Franca pode contar com novo tipo de tratamento para usuários de drogas. A decisão depende do Ministério da Saúde e da Justiça. A Secretaria Municipal de Saúde enviou um projeto para pleitear verba para internação dos dependentes químicos nas comunidades terapêuticas existentes na cidade. O projeto foi apresentado há um mês e a expectativa do secretário da pasta, Alexandre Ferreira, é ter a resposta nos próximos dias.
O projeto inicial prevê a abertura de 30 vagas para pessoas a partir de 16 anos. Quatro fazendas de recuperação de dependentes químicos da cidade - Narev (Núcleo de Apoio e Recuperação da Vida), DCNOVI (Desafio Cristão Nova Vida), Amafem (Associação Mão Amiga de Amparo Feminino) e Amasc (Associação Mão Amiga de Amparo Masculino), segundo o secretário, aderiram ao programa e serão credenciadas para os atendimentos caso a verba seja liberada pela União. Foram pleiteados R$ 800 por mês per capita. O programa deverá oferecer 90 dias de internação. Ao passar pela rede pública de saúde, os dependentes poderão ser encaminhados para o tratamento. O atendimento inicial na rede continuará nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), Capsad (Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e Outras Drogas - antes chamado Caps) e a UAC (Unidade de Avaliação e Controle) ficará responsável pela regulação das internações nas comunidades terapêuticas. “Três meses é tempo suficiente para o paciente perder o vínculo no meio onde vivia que o fez dependente de drogas”, disse Alexandre Ferreira.
Além do atendimento convencional das fazendas, a Prefeitura disponibilizará médicos, que poderão prescrever medicamentos. “Com esse projeto a tendência é potencializar o resultado que as comunidades obtêm através de um uso mais eficaz de atendimento médico, psicológico e terapêutico, inclusive com uso de remédios. Isso já está previsto no projeto”. Serão elaborados projetos terapêuticos individualizados para cada paciente. “Vamos comprar as vagas das comunidades, indicar os pacientes e avaliar os resultados dessas entidades como se outros serviços credenciados do SUS”.
Pesquisa realizada pela CNM (Confederação Nacional de Municípios) em 71% dos municípios do Brasil foi divulgada nesta semana e aponta que o uso de crack é realidade em 98% das cidades consultadas. Em menos de 15% delas há centros de atenção psicossocial para os usuários.
Franca não participou do levantamento, mas decidiu elaborar o plano de enfrentamento ao crack ao detectar o aumento no consumo desse tipo de droga, que tem alto poder de dependência. “A Secretaria entende hoje que não há um aumento do número de pessoas que usam drogas, o que temos percebido nos atendimentos é uma migração dos que usavam maconha, cocaína e álcool para o crack. Porque é uma droga mais barata e causa uma dependência maior e muito mais rápida”, disse o secretário de Saúde. Neste ano, o Caps atendeu quase dois mil usuários de drogas.
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