Em meio ao desespero e a tristeza normalmente trazidos com a morte de um parente, decidir detalhes do velório e do enterro costuma gerar muita dor de cabeça. Também exige um desembolso médio de R$ 2,5 mil com as despesas do caixão, flores e taxas pagas ao velório e ao cemitério. Para poupar os familiares desse trabalho e dessa despesa, mais da metade dos moradores de Franca e região tratam de deixar o funeral garantido - e pago - ainda em vida. Em quatro das cinco funerárias da cidade, estima-se que 366 mil pessoas tenham plano funerário, entre titulares e dependentes. A população média na região é de 650 mil habitantes. O volume de novas adesões aos planos está menor que anos atrás porque boa parcela da população já está segurada.
Os carnês com valor a partir de R$ 16,50 por mês dariam direito a “usufruir” do serviço somente após a morte, mas para incentivar as vendas, as funerárias oferecem atendimentos quando os clientes ainda estão vivos. Os conveniados dos planos funerários têm direito a empréstimo de cadeira de rodas, de banho, muletas e desconto em postos de combustíveis e consultas médicas e odontológicas.
Na Funerária Nova Franca, os velórios particulares representam apenas 3% dos atendimentos. Com uma média de 50 novas adesões por mês e 60 mil conveniados, os planos funerários lideram os contratos. “O plano é o que movimenta a empresa hoje”, disse Gerson Trovatto, gerente da Funerária Nova Franca.
O plano básico da Nova Franca tem taxa de R$ 52 a cada três meses (R$ 17,35 por mês) com cobertura de R$ 1.700 e inclui um caixão padrão (envernizado), preparação do corpo, taxa de sepultamento (sem a taxa do local do velório) e traslado de até cem quilômetros. Se pagar R$ 30 por mês, o valor de cobertura sobe para R$ 3.400 e o cliente terá direito a uma urna mais luxuosa, velório particular (normalmente no São Vicente) com enfermeira no horário comercial para atender as pessoas que precisarem, transmissão da cerimônia pela internet (velório virtual) e à técnica chamada tanatoplaxia, que conserva o corpo por mais tempo (o valor particular da técnica é R$ 400). A distância em caso de traslados para levar ou buscar a pessoa passa para 200 quilômetros. Os clientes podem incluir como dependentes a mulher ou companheira, pais, sogros, filhos solteiros e dois dependentes indiretos, como tios e avôs.
Na Funerária Tedesco os planos funerários são vendidos há 20 anos. Os valores variam de R$ 25 por mês (caixão padrão, não inclui taxa de velório particular nem coroa de flores) a R$ 32 por mês (urna luxo, velório em local particular, coroa de flores e tanatoplaxia). O titular pode inserir até 15 dependentes. “Um funeral particular é muito caro. Pode custar de R$ 1.500 até R$ 10 mil. Se pagar o plano, a pessoa evita gastos altos se ocorrer a morte de algum parente. Na hora todos ficam abalados e, com o plano, a funerária resolve tudo. É só trazer a roupa e a foto”, disse Carlos Alberto de Lima, gerente da Tedesco.
A Funerária São Francisco trabalha com preço único. A taxa cobrada é R$ 33 a cada dois meses (ou R$ 16,50 se a pessoa preferir pagar por mês) e inclui urna básica, flores e arranjo no corpo, além da taxa do cemitério. Pela técnica da tanatoplaxia, a empresa cobra R$ 300. “Se a pessoa preferir, pode escolher outra urna e pagar a diferença”, disse Romildo Pereira, sócio-proprietário da Funerária São Francisco. As funerárias publicam participação de falecimento no jornal e rádio.
O pagamento do plano é por tempo indeterminado. Em caso de morte do titular, um dos dependentes assume seu lugar. Se falecer mais de uma pessoa do plano ao mesmo tempo, todos têm direito ao funeral.
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