A feira muda


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Em qualquer canto ou recanto do País, bairro ou cidade, grande ou pequeno, há um tipo de comércio que além de popular, é milenar. São as feiras livres. Um lugar com cheiros e sons que nos remetem ao nosso passado e, talvez, à nossa infância. Segundo os historiadores, na época de Cristo elas já existiam e os povos ali realizavam seus negócios, comércio ou trocas de mercadorias. No Brasil, as feiras tiveram inicio com a vinda dos portugueses. Com o passar dos tempos, foram sofrendo mudanças conforme os motivos, interesses e necessidades. É um evento que se destaca onde existir. Nas capitais ou no interior, as feiras despertam muita curiosidade. Lá se encontra de tudo: desde verduras (frescas, verdes, bonitas) a frutas, doces, salgados, pães etc., além de quase todas as espécies de carne e peixe, aves vivas ou não; produtos derivados de leite à culinária japonesa, ou italiana; ou ainda, flores, mudas de planta, peças de vestuário etc... As bancas de frutas ou verduras, cada qual mais bonita e saudável que a outra, é uma tentação para o bolso e o prazer. Barracas de pasteis, pamonhas, churrasquinhos e outros saborosos quitutes, espalhados ao longo das feiras são desafio para adultos e crianças. Conhecidos, amigos ou vizinhos se veem e se agarram aos quase sempre informais bate-papos... Quem gosta e tem por hábito frequentar ou passear na feira acorda mais cedo e para lá se dirige à procura de algo ou de alguém e saber das notícias, das novidades e comentários, maldosos ou não, que circulam pelas ruas e avenidas faz parte do programa da vida! A feira é uma atividade permanente e, principalmente, popular entre o feirante, e o freguês. Caminhar na feira, ver o movimento dos feirantes e a jornada dos compradores é algo que nos causa prazer. Sentir de perto o pulsar de nossa gente, simples ou não, procurando aqui ou acolá algo que agrade ou satisfaça, é sorrir para a vida e pedir a Deus que as feiras continuem a ser livres, lugar tranquilo, sem assaltos, sobressaltos ou violência que andam à solta pelas ruas e praças desse Brasil que, às vezes, parece não ter dono... Todos se assemelham: feirante e consumidor. A feira livre, tão livre e sadia como o coração de nossa gente é exemplo vivo da verdadeira democracia... É uma pena que agora estejam ameaçadas de extinção devido à constante urbanização e modernização das cidades. Em Franca, o nosso sempre criativo prefeito Sidnei Rocha teve a idéia de proibir o grito do feirante, com base em decreto municipal de novembro de 2006, assinado por ele. Imagina, uma feira silenciosa sem os gritos dos comerciantes para chamar os fregueses e mexer com as moças bonitas... Ismael Xavier, responsável pelo Setor de Fiscalização avisou que apenas cumpre o decreto que regulamenta as atividades das feiras-livres em Franca e vai aplicar o artigo 28, que proíbe os feirantes de promover algazarra para apregoar suas mercadorias. O feirante Paulo César Gadini foi atingido pela lei e está proibido de fazer barulho. Se desrespeitar a determinação, poderá ser impedido de continuar trabalhando. O feirante ameaçou entrar na Justiça para tentar garantir o direito de continuar soltando a voz. A ‘lei do silêncio’ está provocando muito barulho dos dois lados das barracas, já que é difícil imaginar uma feira sem a animação das descontraídas gritarias. A alma da feira é o burburinho, cada vendedor tentando conquistar o cliente com uma piadinha. Particularmente, não gostaria de ver a feira muda e acredito que mesmo com o ‘cala-te boca’ imposto pela Prefeitura, frases como ‘moça bonita não paga, mas também não leva’ não vão morrer nunca e vão continuar fazendo parte da tradição nas feiras livres de Franca. <b>CAROS ATÉ NA MORTE</b> Família de deputados federais e senadores recebem R$ 564 mil quando eles morrem. Danou-se! Mesmo depois de mortos eles ainda nos saem dispendiosos por demais... <b>CIRCULA NA INTERNET</b> Menino entrou na fila do SUS para operar a fimose. Esperou tanto que acabou operando a próstata. <b>NEGATIVO</b> A bagunça está generalizada na Ciretran de Franca. Hoje faz 20 dias que solicitei documentação de um carro e até agora nada! É preciso que a Polícia Militar tenha tolerância com motoristas que dependem da liberação de documentos na Ciretran. Principalmente sabendo dos problemas no órgão. Tantos, que provocaram o pedido de transferência para a Dise do delegado Marcelo Caleiro, aborrecido com a dispensa de 14 funcionários da Ciretran ocorrida há dez dias. Em seu lugar assumiu o delegado Sidnei Martins de Oliveira, que, esperamos, coloque a casa em ordem. <b>POSITIVO</b> A cidade de Franca bateu o recorde de geração de empregos no interior paulista em outubro, criando 2.010 vagas, a maioria no setor industrial. Somado ao desempenho dos outros nove meses do ano, foram 12.427 postos de trabalho criados. O maior índice ocorreu no mês passado, com 1.415 contratações com carteira assinada. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho. <b>NA PRAIA </b> Uma loira está deitada na praia com um bronzeado espetacular, a ponto de chamar a atenção. Uma mulher interessada se aproxima e pergunta: - Por favor, qual o seu protetor? - São Francisco de Assis. <b>Edward de Souza</b> <i>Jornalista e radialista</i> edward@comerciodafranca.com.br

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