O ato de qualquer cidadão de reivindicar e protestar é legítimo. Agora a forma de efetuar a reivindicação ou protesto através de invasão e depredação do patrimônio público não pode ser considerada em sociedade civilizada
O agravante é que a “rebelião” não tem causa plausível, visto que, em recentes manifestações os alunos da USP (Universidade de São Paulo) pediam mais segurança no Campus, em razão de uma série de assaltos que culminou com a morte de um estudante que levou um tiro na cabeça disparado por assaltante. Assim, para proporcionar maior segurança aos alunos, a reitoria da USP firmou parceria com a Polícia Militar do Estado de São Paulo. Agora, uma parcela mínima de estudantes cria a maior algazarra para afirmar e deixar claro em suas manifestações, que a presença dos policiais compromete a liberdade de expressão dos estudantes. Em outras palavras, até o momento em que a Polícia Militar protegia os acadêmicos, tudo bem, mas a partir do instante em que passou a “importunar o fuminho” de alguns alunos, exigem que a polícia não mais patrulhe as dependências da USP.
Quem conhece o campus universitário sabe como é a universidade à noite, em resumo, dá medo de andar sozinho por lá, sem adentrarmos à questão dos vários assaltos e estupros que sequer são comunicados em BO (Boletim de Ocorrência”, ou seja, não constam nas estatísticas oficiais. Para nós educadores, é muito triste assistirmos aos nossos universitários encapuzados como verdadeiros criminosos, usando máscaras e camisetas para cobrir seus rostos, invadindo prédios da universidade e depredando o patrimônio público, apenas para defender um, pseudo direito de fumar maconha e exigindo que a polícia não os incomode. É revoltante.
Quantos alunos lutam e perseguem com tenacidade o sonho de serem aprovados em vestibular para ingresso nas universidades públicas? E quando conseguem se deparam, nos campus, com um “bando” de arruaceiros, que não estão ali para estudarem e acabam por prejudicar a maioria daqueles que ali estão realmente com o propósito de estudar e se formar. O grande problema é a impunidade. A flexibilização da lei, através de entendimentos doutrinários e jurisprudenciais, que contribuem para o descrédito de nossas instituições. Apenas para recordarmos, questionamos como exemplo: Qual foi a punição administrativa, penal e civil para os alunos da Unesp/Franca que “defecaram” em plena sala de reuniões em frente ao diretor da universidade e outras autoridades?
Enfim, como sempre dissemos, já passou da hora de impor aos jovens um pouco mais de respeito, pois estão tendo muitos direitos e poucos deveres. E a imposição de limites é medida salutar na tentativa de resgatar os destinos de uma geração. Chega de lideranças negativas que somente sabem promover “bagunça”. A sociedade tem o direito de exigir mudanças, mas através das vias legalmente instituídas. Esse é o caminho!
MORTE DE CINEGRAFISTA
A morte do cinegrafista Gelson Domingos, que cobria confronto da polícia com traficantes na cidade do Rio de Janeiro, chocou a todos. Obviamente que não há como efetuar comentários mais aprofundados sobre a questão, principalmente em razão de que todos que utilizam um colete à prova de balas, em tese, acreditam estar protegidos naquela parte de seus corpos, o que foi demonstrado não ser verdade, pois o tiro atravessou o colete e o corpo do cinegrafista.
A cidade do Rio de Janeiro, como tantas outras, vive um clima de guerra civil permanente, são muitos trabalhadores, são muitas crianças que vivem sobre esse fogo cruzado, em áreas dominadas pelo tráfico. É muito triste para uma mãe, para um pai ver seu filho de dez a 16 anos, um adolescente, um jovem sendo criado em uma comunidade dominada pelas armas, pelo tráfico, e aqueles bandidos e marginais servindo como referência e exemplo para as crianças.
Muitos políticos quando vão ao Rio de Janeiro, devem ir a Copacabana, a Ipanema e ao Leblon, não se preocupando em conhecer a realidade e os problemas da “cidade maravilhosa”, onde o Estado é ausente principalmente nas comunidades mais pobres. Dessa forma, abre-se a possibilidade de “alguns benfeitores” substituírem o Estado através do fornecimento do mínimo necessário para aqueles cidadãos desamparados.
CIRURGIAS ELETIVAS
Que país é esse? Onde cidadãos que contribuíram por toda sua vida para com a assistência a saúde e a previdência social, não conseguem efetuar cirurgias recomendadas pelos médicos em busca de uma melhor qualidade de vida? Muitos vêm a óbito antes de realizarem o procedimento cirúrgico. O pior é que o Poder Judiciário que deveria servir de freios e contrapesos se coloca contrário aos vários pedidos do Ministério Público que busca uma solução que atenda a todos que aguardam um posicionamento. Interpreta de modo restritivo uma disposição constitucional clara.
ENEM - ENADE
Dias atrás, mais de quatro milhões de estudantes, entre os mais de cinco milhões de inscritos se submeteram ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Já no dia 06/11/2011, 376 mil formandos foram testados no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes). Na última semana começou a Prova Brasil para mais de cinco milhões de alunos que estão nos 5º e 9º anos do ensino fundamental. Neste segundo semestre, três milhões de crianças do 2º ano da alfabetização de escolas públicas fizeram a Provinha Brasil. Os exames são muitos, mas quase em todos eles, a cada ano, o grande reprovado é o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão do Ministério da Educação. Em nossa opinião, muda-se a política ou rebatiza-se o instituto, porque o grande educador que foi Anísio Teixeira não merece ter seu nome “misturado” à “confusão” que estão fazendo nos exames nacionais.
Toninho Menezes
Advogado, administrador de empresas, professor universitário - toninhomenezes@comerciodafranca.com.br
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