Francanas aderem à campanha 'Eu Não Mereço Ser Estuprada'. Confira fotos


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Leticia Camargo
Leticia Camargo

Não é 65%! Ipea admite erro em pesquisa sobre abuso contra mulheres

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou na tarde desta sexta-feira, 4, que errou na polêmica pesquisa divulgada na semana passada em que 65% dos brasileiros concordam inteiramente ou parcialmente com a frase “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Nesta tarde, o Ipea afirmou que o percentual correto é 26%.

Por conta do erro, o diretor de Estudos e Políticas Sociais do instituto, Rafael Guerreiro Osório, pediu exoneração.

O caso

A pesquisa “Tolerância social à violência contra as mulheres” ganhou grande repercussão no Brasil pelos dados mostrados. Campanhas se espalharam por todo país repudiando os estupradores. A notícia foi tema de reportagens na grande maioria dos jornais, TVs, rádios e portais de internet.
 

A recente pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a relação entre o comportamento da mulher e o estupro causou bastante revolta nas redes sociais por mostrar que a sociedade brasileira ainda conserva um pensamento machista. O levantamento apontou que 65% dos brasileiros concordam que mulheres que usam roupas curtas merecem ser estupradas.

Como resposta, a jornalista Nana Queiroz criou a campanha “Não Mereço Ser Estuprada”, através de uma foto sua com os tais escritos nos antebraços e o Congresso Nacional ao fundo. Não demorou muito para a campanha ter inúmeras adesões através das redes sociais com a hashtag #EuNãoMereçoSerEstuprada.

Mas nem tudo são flores. Houve quem torcesse o nariz e até aqueles que ameaçaram a jornalista de estupro. Ao saber das ameaças, a presidente Dilma Rousseff (PT) imediatamente se manifestou pelo Twitter a favor da campanha e afirmou que o governo e a lei estão do lado da jornalista e de todas as mulheres ameaçadas e vítimas de estupro.

"A jornalista @nanaqueiroz se indignou c/ os dados da pesquisa do @ipeaonline sobre o machismo na nossa sociedade #respeiteasmulheres", postou Dilma. "Por ter se manifestado nas redes contra a cultura de violência contra a mulher, a jornalista foi ameaçada de estupro. Organizadora do protesto #NãoMereçoSerEstuprada, @nanaqueiroz merece toda a minha solidariedade e #respeito", completou a presidente.

Nana agradeceu o apoio da presidente também pelo Twitter. "Cara presidenta, obrigada. Esperamos contar com seu apoio para aprovação de leis que protejam mulheres de crimes virtuais", escreveu a jornalista.

Também indignada com o resultado da pesquisa do Ipea, a francana Carine Martos, de 21 anos, propôs a modelos que trabalham no estúdio do seu marido, Lelo Teófilo, também de 21, que elas aderissem a campanha através de um ensaio fotográfico.

“No sábado, a Nana lançou a campanha e pediu para que as mulheres que também se sentiram ofendidas postassem fotos com a hashtag #EuNãoMereçoSerEstuprada. Como sou produtora do estúdio do Lelo, tive a ideia de aderir à campanha produzindo um ensaio fotográfico com as nossas modelos. Feito o convite, elas toparam na hora, pois compartilhavam do sentimento de indignação da Nana, meu e de tantas outras brasileiras.”

O ensaio não se limitou apenas às modelos. Amigas e mulheres interessadas em se manifestar também participaram.

Confira abaixo algumas fotos do ensaio produzido e registrado pelo casal:

Metodologia questionada

Recentemente o Portal R7 postou uma matéria sobre pesquisadores que questionam a metodologia usada na pesquisa. Em sua maioria, os pesquisadores acreditam que as perguntas foram mal formuladas, porque, segundo eles, induziram os entrevistados a uma resposta. Um deles ainda questiona a amostra, dizendo que ela não corresponde à característica da população brasileira.

Questionado sobre a posição dos pesquisadores, o Ipea informou que o pesquisador responsável é o único que possui informações metodológicas sobre a pesquisa, mas que ele está hospitalizado no momento.

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