A secretária de Saúde de Franca, Rosane Moscardini, afastou de suas funções, por tempo indeterminado, o médico Sebastião Carlos Borges Tamburus, acusado de se recusar a prestar atendimento à paciente Dhayane Taila da Silva, 22, grávida de 9 meses. O incidente aconteceu no dia 5 de janeiro, quando o taxista Diego Alexandre Rodrigues Ribeiro, 27, chegou do trabalho e foi informado por sua cunhada que sua mulher sentia fortes dores na nuca e formigamento nos braços. Ele levou sua mulher para o Pronto-Socorro “Doutor Álvaro Azzuz”, onde a paciente foi encaminhada para a sala de espera, mas teve um mau súbito. “Ela começou a desmontar (desfalecer) então vi o médico e pedi ajuda, mas ele disse que eu tinha que esperar”, disse o marido. “Quando eu disse que ele tinha que atender ela, ele ficou bravo e falou que não iria atendê-la e que eu não mandava nada ali”, lembrou.

Indignado com a situação, o taxista gravou, no celular, a discussão que teve início com o médico. No vídeo, o médico aparece apoiado em uma muleta, gesticulando muito e bastante alterado. “Você veio falar o quê aqui, para mim, sô!. Quem é você?”, disse. O taxista retrucou dizendo que era um trabalhador e que ele tinha a obrigação de atender sua mulher. Foi quando o médico finalizou a conversa dizendo “As coisas são assim. Você vai sair daqui agora.”

Após a discussão, o casal foi atendido por uma enfermeira que conduziu a paciente para uma consulta com outro médico plantonista. A mulher foi medicada e liberada pelo corpo clínico. Mais tarde, voltou a passar mal, mas desta vez o casal procurou atendimento médico no Hospital Regional. “Minha mulher ficou três horas em observação. Por causa do nervoso que passou a pressão dela não baixava de jeito nenhum”, disse o marido.

Uma semana depois, o casal foi orientado por familiares a registrar um boletim de ocorrência. Eles divulgaram as imagens gravadas no celular para a TV Record (que trouxe reportagem a respeito do assunto na última quarta-feira, dia 11). Depois, procuraram a Secretaria de Saúde para protocolar uma queixa formal contra o médico. “Eles me procuraram juntamente com a sogra da paciente para relatar a situação. Cientes do caso, tomamos as providências para fazer o afastamento do profissional”, disse a secretária da pasta, Rosane Moscardini (clique aqui e ouça). De acordo com a secretária, foi aberta sindicância para averiguar o caso. Dependendo da conclusão, o médico poderá ser dispensado definitivamente de suas funções.

Moscardini fez questão de frisar que a situação não chegou ao ponto de omissão de socorro. “Foi um problema na relação médico/paciente onde houve a recusa no atendimento por parte deste médico, como a gente pode ver na imagem, mas ela foi acolhida pela enfermeira e recebeu atendimento de outro médico de plantão.”

Segundo informações colhidas junto ao Ministério da Saúde, o ginecologista afastado trabalha em outros três lugares, além do pronto-socorro. A reportagem do Comércio da Franca procurou o médico em cada um deles e em seu celular pessoal, ontem, mas não obteve resposta.