
É no período de férias que nos propiciamos descanso, passeios familiares, a prática de esportes radicais, a leitura de um bom livro, e até mesmo uma farta pescaria. Focaremos, agora, nesta ultima atividade.
Após um mês de férias, nós, da Comissão do Cinema e Psicanálise de Franca, retomaremos aos nossos encontros mensais neste sábado (24) no Centro Médico, trazendo um “peixe grande” a ser deliciado. Um filme do renomado diretor Tim Burton, cuja história foi escrita por Daniel Wallace, que relata a vida de um personagem, através de narrativas sonhantes sobre sua própria realidade. Peixe Grande é dirigido com maestria, é um presente, que nos oferece através de suas histórias maravilhosas, vários intérpretes reais e míticos, instigantes em questões essenciais à nossa existência.
Edward Bloom (Albert Finney), o protagonista, nos vai contando sua vida a partir de suas experiências mais significativas, como se fossem ‘causos’ de um pescador. Suas histórias têm conteúdos aparentemente inexistentes e exagerados, porém, ao longo do roteiro revelam-se permeados em uma realidade poética. Faz-nos pensar que precisamos sonhar nossa própria realidade para poder elaborá-la. A partir da criatividade contida nas histórias que conta, constrói encontros com aquilo que realmente era, e também com o que não lhe foi possível ser. Nas palavras dele: “um homem conta suas histórias tantas vezes, que ele se mistura a elas, e elas sobrevivem a ele. E é desse jeito que ele se torna imortal.”
O ser humano tem necessidade de contar histórias que o interpretem. Afinal, em nossa existência não temos um só enredo, e sim vários mundos a percorrer. Através de tantos personagens internos e externos de Edward, de suas vidas e relatos, transportamo-nos a pensar sobre várias etapas da existência, em uma viagem que perpassa o nascimento, o imaginário infantil, as dores do crescimento adolescente, os amores e destemores da juventude, os encontros na maturidade, o envelhecimento e a morte.
Nessa pescaria, somos levados a embarcar em trajetória sonhante, embasados por um pensar sobre as idealizações, medos, lutas e ambiguidades que respaldam nossa pluralidade humana.
Em maior evidência coloca-se a relação entre pai e filho, amparada por uma dinâmica que varia entre o desencontro e tentativas de parceria. Vemos inicialmente um filho pragmático, que quer saber a versão oficial das histórias, e um pai de alma livre que não conseguia ser confinado a um aquário pequeno. Deparamo-nos com a construção do afeto, assim como uma lição de amor às diferenças, à diversidade e à vida.
O peixe já foi pescado, agora nos resta juntos neste sábado, escamar, abrir, retalhar e salgar. Provavelmente será assado em forno de fogão a lenha, à moda antiga, com todos assentados numa cozinha aconchegante. O tempero é tão essencial quanto a proposta de refletirmos nossa condição humana, respaldados com uma boa conversa.
É um convite, a pensarmos sobre nossa própria vida psíquica, com a possibilidade de transcrever a realidade e, a partir de então, buscarmos fragmentos da verdade que nos permeia.
Espero vocês para saborearmos um ”peixão“, regado a sonhos e reflexões. Venham com apetite, pois o alimento deve estar saboroso.
CINEMA E PSICANÁLISE
Peixe Grande
Data e horário: 24/08 às 14h30
Local: Sede do Centro Médico - Rod. Tancredo Neves, Km2
Entrada: R$ 5
item: descrição lorem lorem
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