Padre de Batatais chama autoridades de preguiçosas


| Tempo de leitura: 3 min
Praça da igreja do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, em Batatais: pároco ‘atirou’ para todos os lados
Praça da igreja do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, em Batatais: pároco ‘atirou’ para todos os lados

Um disparo de críticas por parte do padre Pedro Bartolomeu, pároco da igreja do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, a matriz de Batatais, marcou a homilia da missa do último domingo. Enfurecido, ele acusou as autoridades municipais de não zelarem pela segurança do templo e da praça e as chamou de “preguiçosas, vagabundas e mentirosas”. Em resposta, o primeiro-tenente da Polícia Militar afirmou que processará o religioso por injúria. Ouça aqui o Padre Bartolomeu durante a missa

A raiva do padre - que ele mesmo classificou como tão grande ao ponto de querer “mastigar um” - foi despertada após uma imagem de bronze de Imaculada Conceição, que ficava instalada em um nicho na parte externa da Igreja Matriz, ter aparecido caída ao chão na madrugada do último sábado. Durante a missa, ele disse que a ação é resultado da falta de segurança ao redor da igreja e da presença de vândalos nas escadarias do prédio nas noites de quinta-feira a domingo. “A igreja foi profanada. Vândalos jogaram por terra a imagem da Imaculada Conceição. É um pecado grave contra o templo, mas a minha tristeza se transformou em raiva”, disse.

Suas primeiras críticas foram direcionadas aos pais que, segundo ele, terceirizam a educação dos filhos. Mais adiante, o padre disse que o comando da Polícia Militar mente, já que teria se comprometido com o policiamento externo do templo e não o estaria fazendo. “[Sobre] a irresponsabilidade da PM, estou dizendo há muito tempo. Para mim, além de irresponsáveis, são mentirosos nas suas [altas] patentes, e não nos subordinados. Chamo de mentiroso sim, capitão e tenente”, disse. Outro foco das críticas foi a Guarda Civil Municipal. “A gente nunca sabe qual é a função deles.”

Bartolomeu criticou ainda o Conselho Tutelar, a Vigilância Sanitária - que não teria atendido os seus chamados para verificar possíveis focos de criação de mosquitos transmissores da dengue na praça - e o descaso do poder público com as questões da praça. “Estou cansado de conversas, cansado de promessas desse bando de gente preguiçosa, vagabunda e mentirosa. Quero que me dê solução para a praça. Os maconheiros vão continuar fumando droga nas portas [da igreja], os delinquentes vão continuar profanando o templo, os jovens vão continuar se prostituindo na praça (...) até quando, meus caros?”

OUTRO LADO
Ciente das críticas feitas pelo padre, o primeiro-tenente do Batalhão da Polícia Militar de Batatais, Alex Fabiano Lança, afirmou que moverá uma ação de injúria contra Bartolomeu. “Quanto às ofensas pessoais, elas vão ser encaminhadas ao Poder Judiciário. Vamos mover uma ação de injúria, as ofensas foram dirigidas a nós como agentes públicos”, disse.

Segundo o tenente, a missão constitucional da PM não engloba a preservação da ordem do patrimônio municipal. “Esta é missão constitucional da Guarda Civil Municipal. Quanto ao patrimônio particular da igreja, seria a igreja que teria que cuidar.”

Ele afirmou ainda que os arredores da igreja são, sim, pontos de encontro de jovens, mas quando os policiais fazem abordagens, não são encontradas drogas ou outros produtos ilícitos. “O pessoal frequenta a praça, mas não tem crime, que é o que temos que coibir. A PM tem feito abordagens, mas eu não posso proibir, não compete a PM estar regulando isso [frequência]. A missão da PM está sendo feita”, afirmou Lança.

Quanto à queda da imagem, ele disse que ninguém presenciou o fato e que, portanto, não há comprovação se foi um ato de vandalismo. “Simplesmente a imagem caiu, não tinha fato criminoso. O guarda municipal que lá estava nos acionou. Mas como vamos imputar alguém se ninguém sabe o que realmente aconteceu?”, questionou.

Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.

Comentários

Comentários