
“É mentira! É mentira! É mentira”, gritou o cantor sertanejo Giovani, no início da tarde de ontem, depois de ouvir da boca do seu irmão Gian que sua filha Gessyca Morais, 21, havia morrido após um acidente de carro em Osasco (393 km de Franca). O corpo da estudante universitária está sendo velado na sala 1 do São Vicente e será enterrado no cemitério da Saudade, às 9 horas desta quarta-feira.
A tragédia aconteceu por volta das 2 horas de ontem. Segundo depoimentos colhidos pela Polícia Civil daquela cidade, Gessyca estava em uma pizzaria da região acompanhada de seu primo, Felipe Morais, 22, e do amigo Pierluigi Patroni Valentim Cruz, 22. O grupo voltava para a casa de Pierluigi, no Honda Civic do mesmo, quando ele, que dirigia o carro, perdeu o controle e tombou. O veículo se chocou contra um poste da avenida Fuad Auada com tamanha violência que o teto do carro foi completamente arrancado. Pedaços do automóvel foram recolhidos pela polícia a 15 metros de distância.
O resgate foi acionado e Gessyca foi socorrida com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu, assim como Pierluigi. O primo de Gessyca, Felipe, segue internado em estado grave no Hospital Municipal Antônio Giglio, em Osasco.
O corpo da estudante foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) da cidade e liberado após a chegada da família. “Eles (do IML) me aconselharam a não ver (o corpo) devido ao estado que ele estava”, disse Gian. “Ainda preciso assimilar tudo isso. É muito difícil”. Gessyca estava na cidade há cerca de quatro dias visitando amigos e familiares juntamente com sua mãe, a empresária Laisa Morais. Pierluigi morava em Osasco. O primo da francana vive em São Paulo.
Investigação
O acidente será investigado pelo 9º Distrito Policial de Osasco e, segundo registrado pelos PMs que chegaram ao local, tudo indica que o Honda Civic do grupo estava em alta velocidade, porém isso só será confirmado no laudo pericial. Dentro do carro foi encontrada um cumpom de pedágio e uma garrafa de cerveja long neck.
Ainda segundo o relato dos policiais militares, todos no carro estavam usando cinto de segurança. Felipe seguia ao lado de Pierluigi, o motorista, enquanto Gessyca seguia no banco traseiro. O inquérito completo sobre o acidente deve ser concluído em 30 dias.
Luto
No instante em que a notícia do falecimento de Gessyca foi publicada nos sites de notícia, sua página em uma rede social recebeu inúmeras mensagens de luto e tristeza de colegas, amigos e conhecidos. Colegas da francana, que começaria o segundo ano de jornalismo na Unifran em fevereiro, a descreveram como uma pessoa extremamente alegre e animada, sempre disposta a participar de festas e reuniões.
Gessyca também era conhecida pela habilidade em trabalhar com pessoas, fato que a motivou na escolha da carreira. Antes de ingressar no jornalismo, ela havia feito dois anos de publicidade e propaganda, mas desistiu no meio do caminho. Ela vivia com a mãe e com a avó, na Vila Aparecida.
Tristeza
O corpo da estudante Gessyca Morais chegou ao Velório São Vicente de Paulo pouco antes das 22h30. Um grande número de pessoas, a maioria curiosos, ficou em torno na sala 1, onde ocorre o velório, mas não pôde entrar. Apenas familiares e alguns amigos tiveram acesso ao local, e ninguém soube informar se haveria visitação pública.
Gian, único a se manifestar, pediu à imprensa que respeitasse “o momento difícil que a família está passando”. “O Giovani não autorizou familiares ou amigos a falar. No momento oportuno, ele irá se manifestar”, disse rapidamente o cantor, tio da jovem morta.
Briga
O nome de Gessyca apareceu na imprensa em março de 2012, em meio a uma briga familiar. Naquele ano ela denunciou o pai pelo atraso no pagamento de sua pensão. Na época, a dívida chegou a R$ 63 mil. O imbróglio continuou até setembro daquele ano, quando a dívida chegou a R$ 90 mil, obrigando a Justiça de Barueri a decretar a prisão do cantor, no dia 7. No dia 11, ele quitou o débito e não foi preso.
Pierluigi Patroni Valentim Cruz, 22, que dirigia o carro
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