Imparcialidade, seriedade, empenho e competência técnica são alguns dos requisitos que, de forma ainda mais enfática que a habitual, fizeram parte das ferramentas de trabalho da equipe de reportagem do Comércio da Franca em seu 99º ano de circulação. Eles foram necessários para que fosse traduzida com fidedignidade a voz do povo ecoada em manifestações, protestos e greves que marcaram os últimos 12 meses. O objetivo maior foi atingido. A devida notoriedade foi conferida à voz do povo francano, mostrando que o Comércio acertou na maneira como conduziu o seu trabalho e a missão de informar.
Neste contexto, a credibilidade, a transparência e a independência do jornal foram essenciais para que ele desse voz à comunidade. Além de tais características, para Sonia Machiavelli, diretora-responsável do Comércio e presidente do Conselho Consultivo do GCN, é preciso haver coragem e coerência na rotina do impresso. “Sem independência, inclusive financeira, o jornal perde sua autonomia, o que é danoso para o espírito crítico que precisa ser exercitado a todo instante. Sem coragem não há condição para denunciar o que está errado, pois isso implica muitas vezes sofrer retaliações”, disse.
Ela se refere ao fato de o Comércio, priorizando a população e o seu direito à informação, ter, inclusive, estampado as falhas do governo do prefeito de Franca, Alexandre Ferreira (PSDB). “Como consequência, o GCN teve boicotado pela municipalidade o projeto O Jornal na Sala de Aula, com a penalização de centenas de alunos da rede municipal de ensino.”
As críticas, entretanto, nada mais traduzem que a narração de uma sequência de acontecimentos que fizeram o povo protagonizar um movimento de clamor coletivo por socorro. Entre eles está o embate entre a administração municipal e os servidores públicos, mostrado em detalhes nos últimos meses.
De um lado, 2,5 mil funcionários municipais, que só encontraram na greve uma forma de reivindicar melhorias para a categoria e reajuste salarial. Do outro, um prefeito minimizando o que chamava de “movimentação relativamente pequena”. Ouvindo os dois, sempre esteve o Comércio da Franca.
Outro exemplo de que o jornal dá voz à população há quase um século é a série de fatos que envolvem o atual caos no sistema público municipal de Saúde. Mortes suspeitas, condições inadequadas de atendimento e uma possível “indústria de horas extras” no setor motivaram a criação de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) na Câmara e se tornaram alvo de investigação do Ministério Público Estadual. O Comércio, como de praxe, deu voz também ao povo - que novamente gritou nas ruas, clamou e aguarda por melhorias no funcionamento do sistema.
Nestes e em outros episódios, ficou clara - e expressa através dos canais de comunicação do jornal - a perplexidade do leitor diante das atuais políticas públicas, da qualidade dos serviços que recebe e da falta de jeito do governo municipal para (não) se comunicar.
Protestos
Nenhum episódio, no entanto, reflete mais a função do jornal como parceiro fiel do leitor do que a cobertura das manifestações que tomaram conta do País em junho do ano passado. Segundo Sonia Machiavelli, o Comércio colocou repórteres em ação, procurou ouvir o maior número possível de participantes e traduziu em suas páginas a pluralidade de reivindicações que ganhavam as ruas. “O Comércio buscou filtrar e entender quais seriam as insatisfações mais urgentes para disponibilizá-las ao leitor. A equipe de fotógrafos obteve imagens de grande impacto fixando o momento histórico. Repercutiu-se em textos críticos o clamor coletivo. Acredito que o jornal pôde aquilatar e reconhecer a capacidade de mobilização de sua equipe na cobertura imediata, eficiente e isenta”, afirmou.
Além disso, as manifestações foram oportunas para avaliar os próprios processos de produção de informações. “A presteza foi um ponto forte na cobertura dos fatos de junho. O Comércio da Franca agiu rapidamente diante dos fatos que, até hoje, estão suscitando interpretações de analistas políticos, psicólogos e sociólogos”, avalia Sonia.
Confira as matérias que marcaram os últimos 12 meses da população francana nas páginas do Comércio.
EDIÇÃO 21/06/2013
UM PROTESTO LINDO... MANCHADO POR VÂNDALÔS
O comércio fechou as portas mais cedo e registrou prejuízo; mesmo os contrários a um dos maiores movimentos populares já registrados no País não se opuseram, e um protesto pacífico no mês de junho do ano passado marcou para sempre a história da cidade. O Comércio da Franca mostrou com detalhes em suas páginas impressas no dia seguinte o que o portal GCN havia informado em tempo real. Inclusive atos violentos registrados no mesmo dia, mais tarde, em um protesto não oficial.
EDIÇÃO 26/06/2013
ALEXANDRE DEFENDE A SÃO JOSÉ, CULPA A GRATUIDADE, MAS CONGELA A PASSAGEM
Aproximadamente 10 mil pessoas ganharam as ruas de Franca para protestar em junho do ano passado. A partir do Terminal “Ayrton Senna”, no Centro, o francanos percorreram as ruas pedindo, entre muitas outras coisas, a redução do valor da tarifa dos ônibus circulares, o rompimento de contrato com a empresa São José e até a saída do prefeito Alexandre Ferreira do governo municipal. O protesto durou cerca de três horas e terminou em frente à Prefeitura.
