O delegado Manir Martos Salomão, 42, foi violentamente espancado, na madrugada de ontem, diante do Esporte Clube Meia Noite em Patrocínio Paulista. O policial sofreu ferimentos na cabeça, na face, perdeu dentes e teve o maxilar quebrado. Acredita-se que as lesões tenham sido causadas por um capacete. Ele foi socorrido inconsciente para Franca, submetido a uma cirurgia no Hospital Unimed e não corre risco de morte. Desde 1998 Manir Salomão é responsável pela delegacia de Patrocínio além de acumular a mesma função em Itirapuã. Ele também realiza plantões em Franca.
As circunstâncias em que se deram as agressões são desconhecidas. A apuração do caso será feita pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Franca. O delegado seccional, Maury de Camargo Segui, disse ontem que as investigações não evoluíram. De acordo com o policial, Manir ainda estava sob efeito de anestesia durante a tarde de ontem e não falou sobre o episódio. Seu testemunho será essencial para desvendar o que ocorreu.
Há duas versões sobre o caso. Todos os fins de semana, o clube Meia Noite realiza uma "domingueira" com shows de pagode e axé. Anteontem, o delegado teria chegado ao local pouco antes das 21 horas. Duas testemunhas disseram em entrevista gravada à reportagem que Manir se divertiu no recinto, mas passou a apresentar comportamento inconveniente.
"Ele estava um pouco alterado, pois havia consumido bebida alcoólica. Estava tocando pagode e ele queria ouvir músicas de Roberto Carlos. Começou a tumultuar e tentou quebrar a mesa de som. Os seguranças tiveram de colocá-lo para fora", disse uma mulher de 32 anos que estava no recinto. Um dos quatro integrantes da equipe de seguranças confirmou a versão.
De acordo com as testemunhas e o Boletim de Ocorrência registrado pela Polícia Civil, policiais militares o levaram duas vezes para casa antes da agressão. Ele teria retornado sozinho ao local, no começo da madrugada, quando foi agredido e deixado caído entre um bar e o Clube Meia Noite em meio a uma poça de sangue.
"Eu ainda estava dentro do clube, quando ouvi alguns gritos. Saí correndo e o vi desmaiado na rua. Havia três casais do outro lado. As moças gritavam e diziam que ele era doido e queria matá-las. Foi quando chamei a PM", disse outra testemunha ouvida ontem pela reportagem do Comércio em Patrocínio Paulista e que também pediu anonimato.
[FOTO2]
A outra versão envolve o sossego público. Ela dá conta de que ele teria ido ao local para pedir que abaixassem o som. Alguém insatisfeito o teria agredido. Após ser encontrado inconsciente, PMs acionaram a ambulância do município que transportou Manir Salomão para Franca.
Ontem, o sargento Jesualdo, comandante-interino da PM de Patrocínio Paulista, disse que não era possível confirmar as informações com seus comandados. "Os policiais que atenderam à ocorrência estão de folga hoje (ontem) e eu não tive contato com eles".
Funcionários da Unimed disseram que não podiam fornecer informações sobre o estado de saúde do delegado. A reportagem foi ao hospital no início da noite de ontem para ouvir seus familiares. Por meio de um funcionário da Unimed, a mulher de Manir, Jussara, mandou dizer que eles não falariam sobre o assunto e que muitas inverdades estavam sendo ditas.
Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.