Troca de farpas esquenta debate entre candidatos a deputado federal


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Adérmis Marini (PSDB), Corrêa Neves Júnior (PV), o mediador Fábio Cruz, Delegada Graciela (PP), Doutor Ubiali (PSB) e Cristiano Crico (PHS), no debate da noite de ontem
Adérmis Marini (PSDB), Corrêa Neves Júnior (PV), o mediador Fábio Cruz, Delegada Graciela (PP), Doutor Ubiali (PSB) e Cristiano Crico (PHS), no debate da noite de ontem
O debate entre os cinco candidatos a deputado federal por Franca foi marcado pela troca de farpas. Promovido pela Igreja Católica, o evento lotou o salão paroquial da Capelinha. Foi preciso colocar cadeiras extras para acomodar todos os presentes. O encontro, que durou cerca de duas horas, teve como pontos altos os embates entre Corrêa Neves Jr. (PV) e Dr. Ubiali (PSB) e entre Cristiano Crico (PHS) e Adérmis Marini (PSDB). A Delegada Graciela (PP), ao fugir de confrontos, ficou muito apagada. 
 
O debate foi estruturado em cinco blocos. No primeiro, os candidatos tinham dois minutos para apresentação e para responder sobre os três maiores problemas da cidade e por que o eleitor deveria escolhê-los. Apenas Corrêa Neves conseguiu responder às duas questões. Adérmis e Crico estouraram o tempo sem terminar a lista de problemas. Dr. Ubiali respondeu sobre os desafios, mas se esqueceu de dizer por que deve ser escolhido. A Delegada Graciela preferiu não ser direta e falou sobre sua rotina na delegacia e as dificuldades que enfrenta. 
 
Falta de liderança
No segundo bloco, os cinco responderam a perguntas formuladas pelos organizadores sobre temas nacionais. Por sorteio, um dos concorrentes era escolhido para comentar a resposta do outro. Dr. Ubiali, candidato à reeleição, foi o centro das críticas. O primeiro a cutucá-lo foi Adérmis Marini. Ao responder sobre a falta de prestígio político de Franca, afirmou que a cidade é muito mal representada. “Falta liderança política para mostrar do que Franca é capaz.” Corrêa Neves foi sorteado para comentar a resposta e engrossou o coro sobre a atuação de Ubiali. “Eu sempre digo que precisamos colocar Franca de volta ao mapa. Quem acha que não pode fazer mais nada tem que ficar em casa e abrir espaço para quem quer trabalhar.”
 
Ubiali aproveitou a sobra de tempo em uma pergunta sobre aborto para tentar se defender. “Eu trabalho muito, mas, mesmo assim, não consigo mais do que já consegui.”
 
Sem preguiça
O embate continuou no bloco seguinte, com perguntas feitas pelos candidatos a um adversário escolhido. Ubiali foi o primeiro sorteado e escolheu Corrêa Neves para responder à pergunta sobre como trazer para a cidade uma delegacia da Polícia Federal. “Trabalhando. Indo todos os dias no gabinete do chefe da Polícia Federal, no ministro da Justiça. Não somos um apêndice de Ribeirão Preto. Estamos entre as 100 maiores cidades do Brasil. Não tem sentido não termos uma delegacia da Polícia Federal. Vou insistir e dedicar cada gota de suor do meu trabalho para isso”, respondeu Corrêa. 
 
Na réplica, Ubiali rebateu. “Tenho feito exatamente o que você falou. Me surpreende que você, como jornalista, não saiba disso, apesar de eu informar ao seu jornal. A política está cansada de gente que acha que pode tudo.” Não ficou sem resposta. “Justamente, como jornalista, eu aprendi a ser preciso e verdadeiro em tudo o que faço. Por isso, sei que é possível. Eu não tenho medo do trabalho. Eu não tenho preguiça”, replicou Corrêa Neves Júnior.
 
Conta não fecha
Depois foi a vez de Crico cutucar Adérmis. Ao perguntar sobre o fato de o tucano abandonar o mandato de vereador, Crico declarou ter votado em Adérmis. “Eu votei em você e como fica isso, agora?” Ao responder, o tucano agradeceu o apoio. “Espero que faça o mesmo e vote em mim para deputado federal.” Na réplica, Crico revidou. “Não votaria em você novamente, porque sou contra político que abandona o mandato. Também sou candidato e preciso de muito menos voto que você para ser eleito.” 
 
Para finalizar, Adérmis disse que quem deve decidir se ele merece o voto é o eleitor e que a conta dos números de votos apresentada por Crico não está certa. “Essa conta sua não fecha.” 
 
Fora de Franca
Em seguida, foi a vez de Corrêa Neves perguntar. Ele escolheu Ubiali para explicar por que, nos últimos 24 dias, o deputado passou em Franca apenas dois fins de semana. Ubiali disse que viajou porque é presidente da Federação das Apaes. 
 
Mas, na réplica, Corrêa Neves Júnior insistiu. “Se nem no período eleitoral o senhor fica em Franca, imagine depois de eleito como vai ser... Eu não! Se for eleito, montarei um escritório aqui na cidade para prestar conta de tudo o que eu faço aos eleitores que confiaram seu voto em mim. Vou representar Franca e os municípios aqui da região. O restante do Estado tem outros deputados para sua defesa. Eu serei o deputado de Franca e região”, disse. 
 
Ubiali se contentou em reafirmar que continuará atuando por outras cidades. “Não posso concordar com você. Ser deputado transcende Franca.”
 
Direito de resposta
Já no quarto bloco, dedicado a perguntas da plateia, Crico aproveitou a questão sobre o porquê de suas chances de eleição, na opinião dele, serem maiores que a dos demais para alfinetar Adérmis. “Vou ensinar meu amigo a fazer conta. Ele é formado em economia, mas parece que não sabe”, disse. O tucano se sentiu ofendido e pediu direito de resposta, que foi concedido. “Eu sei fazer conta sim e tenho respeito pelo eleitor. Na política, é preciso ter respeito.”
 
Foi o fim. No bloco destinado às considerações finais, os cinco agradeceram à iniciativa da Igreja e a oportunidade de exporem suas ideias.

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