EDIÇÃO 12/07/2013
MANIFESTAÇÃO TERMINA EM BAILE FUNK
O Dia Nacional de Luta em Franca começou com interdição de via e terminou em baile funk, e o Comércio estava lá para poder contar os detalhes de tudo o que aconteceu. Foram três protestos no mesmo dia. Um promovido pelo MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra), que bloqueou os dois sentidos da rodovia Cândido Portinari. Outro foi organizado por funcionários da CPFL, que protestaram por melhores salários. O terceiro aconteceu na praça central e foi organizado pelo movimento Vem Pra Rua, que exigia uma lista vasta de reivindicações.
EDIÇÃO 16/03/2014
FAMILIARES CONTAM SUAS DORES NA CEI DA SAÚDE
Quatro mortes suspeitas, um sem número de desmandos, descaso com o ser humano e outros ingredientes sórdidos mostraram que um caos estava instalado na saúde pública de Franca. Todas as vertentes que envolvem o caso estão registradas em detalhes nas páginas do Comércio da Franca, que acompanha agora os desdobramentos de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) aberta pela Câmara Municipal para apurar os fatos. Profissionais da saúde haviam feito manifesto nos dias anteriores.
EDIÇÃO 20/03/2014
AGENTES DO CENTRO DE DETENÇÃO PROVISÓRIA SEGUEM EM GREVE
Todas as categorias trabalhistas, classes sociais, crenças, regiões geográficas têm voz e vez no Comércio. Em março deste ano foi a vez dos agentes penitenciários do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Franca clamarem por seus direitos. Eles fizeram greve para reivindicar, entre outras coisas, reajuste salarial e o Comércio noticiou todos os desdobramentos. Na mesma edição, os servidores públicos municipais davam ultimato ao prefeito Alexandre Ferreira para a renegociação salarial, caso contrário, decretariam greve.
EDIÇÃO 23/03/2014
GREVE!
Os servidores públicos municipais rejeitaram por unanimidade a proposta de reajuste salarial oferecida pela Prefeitura de Franca em março deste ano e decidiram, também sem votos contrários, parar a cidade, mantendo apenas os serviços essenciais. O momento histórico - havia 11 anos que o governo municipal não passava pelo desgaste de uma paralisação - foi mostrado em detalhes nas páginas do Comércio.
EDIÇÃO 25/03/2014
SUTIÃS NO ALAMBRADO E PRESIDENTE VARGAS INTERDITADA
A greve dos servidores municipais iniciada em 24 de março ganhou força e teve desdobramentos. O povo mostrou sua “voz” também nos dias seguintes e protestou na porta da Prefeitura de Franca. Revoltadas, profissionais da rede municipal de educação penduraram diversos sutiãs nas grades do prédio da Prefeitura em forma de protesto, a uma suposta declaração do prefeito. Segundo relatos, Alexandre Ferreira teria dito que os servidores “não teriam peito” para manter a greve.
EDIÇÃO 1/05/2014
CENÁRIO AMEAÇADO
No dia 1º de maio o Comércio da Franca informou o que moradores de Delfinópolis (MG) e região não queriam ouvir: uma decisão do Governo Federal mudaria um dos cenários turísticos importantes da região. Por determinação do ONS (Operador Nacional de Energia Elétrica), a represa Mascarenhas de Moraesm do rio Grande teria seu nível reduzido em até 13 metros ao longo deste ano. Vinte dias depois, as Prefeituras de Delfinópolis, Passos e São João Batista do Glória conseguiram, na Justiça Federal de Minas Gerais, uma liminar proibindo Furnas de reduzir o nível da represa.
EDIÇÃO 3/06/2014
PROTESTO DOS ALUNOS DA FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA POR MELHORIAS
Em junho deste ano, a voz dos estudantes da FDF (Faculdade de Direito de Franca) ganhou as páginas do Comércio. Com cartazes e gritos de ordem, os universitários protestaram por melhorias no ensino e por maior representatividade nas decisões coletivas da instituição, além de cobrarem mais agilidade na entrega do novo prédio da faculdade.
EDIÇÃO 5/06/2014
ALEXANDRE RECONHECE CAOS NA SAÚDE E DECRETA EMERGÊNCIA
A edição do Comércio da Franca do dia 5 de junho passado retratou o que a maioria dos francanos já sabia: a saúde está um caos. A novidade é que, desta vez, quem admitiu o quadro pela primeira vez foi o prefeito, Alexandre Ferreira (PSDB). Depois de passar meses afirmando que as sucessivas falhas na sua administração seriam “invenções” da imprensa, ele decretou situação de emergência nos PSs “Álvaro Azzuz” e Infantil para tentar restabelecer os serviços.
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