Clima de guerra domina debate entre 'prefeitáveis'


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Observada pelo mediador Leandro Vaz, Graciela Ambrósio ataca seu adversário Alexandre Ferreira e o governo Sidnei Rocha: rotina em todo debate
Observada pelo mediador Leandro Vaz, Graciela Ambrósio ataca seu adversário Alexandre Ferreira e o governo Sidnei Rocha: rotina em todo debate

A três dias do fim do segundo turno, o clima entre os candidatos à Prefeitura de Franca, Alexandre Ferreira (PSDB) e Graciela Ambrósio (PP), é de guerra. Declarada. Os dois não trocam nem cumprimentos. Mal se falam. A animosidade ficou mais do que evidente durante o último confronto direto entre os dois, ocorrido nesta quinta-feira, durante o debate promovido pelo GCN Comunicação, que publica o Comércio. Sobraram ataques e provocações de ambos os lados.

Antes mesmo do programa começar, a falta de cordialidade era clara. A organização do debate havia combinado com os dois candidatos para que chegassem com uma hora de antecedência na sede do GCN. Graciela atrasou. Só chegou três minutos depois do horário previsto para o início do debate, o que acabou fazendo com que Alexandre tivesse de esperar. Seus correligionários reclamaram.

Visivelmente irritada, Graciela entrou no auditório e mal cumprimentou seu adversário, que a aguardava no palco. Já nas considerações iniciais, deixou claro que repetiria a estratégia de ataques diretos. “Enfrento uma luta desigual”, disse.

No segundo bloco, foi a vez de Alexandre criticar a resposta dada por Graciela à sua pergunta sobre o programa municipal Prefeitura Perto de Você. “É impressionante. Ela não sabe do que eu estou falando”, disparou.

A vereadora continuou atacando. Na rodada de pergunta seguinte, ao analisar a resposta de Alexandre sobre o transporte coletivo, disse que a atual administração “espantou as concorrentes da Empresa São José durante o processo licitatório”. “Eu tenho provas de que em uma audiência pública o prefeito anunciou que iria manter o preço da tarifa congelado por 24 meses. Aplicaram um golpe nas outras empresas, por isso a São José não teve concorrentes.” Alexandre rebateu: “Acho engraçado que, em 12 anos como vereadora, a senhora não tenha visto isso antes. Por que trazer esse assunto à tona agora? A senhora podia ter fiscalizado e agido antes e não o fez.”

Até nas considerações finais, o clima pesou. Graciela usou seu tempo para criticar o adversário que tem usado o prefeito Sidnei Rocha (PSDB) como apresentador de seus programas. “Eu pus minha cara a tapa, o que o senhor não fez em momento algum. O prefeito é que fez pelo senhor.”

Terminado o debate, ao contrário do que aconteceu em outros encontros, não houve cumprimentos. Graciela comemorou seu desempenho com amigos e familiares. Alexandre recebeu os parabéns de companheiros de partido e de sua mulher, Cynthia Ferreira, que estava na plateia.
 

O último confronto

1º BLOCO
Neste bloco, os candidatos responderam a uma pergunta comum e a perguntas feitas pelos jornalistas do GCN. O momento mais marcante foi logo na abertura, quando Graciela fez suas considerações iniciais. “Estou em uma luta desigual. Contra a máquina pública, o poder público municipal e o poder financeiro da cidade, que estão com o meu adversário Alexandre Ferreira.”

