Idosa de 82 anos do Santa Maria se prepara para se tornar tataravó


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Maria de Fatíma Tavares, a matriarca Maria Aparecida de Oliveira, Fernanda Tavares e Bruna Tavares, que está grávida, com os familiares (ao fundo): cinco gerações
Maria de Fatíma Tavares, a matriarca Maria Aparecida de Oliveira, Fernanda Tavares e Bruna Tavares, que está grávida, com os familiares (ao fundo): cinco gerações

Você conheceu os seus tataravós? É bem provável que não. O seu tataravô ou tataravó ainda está vivo? Quase que impossível. Quase. Em Franca, uma das famílias que em breve irá desfrutar dessa oportunidade de ter cinco gerações convivendo ao mesmo tempo é a da dona de casa Maria Aparecida Narciso de Oliveira, moradora do bairro Santa Maria. Aos 82 anos, ela se prepara para ser tataravó pela primeira vez; sua bisneta, Bruna, 15, está grávida de seis meses de uma menina. E, com o envelhecimento da população, é possível que casos como o de Maria Aparecida se tornem mais comuns nos próximos anos (leia mais ao lado).

A família da idosa é numerosa. Maria Aparecida teve 13 filhos, sendo apenas um homem. Destes, 12 ainda estão vivos. Nos finais de semana, até cem familiares chegam a se reunir para almoçar e colocar a conversa em dia na casa dela. A quantidade pode assustar, mas, para a família da idosa, “quanto mais, melhor”. “Estou adorando a ideia de ser tataravó, gosto demais dos meus netos. Minha família, graças a Deus, é muito boa, tenho amor neles todos”, disse.

Para a idosa, foi a “proteção de Deus” que a permitiu criar todos os seus filhos. “Mas valeu a pena, porque hoje, todos me querem bem, fazem tudo para mim. Tenho dez genros, e cada um é mais um filho que tenho”, diz.

Maria Aparecida considera importante iniciativas como a Semana Municipal do Idoso, encerrada sábado, 28. Para ela, os debates realizados sobre a terceira idade podem fazer com que as pessoas respeitem os mais velhos. Ela disse que convive bem mesmo com as gerações mais jovens da família, mas ressalta que são bem diferentes da sua. “A gente respeitava mais os mais velhos. Hoje não está tendo muito isso.”

A bisavó
Uma das filhas de Maria Aparecida é a costureira Maria de Fátima, 57. Assim como para a sua mãe, família também tem um significado especial para ela. “Minha mãe é minha heroína. Meu pai faleceu há 27 anos, e ela ficou sozinha com a gente. Somos 12 irmãos vivos, e um falecido. Era uma dificuldade total para minha mãe nos criar, porque éramos todas mulheres, e o único filho homem era um dos mais novos. As irmãs mais velhas tinham que trabalhar para criar os mais novos”, disse.

Foi por valorizar o núcleo familiar que a costureira incentivou a sua neta, Bruna, a se casar com o vendedor Huodson Alves, 20. “O casamento é muito importante, tanto civil, como religioso. Fui criada assim, para prezar muito a família.”

A avó
Com apenas 36 anos, a filha mais velha de Maria de Fátima, Fernanda Aparecida Tavares ficou assustada quando descobriu a gravidez da sua filha. Mas, com o tempo, acabou aceitando mais e hoje, já está ansiosa pela chegada do novo membro da família. “Vai ser muito bom, porque é uma vida que está vindo. A Bruna é filha única, e será o meu primeiro neto. Vai ser tudo pra mim (risos).”

Ela, como sua mãe e avó, gostar de estar reunida com os parentes. “Se passo um dia sem ver a minha avó (Maria Aparecida), já sinto falta. A nossa relação é muito forte. Se você tem um problema, a família te dá um conselho, um apoio, e aí me sinto outra pessoa.”

A mãe
Apesar de não planejada, a gravidez não surpreendeu nem preocupou a estudante Bruna Tavares Tristão, 15. Ao contrário, ela está animada com a perspectiva de se casar com Huodson, e de ter o primeiro filho. “Sempre gostei de criança, mas não sabia que ia ficar grávida agora. É uma sensação legal saber que várias gerações vão conviver. Minha bisavó também gostou, porque agora vai ser tataravó. Converso muito com ela, inclusive sobre minha filha, ela me explica o que precisarei fazer quando ela nascer”, disse.

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