Outro que passou inclusive a infância tomando boas doses de lições empresariais é Marcelo Bettarello, membro da terceira geração de gestores da Agabê e diretor comercial responsável por desovar a produção de 3 mil pares de sapatos por dia. Filho de Miguel Heitor Bettarello, atual presidente da empresa, e neto de quem, em 1945, criou o negócio, Hugo Bettarello, Marcelo fala com entusiasmo contagiante sobre os projetos em andamento e comemora o fato de poder dividir a rotina de trabalho com o pai.

“De 2010 para 2011 tivemos mais de 50% de crescimento e este ano de 2012 já apresentou mais de 39%. Hoje somos um dos maiores fabricantes de botas, fazemos cerca de mil por dia. Fizemos uma grande parceria com uma empresa de rodeios, patrocinamos os dez melhores peões, os três melhores comentaristas e fechamos com Fernando & Sorocaba, Chitãozinho & Xororó, Thaeme & Thiago, Rodrigão e Adriana (ex-BBBs), Mário Frias (apresentador) e Mirella Santos (modelo) e o foco é crescer.”

A convicção no sucesso, segundo ele, vem da formação que teve na própria empresa, onde deu os primeiros passos profissionais no almoxarifado, separando materiais. “Depois fui para o RH aprender e sempre trabalhei como empregado, com horário a ser cumprido. Mais tarde fui para dentro da produção e só quatro anos depois passei para o setor administrativo e comecei a trabalhar na parte de exportação e documentação.”

Com 600 colaboradores (100 em Franca e 500 no Nordeste) para ajudar a administrar e o projeto de crescimento constante em mente, Marcelo segue inspirado na história familiar e minimiza possíveis conflitos. “São muitos os aspectos em que há divergência, pois os tempos são outros. Um exemplo é que a concessão de crédito era muito diferente, feita diretamente pela fábrica com o cliente. [Outro fato é que] Mudou o cenário, mudou a velocidade de desenvolvimento e o jeito de administrar. Hoje você precisa estar muito mais na rua com os clientes para saber o que está acontecendo e poder agir rapidamente; a informação muda rápido”, disse Marcelo, acrescentando que o exemplo do avô, com quem trabalhou por seis anos (até a morte dele), foi uma verdadeira escola.

Quando à relação com o pai, ele classifica como yin-yang: “Conseguimos balancear o que cada um tem de melhor, a gente se completa bem. Em algumas coisas eu quero ser muito agressivo e ele muito ‘retranca’, mas a gente consegue o equilíbrio. O conflito é mínimo.”

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