Pai rico, filho nobre, neto pobre. O ditado que soa ameaçador para os empresários brasileiros pode não ser visto como uma maldição. Talvez no máximo um alerta para impulsionar a boa saúde administrativa de empresas familiares que almejam prosperar. E é bom que seja assim, especialmente para Franca, onde pesquisa encomendada pelo SindiFranca (Sindicato das Indústrias de Calçados de Franca) junto à cadeia produtiva coureiro-calçadista revelou que 88% das empresas têm administração familiar.
Jovens adultos que fazem parte da elite empresarial de Franca trabalham para manter em movimento a roda que os pais colocaram de pé. É o caso do publicitário Ygor Alex Alves Ribeiro, 34, líder da francana Opananken, criada pelo pai dele, Geraldo Ribeiro, morto há nove meses.
Ao assumir o cargo de diretor (em janeiro de 2011), ele imprimiu na empresa um estilo mais arrojado de administrar e fundiu suas ambições com o conservadorismo herdado do jeito seguro do pai. “Eu imaginava que fosse mais difícil. Não sei se é porque meu pai deixou uma empresa com uma marca já consolidada, não estou tendo dificuldade para manter. O que é difícil é atingir meus sonhos”, afirmou.
Aparentemente, está conseguindo. A Opananken segue bem no mercado, produzindo 900 pares por dia, emprega (entre funcionários diretos e indiretos) 150 pessoas e mantém a imagem consolidada de referência em calçados de conforto no País. Entretanto, o jovem que entrou aos 17 anos no setor de modelagem da fábrica, quer mais. “Quero aumentar a produção, abrir mais o mercado externo, ser mais forte fora do País e melhorar o produto sempre”, disse, acrescentando que trabalha para um dia atingir a marca de 1.500 unidades produzidas por dia.
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"Quero ser forte também fora do País”, Ygor Alex Alves Ribeiro, 34 anos
Membro da segunda geração de administradores da Opananken
Cargo atual: diretor
Tempo na empresa: 17 anos
Formação e outras atividades: formado em publicidade e propaganda
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