Os atuais deputados por Franca são distantes e não se posicionam em relação aos temas de interesse da cidade e região. A afirmação foi feita por Márcio do Flórida (PT), que disputa uma vaga na Assembleia Legislativa, durante sabatina no GCN ontem. Foi objetivo nas respostas, disse que é possível fazer a diferença e não fugiu de polêmicas. Da mesma maneira que criticou concorrentes, defendeu companheiros do partido condenados pela Justiça.

 

Márcio disse que não se contenta apenas em criticar e que resolveu se candidatar para mostrar à sociedade que a vida das pessoas está diretamente ligada à política. “Quando eu aceitei o convite para ser vereador, acreditei que poderia fazer a diferença. Acho que nesses quase dois anos de mandado, eu fiz a diferença. E hoje, quando vou às ruas, a população respeita o meu nome porque sabe que a minha conduta foi ética e responsável.” 

 

O candidato acredita que é possível fazer melhor do que os atuais representantes de Franca têm feito. “Podemos ser deputados mais presentes na vida da sociedade, participando dos debates e do cotidiano da região, o que não acontece com os deputados que nós temos hoje.” Prometeu levantar bandeiras de interesse da população sobre temas na área da segurança, educação e saúde. “Eu assisti às sabatinas dos deputados que estiveram aqui e ambos criticaram a mudança do 190 da PM para Ribeirão Preto. Se disseram revoltados, mas o que efetivamente eles fizeram?”

 

Se eleito, afirmou que não se limitará a pedir. Disse que, se Alexandre Padilha ganhar, o 190 volta para Franca. “Sendo o Alckmin, vou chiar, vou cobrar. Vamos mostrar a cara, fazer abaixo-assinados, ir para a televisão, mobilizar.” 

 

Márcio do Flórida pediu aos eleitores que analisem como os candidatos têm agido, que verifiquem seus passados e quais são seus compromissos. “Uma coisa é certa: reeleitos os dois deputados, as coisas continuarão como estão e, sendo reeleito Geraldo Alckmin, a população continuará lidando com o 190 fora, com a progressão continuada, entre outros descalabros mais.”

 

O candidato classificou de “demagógica” a proposta de construir um Hospital das Clínicas em Franca, defendida por seu concorrente Gilson de Souza (DEM). “Nós temos que investir na saúde básica e essa é a minha proposta, minha bandeira de trabalho na Assembleia Legislativa.”

 

Posicionou-se contra a progressão continuada e contra a legalização da venda de drogas. “Não vejo condições de o Estado, hoje, dar atendimento que deveria dar se fizesse a liberação.” Defendeu a internação compulsória de dependentes químicos. Ressaltou que é necessário estruturar e dar suporte para as clínicas terapêuticas.

 

Defende que cada polícia tenha o seu comando individual, mas que haja com o comando estadual único, que concentre o banco de dados de todas as unidades. “Temos que otimizar os recursos humanos e materiais. A unificação de comando possibilitaria isso. Todas as forças têm que estar integradas, trabalhando juntas em benefício da população.”

 

Márcio do Flórida disse que não se sente constrangido em fazer dobradinha com o deputado Newton Lima (PT), considerado “ficha suja” por, segundo a Procuradoria Eleitoral, ter sido condenado por contratar e pagar irregularmente uma empresa de pesquisas sem interesse público, quando era prefeito de São Carlos. “Esse processo não terminou ainda. No TRE, ele teve três votos favoráveis e quatro contrários. Não é consenso de que seja ‘ficha suja’ ou inelegível.”

 

Também não viu problema em ter feito defesa pública, na tribuna da Câmara, de três integrantes do mensalão - José Dirceu, José Genuíno e o Delúbio Soares. “Temos que ser claros nas nossas ideias e ideologia. A posição que defendi não é minha posição, é a posição de juristas importantes do Brasil, como Ives Gandra, como o Bandeira de Mello.”

 

Finalizou dizendo que, se os eleitores quiserem mudanças, devem votar nos candidatos do PT. Pediu um voto de confiança da população. “Não desapontei na Câmara e tenho a certeza de que não desapontarei na Assembleia. Serei um deputado presente no dia-a-dia, pode confiar. Honrarei o voto que me derem.”