2º BLOCO
Neste bloco, com candidato perguntando para candidato, dois embates foram destaque. O primeiro ocorreu quando Graciela questionou Alexandre Ferreira sobre a falta de propostas para o transporte público. “Eu entendo que o senhor não tenha dedicado nem um item para este assunto. Afinal de contas, o senhor afirmou que o valor da passagem é justo. Eleitor, a atual administração fez uma audiência pública e disse que congelaria o preço por 24 meses. Aplicaram um golpe nas outras empresas que queriam vir para Franca e desistiram. Por isso a São José não teve concorrentes.” Alexandre rebateu: “Acho engraçado que, em 12 anos como vereadora, a se-nhora não tenha visto isso antes. Por que trazer esse assunto à tona agora? A senhora podia ter fiscalizado e agido antes e não o fez”. O segundo foi quando Graciela questionou Alexandre sobre a participação do prefeito Sidnei Rocha em sua campanha. “Vê se tem cabimento alguém ser treinado para ser prefeito. Prefeito tem que ter luz própria. Eu tenho. Se o Sidnei treinou o senhor, não foi muito bem porque nem os problemas da sua área que é a Saúde o senhor resolveu.” Alexandre respondeu: “O prefeito Sidnei Rocha teve uma importância enorme. Ele nos colocou em primeiro lugar com 65% das intenções de voto. Temos propostas, temos um plano de governo. Não ficamos pedindo pelo amor de Deus para as pessoas darem uma chance para nós”.

3º BLOCO
Neste bloco, eleitores convidados perguntaram para os candidatos. Depois da resposta, o adversário teve um minuto para comentar. O ponto alto foi quando Alexandre comentou a resposta dada por Graciela ao ser questionada sobre o plano de carreira para os professores. “Gosto de levantar cedo e dormir tarde. Acho que isso ativa minha memória e, se ela não me falha, o candidato Marcelo Bomba, no primeiro turno, acusou a senhora de votar contra o plano de carreira. Esse mesmo que agora a senhora defende.” A resposta veio na pergunta seguinte: “O senhor está mal informado. Eu não votei contra porque esse projeto nem chegou a ir à votação. Ele tinha um item que aumentava o salário de alguns servidores para mais de R$ 25 mil e acabou retirado”.

4º BLOCO
Nesta parte do debate, os candidatos voltaram a responder as perguntas formuladas pelos jornalistas. Como não houve enfrentamento direto, sobraram ataques à atual administração feitos por Graciela. Ao ser questionada sobre o fato de não ter denunciado as irregularidades que ela afirma existir no contrato assinado entre a prefeitura e a empresa São José, Graciela afirmou que não tem acesso aos dados. “Saber o que acontece na prefeitura é muito difícil. Até para mim que sou vereadora. Mas vou fazer uma auditoria em tudo. Quero saber exatamente como é feita a planilha de custo e vou fiscalizar. Vou baixar o preço da tarifa. Vou fazer tudo o que o secretário faz tudo não fez.”

5º BLOCO
Neste último bloco, os candidatos voltaram a perguntar entre si e depois tiveram dois minutos para as considerações finais. Foram dois momentos de confronto. O primeiro logo na pergunta inicial, sobre lazer, feita por Graciela a Alexandre. O tucano resolveu voltar ao assunto do transporte coletivo. “Queria só lembrar que o anexo 1 do projeto de lei para aprovação da concessão é o contrato. Ele passou na Câmara. Vereador tem que ler o que está votando.” Graciela respondeu: “Eu não votei a favor deste projeto como o senhor insinua. Tentei fazer com que valesse a escolha da empresa pela menor tarifa. Não tive apoio. O senhor, sim. O senhor é que disse que a tarifa é justa”. E ainda retomou uma denúncia do primeiro turno: “O senhor foi acusado pelo Marcelo Bomba de levar os animais apreendidos pela Prefeitura para a sua chácara”. Depois ao ser questionada por Alexandre sobre a lei antidumping contra os produtos chineses, Graciela atacou. “Em vez de ficar falando sobre dumping, o senhor devia era estar preocupado om os sapateiros que perderam seus empregos. O que o senhor fez para segurar as empresas na cidade? Nada. O senhor era secretário do Desenvolvimento e não fez nada. O deputado Gilson de Souza é que foi pedir ajuda ao governo estadual.” Alexandre rebateu: “Eu estou entendendo que a senhora não sabe o que é uma lei antidumping. Espero que a senhora descubra. Ataques, ataques e ataques. Estamos cansados disso. Queremos é debater propostas”.


 

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