
No dia 25 de agosto, sábado, bastante agressivo, um idoso de 74 anos tentou bater em sua irmã e foi levado para o Pronto-socorro “Álvaro Azzuz”. A crise de agressividade foi controlada pela equipe médica e depois de dois dias, ele recebeu alta. Poderia estar em casa desde o dia 27, segunda-feira, mas sua irmã, que também é sua tutora, se recusou a cuidar dele, segundo a secretária de Saúde de Franca, Rosane Moscardini Alonso. Nenhum outro familiar teria se disponibilizado para lhe prestar assistência. Com a recusa, o paciente permanece internado na ala de psiquiatria do novo PS há dez dias, sem perspectivas de quando deixará o local.
O PS é destinado a atender casos de urgência e emergência e quando recebe pacientes com problemas psiquiátricos em crise ou surto, como o homem de 74 anos, deve realizar o atendimento inicial, estabilizar a pessoa e definir seu destino, que pode ser internação numa instituição psiquiátrica. O “Álvaro Azzuz” possui uma ala de internação de urgência psiquiátrica. O idoso está neste local recebendo cuidados médicos, de enfermagem, assistência social e psicológica. O prazo máximo de internação no local é de três dias, mas ele já ocupa um dos leitos há dez. “Ele está num dos aposentos que temos na parte masculina. No momento não estamos com todas as vagas ocupadas, mas temos o prazo de 72 horas para liberação. Ele já está de alta, não precisa mais ficar internado porque saiu da crise, mas não posso liberá-lo e deixá-lo exposto, porque ninguém quer acolher o paciente”, disse Rosane.
A Secretaria de Saúde em parceria com a Promotoria Pública tenta conseguir uma vaga num lar para idosos na cidade. Rosane afirma que o idoso tinha problemas de alcoolismo e hoje apresenta crises de agressividade, mas não seria o caso de internar no hospital psiquiátrico. “A reforma sanitária determina a desospitalização de doentes crônicos. Ele está bem hoje, então estamos atrás de uma instituição de longa permanência para abrigá-lo. Estamos tentando uma vaga desde o dia 27 de agosto e ainda não conseguimos.”
Reportagem publicada pelo Comércio em julho deste ano mostrou que em quatro asilos da cidade as listas de espera estavam com 94 nomes.
O promotor de Justiça Murilo Lemos acompanha a história do idoso, segundo a secretária de Saúde Rosane, mas na tarde de ontem não foi localizado para ser entrevistado. A Secretaria de Saúde e o PS não forneceram os contatos da família do idoso à reportagem.
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