O novo presidente da Cocapec (Cooperativas dos Cafeicultores e Agropecuaristas) é um entusiasta do café. Mineiro, natural de Campos Gerais (distante 266 quilômetros de Franca), Maurício Miarelli está ligado ao café desde pequeno e diz que o mercado da cafeicultura é rico e fabuloso. Neto de italianos que vieram para o Brasil trabalhar na colheita do fruto, Miarelli é um veterano na cooperativa. Fez parte de sua fundação em 1985 e na última quinta-feira, 27, deu início ao seu terceiro mandato à frente da Cocapec. Ele foi conduzido ao cargo por 62% dos votos (entre os mil votantes) em uma eleição disputada, que pela primeira vez em 12 anos, contou com a participação de uma segunda chapa.

 

“Essa vitória é um reconhecimento do cooperado. Uma análise dos dois grupos. Aqueles que votaram a nosso favor sabem que a cooperativa está bem conduzida. Analisaram o histórico”, disse Miarelli, que orgulha de ser o cooperado de número 4 da Cocapec. “Ajudei a escrever o estatuto da cooperativa”, lembrou.

 

Engenheiro agrônomo de formação, com especialização em cooperativismo, Miarelli chegou até a Cocapec por ordem do extinto Instituto Brasileiro do Café. “Era funcionário do Instituto e me designaram para apoiar a cooperativa em seu início. A região sempre foi uma das mais importantes na cafeicultura do Brasil e não tinha uma estrutura de cooperativa.”

 

Nos últimos quatro anos, mesmo fora da diretoria executiva, Miarelli não deixou de participar do seu dia a dia e exerceu durante o período o cargo de presidente da Credicocapec, cooperativa de crédito rural ligada à Cocapec.

 

Para ele, o fato de duas chapas disputarem a presidência não significou um racha entre os cooperados e sim uma insatisfação com o modo de administração. Nessa nova gestão, sua proposta é dar mais atenção às reivindicações do cooperado e focar mais no atendimento. “Nos últimos anos a Cocapec se preocupou em construir armazéns, agora vamos eleger prioridades e criar ferramentas para corrigir as imperfeições. Essa insatisfação facilita, pois quero fazer o que o cooperado quer”, disse.

 

Aos 60 anos, Miarelli já se considera francano e também agrega no currículo passagem pelo CNC (Conselho Nacional do Café) - órgão que reúne as principais cooperativas do setor no País - onde atuou como presidente e ocupa há três anos e meio o cargo de coordenador.

 

Ao lado do vice-presidente Carlos Yoshiyuki Sato e Alberto Rocchetti Netto, diretor secretário, Miarelli classificou a unanimidade como perigosa, mas disse que espera fazer da nova diretoria “a melhor administração que a cooperativa já teve”.

 

Atualmente a Cocapec é considerada uma das maiores cooperativas do setor, possui 210 funcionários, 2070 cooperados em 14 cidades, sendo responsável por 59 mil hectares de café. A expectativa para esse ano é armazenar 1,5 milhão de sacas de café.