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Luiza Barcelos, empresária que dá nome a uma das grifes mais cobiçadas do Brasil, lança suas novas coleções na Francal 2014
Luiza Barcelos, empresária que dá nome a uma das grifes mais cobiçadas do Brasil, lança suas novas coleções na Francal 2014
Luiza Márcia Aleixo Barcelos, 42, ou, simplesmente, Luiza Barcelos, batiza uma das mais cobiçadas grifes de bolsas e calçados femininos do Brasil. É ela a responsável pela criação de sete coleções lançadas anualmente, três no verão e quatro no inverno. Luiza cuida ainda do departamento de marketing da grife nascida há 25 anos, em Belo Horizonte, pelas mãos da mãe dela, a Dona Dorinha (Maria Auxiliadora Barcelos).
 
Luiza não é a única da família a trabalhar na empresa. Ao seu lado, estão os três irmãos, Rosa, Lúcia e Luiz Raul. A grife se prepara agora para receber a terceira geração Barcelos. Isabela, neta de Dorinha, se formou em moda e assume em breve o e-commerce da marca, que produz cerca de 3,8 mil pares de sapatos por dia em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, empregando 400 funcionários. Na Francal há mais de 10 anos, a estilista Luiza Barcelos lança cerca de 119 modelos neste ano e aproveita para estreitar relação com o cliente. “Nosso segredo é levar para nosso consumidor o ‘jeitinho mineiro’. Fazemos sapatos porque conhecemos nossos clientes e atendemos, literalmente, o gosto e as necessidades de cada um”, afirma.
 
A Luiza Barcelos existe há  25 anos e se consolidou como uma das mais importantes grifes no Brasil. Alcançou o que a maioria busca, valor agregado, com calçados que são considerados artigos de luxo. Como foi o início? A empresa surgiu de um ímpeto da minha mãe, a Dona Dorinha. Os quatro filhos estavam criados e ela queria mais responsabilidade. Um belo dia ligou para o papai, um empresário do ramo de distribuição de peças, e disse: “Deposite dinheiro na minha conta pois estou comprando uma fábrica de calçados”. No começo, ele resistiu e sugeriu que ela procurasse uma turma de terço para rezar, mas depois pensou melhor. Ela tinha muito bom gosto e nós éramos em três mulheres em casa. A fábrica de calçado seria o futuro das filhas e meu irmão ficaria com a empresa de peças do papai. Hoje trabalhamos todos juntos.
 
Você tem mais três irmãos. Por que batizou o seu nome foi escolhido para a marca?Eu era a única menor de idade e, para ser sócia da empresa, teria que me emancipar, o que levaria muito tempo. Papai então teve a ideia: minhas irmãs seriam sócias e eu batizaria. Quando fiz 21 anos passei a ser sócia também.
 
Você assina as coleções. Como o estilismo surgiu para você? Tinha 18 anos, minha mãe tinha uma estilista e um belo dia me disse: “A partir de hoje é você quem desenha a coleção”. Eu fazia design, desenhava móveis e relutei para fazer sapato. Relutei, mas não fugi. Em um tempo em que eram comuns coleções de sapatos fechados, apostei em sandálias. A primeira era um modelo vazado, ainda cortado à faca, pois não tinha laser. Sem querer, acabamos fazendo disso uma das nossas principais características. Até hoje a maioria da coleção é de sandálias.
 
A marca nasceu familiar e continua assim. Ao que consta, sem pretensão de abrir capital. Qual o segredo do sucesso?Sem pretensão nenhuma de abrir capital. Nós nos profissionalizamos, mas mantivemos o controle na família. Sempre buscamos ajuda e sabemos que é preciso melhorar sempre. Temos consultorias, buscamos auxílio de profissionais de fora da família Barcelos, mas o controle é nosso. Mamãe fundou a marca, os filhos trabalham nela até hoje e minha sobrinha se prepara para entrar na empresa cuidando do e-commerce. O segredo, eu acho, é respeitar o outro, tomar as decisões juntos e, mais do que isso, manter as raízes.
 
Minas Gerais continua sendo a ‘casa’ da Luiza Barcelos, mas hoje a marca produz também no Sul do País. Como funciona isso? Minas sempre foi referência de moda, principalmente com roupas. A produção de calçados era menor no Estado do que é hoje. Atualmente a Luiza Barcelos é a maior empresa de moda de calçados em Minas e nós temos muito orgulho disso. Mesmo assim, porém, tivemos que ir para o Sul para manter o crescimento. A parte técnica e de modelagem é feita na unidade do Sul. Minas Gerais ficou com o desenvolvimento e parte da produção. 
 
Em que você se baseou para fazer a coleção lançada na Francal? Trouxemos 119 modelos, mas não há uma aposta. Não acredito em tendência única. As pessoas têm sua personalidade, seus diferenciais, e não é possível fazer um sapato ou sandália únicos. Nosso diferencial é o contato direto com o consumidor. Nas redes sociais, por email ou pessoalmente eles são sempre ouvidos. Com certeza, a Francal nos ajuda a estreitar esse canal de comunicação. Mais do que a venda, o que me interessa é estar com o cliente e saber o que ele quer de nós. 

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