Conheça mais sobre a história do jornal Comércio da Franca


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Circulando pela primeira vez no dia 30 de junho de 1915, o jornal registra, desde então, uma trajetória vitoriosa junto às comunidades de Franca e região. Durante todo este tempo, o jornal viveu cinco fases distintas: a da consolidação (de 1915 a 1922), a da afirmação (de 1922 ao final da década de 50), a damaioridade (até 1972) e, a partir daí, a da expansão e afirmação de sua grandeza. Cada uma delas, tendo à frente um proprietário, mas todos eles sempre interessados em dotar a cidade (e a região) de uma fonte de informações comprometida com a verdade e com a qualidade do material distribuído aos seus leitores.

CONSOLIDAÇÃO

O Comércio da Francacircula pela primeira vez, sob a direção de José de Mello, anunciando estar voltado para a defesa dos interesses “do commercio, lavoura, indústria e artes” de Franca. E circulava nas quartas-feiras, à tarde. Um semanário que já apresentava uma qualidade que acabou sendo a grande marca do veículo em toda a sua trajetória.

Neste início, quando marcou sua posição junto à população francana, já se sobressaindo como um dos principais veículos de comunicação da (ainda) pequena e pacata cidade, o Comércio não contava com um número grande de colaboradores. Na primeira página, a informação: “Redactores - Diversos”. Nenhum nome se destacava, mas já havia um correspondente internacional: certo A. M. (crê-se que fosse Antônio Martins Coelho), o qual mandava informações da Europa.

Em 1920, José de Mello vende o seu jornal a Oscar Otaviano, que entrega a redação a Vicente Paiva, que um ano depois assumia os destinos do Comércio em razão do falecimento de Oscar. Jornalista, comerciante, músico e boêmio, Vicente era também proprietário da Casa Paiva, que funcionava no mesmo endereço do jornal (praça Nossa Senhora da Conceição nº 49). Além de manter a mesma diretriz dos dois donos anteriores, usava as páginas do jornal para anunciar os produtos de seu estabelecimento que, além de livros e papéis, oferecia serviços gráficos.

Em 1922, os destinos do jornal passaram à propriedade de Ricardo Pucci e Alberto Rodrigues Alves. Idealistas, os dois chamaram um expert nas letras para assumir a chefia da redação: Antônio Constantino, um dos principais intelectuais francanos, um jornalista apaixonado, um orador inflamado e um escritor que merece ser republicado tal a qualidade de seus trabalhos.

AFIRMAÇÃO

Mais tarde, Luiz de Lima e seu filho Vicente de Paula Lima assumem a redação do Comércio, cercando-se de um grupo de jovens que passaram a colaborar ativamente com o jornal, destacando-se Octávio Cilurzo (que ficou mais de 20 anos na redação do jornal), Walter Costa (professor e esportista, que depois foi transferido para São Paulo) e José Chiachiri (que assinava a coluna social com o pseudônimo de Aldo e só deixou o Comércio para fundar o seu próprio jornal, o Diário da Tarde).

Na década de 50, mais nomes de relevo engrossam o corpo de redatores do Comércio, como o professor Alfredo Palermo, até hoje, mais de 60 anos depois, colaborador assíduo do jornal. Com a participação de Alfredo Henrique Costa, outro nome a quem muito devem a imprensa e o rádio francanos, Ricardo Pucci transforma o Comércio em bissemanário, ampliando o noticiário, a participação dos colaboradores e dando um novo formato às edições.

Já sob a direção de Alfredo Henrique Costa, Jorge Cheade e Márcio Bagueira Leal, que adquiriram o Comércio de Ricardo Pucci em 1955, o jornal recebeu um “choque de modernidade”: novos equipamentos e transformação em diário, um grande sonho de seu proprietário anterior e que se consolidaria graças a Alfredo Costa, responsável pela redação do jornal por mais de uma década.

Vários nomes da imprensa francana iniciaram a carreira nas páginas do Comércio que, assim, passou a aglutinar sob o seu cabeçalho (em azul, cor retomada na década de 90) nomes de expressão da intelectualidade francana, tornando-se o grande porta-voz da comunidade não só de Franca como também da região.

MAIORIDADE

A principal fase do Comércio ainda estava por vir. Em 1972, o jornalista Corrêa Neves (nome importante na imprensa nacional, com passagem pela lendária Última Hora, além de ter sido secretário do Estado de Comunicação nos anos 60), com uma visão bastante singular da imprensa e buscando a modernização, não deixa o veículo parar no tempo.

Além de promover uma profunda reforma gráfica nas páginas do jornal, adquiriu modernos equipamentos e passou a utilizar a tecnologia “off-set”, trazendo para Franca o que havia de mais avançado até então. Desta forma traz a impressora Goss Communitty e as composers IBM dos Estados Unidos, tituleira do Japão e fotomecânica da Holanda. O ‘Comércio’ foi, inclusive, pioneiro na adoção da nova tecnologia no interior paulista.

Muda o Comércio para prédio próprio, instala os novos equipamentos e aposenta a velha Marinoni, impressora que atravessara décadas com Ricardo Pucci e Alfredo Costa. Com o tempo, linotipos também foram descartadas e o jornal assumia uma nova cara, mas com a identidade de sempre: combativo, polêmico e sempre atrás da verdade.

