Neste 21º Domingo do Tempo Comum, vemos que alguns discípulos abandonam Jesus. Acham suas palavras muito duras e suas propostas, muito exigentes. Ele fez diversos sinais, anunciou o verdadeiro sentido da vida com Deus, despertou qual é a verdadeira riqueza, fez milagres. Entretanto, muitos fazem.
Pedro, como sempre, é quem a toma a palavra e fala em nome de todos: "a quem iremos nós, pois, só tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos. Tu és o Santo de Deus". As leituras que serão proclamadas hoje são: Josué 24; Carta aos Efésios 5 e o evangelho escrito por São João 6.
O trecho da primeira leitura narra um episódio definitivo na história de Israel: a assembléia de Siquém. Josué que é sucessor de Moisés. Este líder experiente põe o povo diante de uma escolha fundamental: decidir sobre qual Deus quer servir. E o povo se decide. Renovam a aliança que já haviam feito no Êxodo e no Sinai.
Josué, antes de pedir ao povo para servir só a Javé, proclama diante de todos a própria decisão. E nós, o que temos com esta palavra proclamada? Nós também, ao sairmos das águas do batismo (como os israelitas depois de ter atravessado o Mar Vermelho), professamos solenemente a nossa fé. Esta escolha, porém, não foi feita uma vez por todas. Deve ser atualizada permanentemente, porque as circunstâncias mudam e cada nova situação nos propõe novamente a pergunta: "crês no Cristo Senhor?" São tantos os deuses que te prometem a felicidade: na tua opinião, qual deles pode te tornar feliz? E todas as vezes temos que escolher.
A segunda leitura relata a última parte da Carta aos Efésios e é dedicada aos problemas que dizem respeito à família. Pensemos como surgem as divergências, as discórdias, as brigas nas nossas famílias. Por acaso não começam porque cada qual quer mandar nos outros? O marido, na mulher; os pais, nos filhos e vice-versa?
Todos exigem ser servidos, todos impõem, todos querem mandar, e quando não encontram ninguém para executar as ordens, então levanta-se a voz e, infelizmente, muitas vezes, também as mãos!
O trecho de hoje trata das relações marido-mulher e começa estabelecendo o princípio fundamental que deve presidir todas as atitudes dos membros de uma família cristã: "Sede submissos uns aos outros no temor de Cristo". Nenhum domínio sobre os outros, portanto, mas submissão e disponibilidade para servir a todos. O exemplo proposto é o de Cristo, que veio não para ser servido, mas para servir.
Paulo exemplifica como viver a proposta de Jesus na família, no testemunho do casal cristão, no amor e no respeito mútuo. Também estabeleceu uma mesma relação de compromisso no amor, entre Cristo e a Igreja, ou seja, Cristo amou sua Igreja até o extremo de entregar sua própria vida por todos. Assim, aqueles que decidem segui-lo, também devem ter dedicação, respeito e demonstrar, em suas atitudes, escolhas e ações, um imenso amor por Cristo.
No evangelho encontramos a parte final do discurso que Jesus fez sobre o pão da vida. Com suas palavras Jesus despertou uma reação no coração de muitos dos seus seguidores: aceitá-lo como pão que vem do céu. Os ouvintes são colocados diante de uma escolha cuja aposta é muito elevada: continuar vivendo como até agora, adaptando-se à realidade e à lógica deste mundo, preocupando-se somente pelo pão material ou então aceitar dar um salto de qualidade, assimilando a lógica de Deus, acolhendo o dom do pão da vida.
Crer ou não crer nele, esta é a alternativa. A proposta pode ser aceita ou rejeitada, mas não "negociada" ou facilitada mediante a supressão de algumas das suas exigências.
Todos nós, hoje, diante do pão eucarístico, também devemos decidir sobre quem queremos seguir. Quem come o pão eucarístico sabe muito bem qual é o compromisso que está assumindo: concorda com tudo aquilo que Jesus ensinou e aceita identificar sua vida com a dele. Quem está determinado a fazer só o que lhe agrada, que pensa somente em si mesmo, que não se preocupa com os irmãos necessitados poderá aproximar-se tranquilamente da Eucaristia? Não seria o seu gesto uma mentira?
Os seus ouvintes ficam com dúvidas: aceitar ou não aceitar a proposta de Jesus! Alguns vão embora, não querem segui-lo mais. Jesus não se surpreende, pois a incompreensão e a rejeição fazem parte do mistério da consciência humana. Por outro lado, não torna brandas suas palavras, ele não retira uma só das suas exigências.
A fidelidade ao evangelho não combina com atitudes diferentes daquelas que o Mestre propõe. A fé não está baseada em provas definitivas e irrefutáveis, mas é a adesão amorosa a uma proposta.
Nós, também,ouvindo o evangelho e meditando sobre a mensagem de Cristo, experimentamos, às vezes, um grande entusiasmo e outras vezes vimos as nossas esperanças sendo desfeitas. Pela Eucaristia nos aproximamos do ideal que Jesus pede na escolha que devemos fazer!
Se a Eucaristia fosse um prêmio para os justos, certamente ninguém estaria em condições de recebê-la. Ela, porém, não é o pão para os anjos do céu; é o alimento oferecido aos homens, peregrinos na Terra, pecadores, fracos, cansados, necessitados de apoio. Deles não se exige a perfeição moral, mas a atitude do pobre que reconhece a própria fraqueza e a própria miséria e se aproxima daquele que o pode curar. Para quem o recebe com esta disposição de fé, humilde e sincera, o pão eucarístico se torna um remédio, cura qualquer doença, cicatrizante para qualquer ferida.
<b>PASTORAL DA ACOLHIDA</b>
Nossas paróquias possuem a Pastoral da Acolhida, com a tarefa de acolher indistintamente a todos, em nome de Cristo. Acolher bem é evangelizar. A nossa atitude de acolhida se não for igual a de Cristo será em vão. Cristo acolheu cada um com carinho. Procure informações em sua paróquia sobre este serviço e integre esta pastoral.
<b>PENSAMENTO</b>
"O Senhor fez em mim maravilhas, santo é seu nome".
<b>José Geraldo Segantin</b>
<i>Pároco da Catedral de Franca</i>
segantin@comerciodafranca.com.br
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