
Tem filme novo no cinema. É brasileiro e muito bom, segundo disseram algumas crianças que já o assistiram. A personagem principal da história não é desconhecida. Chama-se Tainá e já teve sua vida contada outras duas vezes na tela. Na primeira vez, apareceu menina de dez anos, no filme Uma aventura na Amazônia. Da segunda, adolescente, prosseguia com suas peripécias na selva. Por isso o nome do filme: A aventura continua. Agora vamos conhecer Tainá nos seus primeiros anos. O filme do momento se chama Tainá, a origem. Os três formam uma trilogia.
Quando um filme conta uma história anterior em relação a outro filme que já foi exibido, dizemos que estamos diante de um “prequel”. É uma palavra da língua inglesa para falar de um filme que retoma uma história já contada para mostrar como a perso-nagem vivia antes. Tainá já tinha aparecido mais velha em dois filmes. O terceiro foi feito para contar de onde ela veio.
Nos dois primeiros filmes, Tainá foi interpretada pela atriz Eunice Bahia, que hoje tem 21 anos. Agora, o papel da indiazinha Tainá é interpretado por uma indiazinha de verdade chamada Wiranu Taimbé, natural de uma tribo localizada perto de Paragominas, cidade do Pará. Ela tinha apenas quatro anos quando começaram as filmagens.
O preparador de elenco Claudio Barros explicou para os jornalistas que participaram do lançamento do filme, que os índios não dão logo um nome quando nascem os filhos. Eles ficam observando o jeito do bebê, como ele se comporta, se apresenta alguma característica que chame a atenção. No caso de Wiranu, assim a chamaram porque ela sempre pareceu agitada como a ema branca, que fica zanzando de um lugar a outro, nunca para quieta.
“Filmar na Amazônia é complicado”, diz a diretora de cinema Rosane Svartman. E explica: “Chove, faz sol, tem lama, chão arenoso, muito bicho, mosquito. Você tem de pegar barco, van, avião. Mas a região é belíssima. Chegamos a lugares que estão entre os mais bonitos do mundo.” No filme, fica retratada a magia, a diversidade, a grandiosidade, a beleza da floresta amazônica.”
Quer saber um pouquinho mais da história contada no filme? Vamos lá. Tainá (Wiranu Taimbé) é uma órfã que ficou sem mãe muito cedo. Seu maior desejo é tornar-se guerreira ( o que é proibido às mulheres de sua tribo) e conhecer sua origem ( daí o nome do filme). Nessa busca, faz amizade com uma menina da cidade, Laurinha ( vivida pela atriz Beatriz Noskoski) e um indiozinho nerd, Gobi (o ator Igor Ozzi). Wiranu, Beatriz e Igor são atores mirins.
Laurinha e Gobi ajudam Tainá a chegar até a Grande Árvore, onde tem a revelação de quem é sua mãe. Ali também todos tomam consciência de que um inimigo muito antigo dos povos indígenas está de volta. Trata-se do Jurupari, que quer destruir a floresta. Na luta entre o Bem e o Mal, o primeiro vence depois de muitas lutas de Tainá e seus amigos. No final, re-velando-se guerreira e conhecendo sua origem, ela se firma em sua identidade. A diretora Rosane Svartman disse que não voltará com outro filme da franquia Tainá. A trilogia está completa e fechada.
Amplie seu vocabulário
Trilogia: conjunto de três trabalhos artísticos (literatura ou cinema) que estão conectados
Prequel: filme que contém elementos passados, ocorridos antes dos narrados no primeiro trabalho.
Tainá: nome próprio que significa “luz da manhã, raio de luz”
Preparador de elenco: profissional que trabalha com os atores as emoções que o diretor deseja passar para o público
Wiranu: ema branca; sobre esta ave estamos falando na seção “O bicho da vez”
Nerd: jovem com inteligência acima da média, muito dedicado aos estudos, mas avesso ao relacionamento com outros
Diretora de cinema: criadora da história em imagens, supervisiona e dirige as filmagens.
Mirim: na língua tupi, significa tudo o que é pequeno; é o contrário de açu, termo para classificar o que é grande.
Franquia: vários filmes que apresentam o mesmo personagem em histórias diferentes
Jurupari: deus da mitologia guarani, espírito mau, demônio; aparece sob muitas formas, inclusive serpente.
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