Eleições: Franca fica sem pesquisa de intenção de votos para deputado


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Marcelo Carraro, gerente-executivo da Acif, em evento do Voto Nosso: ‘Não posso fazer uma pesquisa só com os nomes de Franca’
Marcelo Carraro, gerente-executivo da Acif, em evento do Voto Nosso: ‘Não posso fazer uma pesquisa só com os nomes de Franca’
Os candidatos a deputado por Franca têm mais duas semanas para gastar a sola do sapato e fazer campanha. O quadro eleitoral seguirá indefinido até 5 de outubro. Eles vão chegar ao dia das eleições sem saber quem são os favoritos, sem saber qual é a intenção de voto dos eleitores. Ao contrário dos pleitos anteriores, este ano não haverá pesquisa na cidade. Por causa de exigências da legislação eleitoral, a Acif (Associação do Comércio e Indústria de Franca) anunciou durante a semana passada que desistiu de realizar o levantamento. Sábado, a direção do GCN, que edita o Comércio, informou que também foi obrigada a tomar a mesma decisão. 
 
A Acif realiza este ano a quarta edição da campanha Voto Nosso, iniciativa que tem o objetivo de conscientizar os eleitores a votarem em candidatos de Franca. Uma das ações era a pesquisa, que seria divulgada nesta semana e apontaria aqueles com mais chances de ganhar. Na quinta-feira, o gerente-executivo da entidade, Marcelo Carraro, afirmou que o plano foi totalmente descartado. “Negociamos com o Ibope, estava tudo certo. Mas, na hora da assinatura do contrato, o departamento jurídico deles não autorizou. Uma pesquisa semelhante, feita em Foz do Iguaçu (PR), foi impugnada. Não posso fazer uma pesquisa só com os nomes de Franca. Tenho que inserir todos os nomes.”
 
A Acif pretendia investir R$ 42 mil na pesquisa. Como tornou-se inviável, os recursos serão revertidos na campanha de conscientização. Nesta semana, a associação vai lançar a revista Voto Nosso, com o perfil e propostas dos candidatos a deputado pela cidade.
 
O GCN, tradicionalmente, realiza pesquisas em parceria com o Instituto Datalink com alto índice de acerto. Nas duas últimas eleições para deputado, as intenções de voto captadas pelos pesquisadores foram confirmadas pelas urnas. Nunca houve surpresas. Desta vez, não será possível antecipar o resultado. “O Comércio da Franca lamenta a restrição imposta pela Justiça Eleitoral no sentido de impedir pesquisa e publicação segmentada. Fazer pesquisa listando cerca de 2.300 candidatos a deputado estadual e 1.400 candidatos a federal é impensável”, afirmou Sônia Machiavelli, diretora-responsável.
 
Como a resolução não permite a pesquisa apenas com candidatos de Franca e as multas são pesadas para infratores, a diretora disse que restou à empresa acatar a legislação. “Mas o fazemos pesarosos, pois o Comércio já tinha a tradição da pesquisa e nos últimos dez anos publicou resultados que se confirmaram nas urnas. A resolução da Justiça Eleitoral e as interpretações dos Tribunais sobre seus efeitos são obstáculos com os quais não contávamos. Ficamos frustrados.”
 
O PT é contra a campanha Voto Nosso. Pessoas próximas ao partido cogitavam a possibilidade de ingressar na Justiça para impedir a divulgação de pesquisas. Marcial Inácio da Silva, presidente do diretório municipal, disse que o cancelamento das divulgações foi decisão sensata. “Uma pesquisa específica, como seria feita, ajuda a produzir distorções. De repente, um candidato tem pouco voto em Franca, compõe a votação fora e se elege. Não podemos isolar a cidade, pois a eleição é estadual.”
 

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