EXPANSÃO

A década de 80 veio consolidar a posição do Comércio como “o jornal que todo mundo lê”. A partir do crescimento do segmento dos anúncios classificados, o jornal assumiu a sua posição como o preferido do leitor francano e da região. Os investimentos não ficaram parados. Em meados da década, embora timidamente, computadores (ainda sem a sofisticação de hoje) passaram a invadir a redação.

Eram as máquinas Forma, que vieram substituir as composer IBM, que caminhavam para a obsolescência. E vários procedimentos passaram a ser substituídos ou eliminados, agilizando bastante o trabalho diário de edição, permitindo que o Comércio também passasse a ser conhecido como campeão dos “furos”, noticiando fatos ocorridos em plena madrugada, o que ocorre até hoje.

Os anos seguintes foram de suma importância para a consolidação da liderança do Comércio junto aos leitores, com a fidelização dos leitores para um jornal que investia não só na sua própria qualidade, mas também buscava levar comodidades a anunciantes, assinantes e compradores avulsos. E veio em sequência: início da informatização, aumento do conjunto impressor, impressão diária em cores, informatização total da redação e da captação de anúncios, motorização da distribuição aos assinantes, captação de anúncios por telefone e aceitação de cartões de crédito e débito para o pagamento de classificados.

Ao lado de investimentos em noticiário nacional, esportivo e internacional, além de equipamento de última geração para a captação de imagens (como máquinas fotográficas tops de linha) e de reforçar a redação com elementos interessados em oferecer uma informação criteriosa e verdadeira, o Comércio nunca deixa de investir no seu próprio crescimento (que se traduz na preferência maciça do leitor).

Em 2005, a família Corrêa Neves adquiriu a Rádio Difusora de Franca de Ruy Piéri, a qual passa a compor com o Comércio da Franca um dos mais respeitados grupos de comunicação do interior paulista. O jornalista Corrêa Neves morreu poucos meses depois, aos 77 anos, na noite de 18 de agosto de 2005, em Franca, onde viveu os últimos 37 anos de sua vida.  Com a sua morte, assume o comando do Comércio o jornalista Corrêa Neves Júnior, o filho mais velho e Diretor Responsável do Comércio. Sua mãe e viúva de Corrêa Neves, a escritora e jornalista Sônia Machiavelli, torna-se presidente do Conselho de Administração do GCN, grupo de comunicação que concentra as empresas controladas pela família. Em 2007, um novo prédio foi adquirido, na Avenida Elisa Verzola Gosuen, no Jardim Ângela Rosa, integrando rádio e jornal. Uma novíssima e imponente impressora rotativa, a PressLine, foi importada da Índia, substituindo a Goss-Community que, por mais de 30 anos, foi a responsável pela impressão diária do Comércio. O novo prédio foi inaugurado no dia 6 de setembro de 2007. Corrêa Neves Júnior, além de implantar a integração entre as redações do Comércio e da Difusora, agregou equipamentos de última geração, permitindo a criação de centenas de empregos nas duas empresas de comunicação líderes em seus segmentos. Este sentimento de triunfo é, de certa forma, compartilhado com todos os que fizeram a história do Comércio.

Sob o comando de Sônia Machiavelli e Corrêa Neves Júnior, não foi somente a redação que ganhou mais espaço. O jornal circula com mais páginas. Em 1996, o Caderno Local não passava de seis páginas diárias. Hoje tem exatamente o dobro, com seções especializadas como o Se Liga e a coluna Insight, criação de 1998. Aos domingos, são cerca de 20 páginas apenas de informação local, em edição que chegam a quase 100 páginas. O Caderno Esportes, que rodava junto com o Artes, ganhou autonomia em 2000 e quatro páginas fixas. O Caderno de Domingo ganhou o formato tablóide e o Nossas Letras, que era apenas um apêndice do Caderno de Domingo, hoje tem espaço exclusivo nas edições de sábado.  Além disso, criou-se o Núcleo de Projetos Especiais com a publicação periódicas de revistas (Casar, Morar, Se Liga e outras temáticas), mais um grande sucesso que o Grupo Corrêa Neves teve nos últimos anos.

Ao Grupo Corrêa Neves de Comunicação pertence mais uma empresa: a Graphcom, que oferece serviços de impressão em papel jornal e sulfite em qualquer tamanho e quantidade para empresas e particulares. Os custos são, em média, 20% menores do que os praticados no mercado. O objetivo da Graphcom é otimizar o uso do moderno parque gráfico do jornal Comércio da Franca.

Dentro da empresa, a evolução também dominou as áreas administrativas e de recursos humanos . Um crescimento que, ao que se percebe, não vai parar. Franca se desenvolve a cada dia e a demanda por serviços continua a aumentar. Naturalmente, são mais pessoas lendo jornal e mais anunciantes à procura de páginas, de preferência bem coloridas, para estampar seus produtos. Para acompanhar a sua vocação histórica, o Comércio, junto com a Rádio Difusora, está pronto para trilhar os novos rumos da história de Franca.


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