolvi lançar meu nome para candidato a deputado.”
 
Apoiador antigo e amigo do deputado estadual Gilson de Souza (DEM), candidato à reeleição, Laercinho negou que tenha traído o mesmo ao se tornar seu concorrente na disputa eleitoral de 2014. “Sempre o ajudei por simpatia, nunca fui assessor, nunca peguei um real dele. Torço muito para ele ser reeleito. Não tenho nenhum peso na consciência sobre esse negócio de traição.”
 
Além da amizade antiga com Gilson, Laercinho sempre nutriu uma relação próxima também com a Delegada Graciela, candidata a deputada federal e presidente municipal do PP. Entretanto, não recebeu o apoio dela em sua atual candidatura.
 
Mesmo assim, se referiu à delegada como “mãe política” e disse que a dobradinha não se efetuou porque Graciela firmou parceria com um “enteado rico”. Ele se referia ao também candidato a deputado estadual Carlão de Igarapava (PDT), que faz campanha junto com a delegada em Franca. “Graciela continua sendo minha mãe política. Mas, se ela arrumou um enteado com mais dinheiro, o que eu posso fazer?”
 
Tal proximidade com Graciela ficou evidente nas Eleições de 2010, quando Laercinho figurou como um de seus maiores apoiadores na derrota que ela sofreu para o atual prefeito de Franca, Alexandre Ferreira (PSDB). Após as eleições, no entanto, Laercinho passou a fazer parte da base do governo na Câmara e, ontem, defendeu Ferreira reiteradas vezes, justificando que, se não o apoiasse, teria dificuldade em ver suas reivindicações executadas.
 
Sobre a pretensa atuação na Assembleia Legislativa, Laercinho passeou por diversos temas. Na educação, disse que não concorda com o atual programa de ensino das escolas estaduais, baseado na progressão continuada, mas afirmou não saber apontar uma solução. O candidato disse ainda que discorda da política de premiação de professores com base no cumprimento de metas.
 
Em relação à segurança, ele teve uma postura mais combativa em uma questão polêmica: garantiu que vai desmembrar o serviço de urgência 190 da Polícia Militar, que hoje está centralizado em Ribeirão Preto. “O primeiro trabalho que vou fazer é trazer de volta. Aí vocês vão ver porque eu tinha que ser deputado mesmo.”
 
O candidato afirmou ser contra a legalização da comercialização de qualquer tipo de droga e apresentou algumas propostas voltadas ao setor que carrega como bandeira, o da agricultura, como a criação do CDHR. “Seria como se fosse um CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), mas para a zona rural.”
 
A respeito do episódio registrado em meados de julho passado, quando foi flagrado em um vídeo oferecendo vantagens a um sitiante para que ele não denunciasse a invasão de suas terras por parte da Prefeitura, que estava fazendo o alargamento de uma estrada rural, e levou o vereador a responder a um processo no Conselho de Ética na Câmara, ele negou má-fé. “O que aconteceu no episódio foi que eu fui convidado por um senhor para fazer uma intermediação. Fui na maior da boa vontade”, disse Laercinho.
 
Ainda sobre o tema, afirmou no encerramento da sabatina: “Tenho quatro netos. Se eu tiver errado nesse episódio da estrada, quero ver os quatro mortos em minha frente. Juro por Deus que eu não devo nada, fui apenas para ajudar.” Laercinho foi inocentado pelo Conselho de Ética na Câmara e está sendo investigado pelo Ministério Público e pela polícia.

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