
O café produzido na região da Alta Mogiana, que inclui Franca e outros 14 municípios, agora é sinônimo de qualidade. Após mais de quatro anos de batalha junto ao Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), a Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana conquistou o selo de origem atestando a qualidade dos grãos cultivados na região. Esse é o primeiro selo de indicação de procedência concedido para o setor cafeeiro no Estado de São Paulo, que agora possui dois selos, ambos de Franca. Além do café, os calçados também conquistaram o selo de procedência em dezembro do ano passado (leia texto nesta página). No Brasil, a região é a terceira a ter essa certificação para café. As outras são a região do cerrado mineiro e a Serra da Mantiqueira, segundo a Associação.
O pedido do selo de indicação de procedência do café da Alta Mogiana foi feito em setembro de 2007 e a notícia da aprovação divulgada ontem, 7. O engenheiro agrônomo Milton Cerqueira Pucci, vice-presidente da Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana, disse que a data é histórica e o selo será importante para agregar valor ao produto local. “Esse selo atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de distinguir os produtos em relação a seus similares. São produtos que apresentam qualidade única. É momento de unir forças da cafeicultura regional no sentido de projetar esse selo como referência internacional de cafés finos.”
Para concessão da certificação, o Inpi avaliou o trabalho da Associação, solicitou documentos de produtores que ocupam efetivamente municípios de área de produção da Alta Mogiana e exigiu a elaboração do regulamento para uso da marca “Indicação de procedência: Alta Mogiana”. O Instituto de Economia Agrícola também precisou reconhecer os trabalhos desenvolvidos pela entidade.
O selo será estampado nas sacas de café. Milton Pucci acredita que, a partir de maio, os produtores de café interessados poderão solicitá-lo na própria Associação. Para obtê-lo, os cafeicultores terão de atender às exigências do regulamento que incluem avaliação da qualidade do café e condições das propriedades onde são cultivados. São três requisitos principais: estar na área de produção cafeeira da Alta Mogiana; estar em dia com as obrigações trabalhistas e ambientais e ter nota mínima de 75 pontos na escala de qualidade do café definida pela Specialty Coffee American Association, considerado um café mediano para mais. A escala mede atributos como uniformidade, fragrância, doçura, sabor e outros. “Treinaremos provadores para fazer essa avaliação. Vamos ser criteriosos na concessão desse selo. Iremos elaborar ações de marketing sobre essa certificação também”, disse Milton.
A Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana foi criada em 2005 para promover o café da região. Atualmente tem 40 cafeicultores associados. “Conquistamos hoje (ontem), com o selo de indicação de procedência, a certidão de nascimento do café da Alta Mogiana. É um momento histórico”, disse Lucileida Castro, diretora administrativa da entidade.
Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.